sexta-feira, 9 de setembro de 2011

MULHERES APAIXONADAS - Amar Como Só As Mulheres São Capazes.


POR THIAGO RIBEIRO


Junte um punhado de histórias aparentemente banais, transporte-as para a tv em pleno horário nobre e você terá um grande sucesso nas mãos. Para qualquer autor de novela essa fórmula (aparentemente) simples seria um tiro no pé. Mas não se o escritor em questão for Manoel Carlos. A capacidade que Maneco tem para emocionar o Brasil com suas tramas simples e sem grandes pirotecnias, o transformou num dos mais notórios escritores de novela do país. É o meu autor favorito. Suas novelas sempre acabam na boca do povo. Suas Helenas sempre envolvidas em grandes romances, traições e segredos poderiam ser sua vizinha, sua irmã, sua mãe, ou até mesmo você. O meu post de hoje destaca um dos maiores sucessos do novelista. Relembre comigo MULHERES APAIXONADAS.

Téo e Helena
Em 17 de fevereiro de 2003, as vozes de Miúcha e Tom Jobim invadiam o Brasil nos convidando a acompanhar a história de Helena (Christiane Torloni), que após muitos anos de união com o músico Téo (Tony Ramos), começa a questionar se é feliz em seu casamento. Helena tem uma vida regrada, vive um relacionamento bom e estável com Téo, sem grandes brigas, mas também sem muita paixão. Eles têm um filho, chamado Lucas (Victor Cugula). Helena é professora de História e trabalha como diretora na Escola Ribeiro Alves (ERA), propriedade de seu marido e da sua cunhada Lorena (Susana Vieira). Téo é saxofonista de uma banda de jazz, que tem como crooner a amiga Pérola (Elisa Lucinda), com quem no passado teve uma filha, Luciana (Camila Pitanga), estudante de medicina. Pérola casou-se com o músico Ataulfo (Laércio de Freitas), também da banda de Téo, e com ele teve Jairo. Todos se relacionam como uma grande família. O ponto crucial para as incertezas de Helena é a volta de César (José Mayer) a sua vida. 

César e Helena
Quando conheceu Téo, Helena deixou seu namorado, César, para se casar com o músico. Desde então, não o reencontrou mais. No primeiro capítulo da trama, Helena recebe a notícia de que César está morando no Rio de Janeiro e que ficou viúvo. Ela também descobre que ele é neurocirurgião na Clínica Dr. Ângelo Moretti (Serafim Gonzáles), onde Luciana trabalha e que sua filha, Marcinha (Pitty Webo), é aluna da ERA. Helena fica confusa com a novidade e passa a questionar ainda mais seu relacionamento com Téo.

Família Feliz: Téo, Lucas e Helena
Um dos segredos da novela, e que é responsável pela separação definitiva de Téo e Helena é a revelação de que Lucas era filho de verdade de Téo, com a prostituta Fernanda (Vanessa Gerbelli). Fernanda tem ainda outra filha, a doce Salete (Bruna Marquezine, que emocionou o Brasil em sua estréia em novelas).  Téo e Fernanda foram protagonistas de uma das cenas mais emblemáticas da teldramaturgia brasileira, a cena do tiroteio em que ambos são atingidos, ao mesmo tempo em que Salete pressente a tragédia. Depois da morte de Fernanda, Salete passa a ser criada pela avó, que tenta a todo custo extorquir Téo.

Heloísa e Sérgio
Helena tem duas irmãs, Hilda (Maria Padilha) e Heloísa (numa composição marcante de Giulia Gam). Hilda tem um casamento aparentemente perfeito com Leandro (Eduardo Lago) com quem tem uma filha, Elisa (Giselle Policarpo). No decorrer da história, Hilda descobre ter um câncer de mama e passa a repensar sua vida, seu casamento e etc. Já Heloisa é casada com Sérgio (Marcello Antony), de quem tem um ciúme fora do comum. Heloísa é responsável por diversos momentos de tensão na trama, já que seu ciúme sem limite é capaz de levá-la a cometer as maiores loucuras para manter seu casamento com Sergio. Briga com mulheres na rua, com as meninas do prédio onde mora, sofre um acidente de carro, e por fim aceita submeter-se a um tratamento no MADA (MULHERES QUE AMAM DEMAIS). Esse foi um dos merchandising sociais da novela.

Amor sem idade: Lorena e Expedito


A cunhada de Helena, Lorena era uma mulher rica, que no começo da trama está as voltas com o casamento do filho Diogo (Rodrigo Santoro). No decorrer da história, Lorena começa a se interessar por Expedito (Rafael Calomeni), empregado da sua casa e passa a namorá-lo. Apaixonada, Lorena não tem vergonha de assumir seu romance com um rapaz mais novo. Dá-lhe tia Susana! O filho de Lorena, Diogo, está prestes a se casar com a mimada Marina (Paloma Duarte), mas no dia do seu casamento é pego aos beijos com a prima Luciana. Marina e Luciana manterão uma relação de ódio mútuo durante toda a novela. 

Amor de primo é pra sempre: Diogo e Luciana

Outra que chamou atenção foi a Sílvia, interpretada por Natália do Vale. Sílvia era uma perua que mantinha um caso com Caetano (Paulo Coronato) o namorado taxista de sua empregada Shirley (Renata Pitanga), e que também era casado com Rosinha (Guilhermina Guinle), a secretária do ERA. Sílvia dava vazão ao seu desejo, utilizando-se de diversas fantasias para realizar seus fetiches. Detalhe: Sílvia era casada com Afrânio (Paulo Figueiredo), pai de sua filha Marina.

Safada: Sílvia e Caetano
Estela (Lavínia Vlasak) é uma perua que não mede esforços nem dinheiro para conseguir o que quer. Rica, dinheiro herdado de um dos seus ex maridos, Estela é acostumada a ter todos os homens que quer. Mas o destino acaba fazendo com que ela se apaixone pelo padre Pedro (Nicola Siri). Louca de amor, Estela passa a novela inteira tentando seduzir o Padre Pedro.

Estela e Padre Pedro

Cúmplice de Estela nos planos para conquistar Pedro, Dóris (Regiane Alves) é uma jovem ambiciosa, que quer enriquecer a todo custo. Filha de Carlão (Marcos Caruso) e Irene (Marta Mellinger) e irmã de Carlinhos (Daniel Zettel), ela maltratava os avós Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada), tudo pelo seu egoísmo. Dóris despertou o ódio do público, fazendo com que sua intérprete apanhasse nas ruas. No final Dóris teve seu castigo: foi roubada por um amante e levou uma bruta surra do pai.
Dóris: de longe o melhor papel da carreira de Regiane Alves

Mas as histórias de Mulheres Apaixonadas não se fixaram apenas na família de Helena não. O Colégio ERA também foi palco de muitas histórias. Duas professoras merecem destaque. A primeira, Santana (Vera Holtz), luta para se curar de seu alcoolismo. E Raquel (Helena Ranaldi), sofre com a perseguição de seu ex-marido Marcos (Dan Stulbach), que a espancava com uma raquete de tênis. Um papel marcante na carreira de Dan, então estreante na tv. Raquel se envolvia com Fred (Pedro Furtado), seu aluno, o que fazia com que Marcos ficasse enlouquecido de ciúmes.


O Drama do alcoolismo de Santana.


Raquel e Marcos.
Os alunos do ERA também tinham vez na novela. Memoráveis foram as brigas de Paulinha (Ana Roberta Gualda) e Clara (Alinne Moraes), tudo por causa do romance homossexual mantido pela segunda com a colega Rafaela (Paula Picarelli). Paulinha era insuportável, rebelde, não aceitava ser filha do porteiro da escola, Jeremias (Wilson Cardoso). Paulinha era apaixonada por Rodrigo (Leonardo Miggiorin), irmão de Marcinha, que por sua vez gostava de Fred.
Quebra pau: Clara e Paulinha
Um dos romances que caiu na boca do povo foi o de Cláudio (Erik Marmo) e Edwiges (Carolina Dieckmann). A mãe do rapaz, Marta (Marly Bueno) não aceitava o envolvimento do filho com uma moça de origem humilde, filha da cantineira da escola, Ana (Regina Braga). Pra aumentar a dificuldade, Gracinha (Carol Castro), filha da empregada de Marta, engravidava de Cláudio, querendo dar o golpe da barriga.

Virgindade em questão: Edwiges e Cláudio

Ao final, Helena teve seu final feliz com César. Hilda se curou do câncer e Sérgio ficou com Vidinha (Júlia Almeida). Santana trata-se de seu alcoolismo. Téo, depois do acidente com Fernanda, casa-se com Laura (Carolina Kasting), que fora namorada de César. Lorena encontra um novo amor e Expedito fica com Marina, enquanto Diogo e Luciana ficam juntos. Marcos seqüestra Fred e ambos sofrem um acidente e morrem. Raquel termina a novela grávida de Fred. Clara e Rafaela também têm seu final feliz garantido, assim como Paulinha e Rodrigo. Estela consegue enfim seduzir o Padre Pedro que abandona a batina para ser feliz com ela, que renega os bens materiais e se entrega a uma vida sem grandes luxos. Já Silvia, promove Shirley a governanta, para se manter mais perto de Caetano.



Mulheres Apaixonadas teve 203 capítulos e teve média geral de 46,6 pontos.

E você se reconhece em algum personagem de Mulheres Apaixonadas? Qual?

9 comentários:

  1. Nossa Thi!
    QUe delícia de post, como é bom relembrar as estórias de Maneco. E essa não era um simples novela.
    Acho que talvez, a maior delas em conteúdo e abordagens!
    Era um painel de tramas, com todos os tipos de paixões. Onde TODAS as tramas se destacaram, ninguém passou despercebido. Acho que a mais grandiosa novela de Manoel Carlos sem dúvida. apesar de eu amar Laços de Familia e Por Amor.

    Uma pena que depois dessa, as novelas dele não foram mais as mesmas. Talvez pela nova direção!

    Acho que cada um de nós tem um pouco de cada personagem, impossível se identificar com apenas um! Quem já não sofreu por um amor impossível, ou por um amor do passado, ou algo proibido?

    Falando por mim, só não me identifico com a Santana! hahahahah

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  2. Hahahaha. Obrigado pelo coment Fábio! Seja bem vindo sempre!

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  3. Arrasouu!! Adoro essa novela!! Não perdia um dia! Se eu perdesse chorava de raiva, pq na época não tinha internet pra procurar o cap. perdido kkkkkkkkkkkk Não sei com quem eu me identifico!
    Muito bom texto, deu saudades! Manoel carlos tbm é meu autor preferido, história de amor, por amor e laços de familia são obras primas!!

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  4. Bela análise Thiago! Para mim, Mulheres Apaixonadas foi a grande última novela de Manoel Carlos. Sendo que nesta, as tramas paralelas foram a grande atração, gerando repercussão mais incisiva do que a Helena de Cristiane Torloni. Belíssima novela.

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  5. Uma das melhores novelas do Maneco, sem dúvida... aliás, nessa ele não se perdeu em tramas, soube usá-las com sabedoria... ninguém fez figuração de luxo.

    ótima postagem, Thi!

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  6. Gosto muito de "Mulheres", talvez a última do Maneco com fôlego. Experimentou-se uma forma de narrativa bem diferente das habituais, onde vários núcleos tiveram seu desenvolvimento em destaque, sem deixar sobras.

    Grande texto, xará!

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  7. Embora eu dispensasse muitos dos personagens de Mulheres Apaixonadas, e lamentasse a pouca importância de Helena nesta trama, foi sem dúvida uma novela inesquecível, com grandes momentos. Quantos personagens inesquecíveis, e que eu amava: Heloísa, Fernanda, Dóris... E que não me batam aqui, mas eu às vezes entendia o ponto de vista dela a respeito das coisas! Claro que isso não justificava a covardia de agredir a dois idosos, ainda mais sendo eles seus avós!

    Thiago, parabéns pelo post!

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  8. primeiramente queria parabenizar o ótimo post, coeso e objetivo, muito bem escrito! Falando sobre Mulheres Apaixonadas, concordo que foi o último grande trabalho de Maneco também. Ele continua sendo um grande autor, mas tá faltando direção... Como li em um dos comentários, agora as novelas dele tem figuração de luxo heheheehe... Em Mulheres Apaixonadas ele escalou um elenco de mais ou menos 100 pessoas e aproveitou todo mundo, uns mais, outros nem tanto, mas pelo menos metade suou a camisa em cenas e textos maravilhosos, escritos por ele e dirigido pelo competente Ricardo Waddington. Vários foram os núcleos de destaques e muitos atores puderam mostrar seus talentos, mas 3 atores na minha opinião ficaram mornos e eu esperava bastante deles, Susana Vieira, José Mayer e Cristiane Torloni, de longe a Helena mais apagada de Maneco, sem vida, sem fogo, faltou um sason nela... Susana que havia brilhado em Por Amor com a inesquecível Branca teve poucos momentos de real destaque na trama, fazendo quase o papel de si mesma... José Mayer tinha um personagem chato que não cativou ninguém, só a Helena... outra expectativa perdida também foi Leonardo Migiorin que após seu impecável Zezinho de Presença de Anita, construiu um personagem com muita prepotência e pouco conteúdo. Acho que os que me desagradaram realmente foram esses, dos outros atores só merecem aplausos pelas ótimas atuações, ressalvo apenas Marcos Caruso que poderia ter ganho mais destaque, seu Carlão ficou pequeno perto do tamanho de seu talento, em Páginas da Vida ele foi recompensado ganhando um personagem com textos mais elaborados e fazendo cenas divinas ao lado de Lilia Cabral... Maria Padilha foi um personagem readaptado, já que fez quase que o mesmo personagem de Bia Nunes de História de Amor, onde Marta também recebia destaque ao falar do câncer de Mama, achei sua atuação pobre, quem a viu em O Cravo e a Rosa, Malhação ou em Anjo Mau sabe que ela é capaz de muito mais. Quero falar também da ótima direção e destacar a cena que pra mim é digna de Hollywood, a morte do personagem de Vanessa Gerbeli, feita com precisão, até hoje não entendo como a Globo perdeu uma atriz tão brilhante... Meu personagem preferido da novela foi o de Heloísa, texto forte que coube perfeitamente na interpretação de Giulia Gam, cenas e textos mesmo memoráveis como quando ela corta toda a roupa do marido que resolveu sair de casa e manda com um bilhete dizendo "aqui estão suas roupas, lavadinhas, passadinhas e cortadinhas" MARAVILHOSO!!! Me identifiquei com uma frase mais banal mas ao mesmo tempo que bateu em um momento onde eu passava por um temperamento parecido onde ela diz "hoje estou com vontade de matar e de morrer!" Maneco tem textos que são inexplicáveis para a televisão, mas que funcionam, ou pelo menos funcionavam até Mulheres Apaixonadas....

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  9. Mais um destaque foi a impecável trilha sonora, onde foi lançado um cd duplo, que trazia Carolina Dieckmann e Rodrigo Santoro nas capas, um cd nacional, destacando grandes nomes da mpb e poucas canções mais populares, mesmo assim uma delas se destacou o foi o grande sucesso daquele ano, Velha Infância do grupo Tribalistas. O cd internacional apostou nos grandes sucessos da fm. Com o decorrer da novela foi lançado mais um cd da novela com mais sucessos que marcaram aquele ano, sem dúvida uma das melhores trilhas sonoras de novela.

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