sábado, 12 de novembro de 2011

GOLPE BAIXO - Novela de David Vallério e Lucas Nobre (5º Capítulo)

Confira também os capítulos anteriores: 


1º Capítulo
2º Capítulo
3º Capítulo
4º Capítulo




CAPÍTULO 05

Cena 01 - São Paulo - Ônibus – Int– Dia.

Bruna e Maitê estão em um ônibus urbano lotadíssimo.

BRUNA – Até agora não entendo porque tu colocou toda a tua parte do dinheiro na bolsa!
MAITÊ – Queria que eu enfiasse quinhentos pila no meu.../
BRUNA- Cala boca, cala boca que não quero ouvir mais nada! (t) Como eu sou burra, como eu sou burra! A tonta aqui achava que a última coisa que tu faria seria guardar toda a grana em um único lugar. Ainda mais em uma bolsa. De grife! Na cidade grande... Jesus!

Passageiro (26)  sobe no ônibus e não consegue passar por causa das malas de Bruna e Maitê.

MAITÊ – Mas é que.. /
BRUNA – Eu já te mandei calar a boca porque dessa vez eu tenho razão. Nós não estamos em São Barreto, perdemos tudo tchê! E desta vez a São Paulo que tu vai ver é bem longe da Oscar Freire. (t) Vamo lá no centrão para ver se achamos uma espelunca barata para ficar por uns tempos.
PASSAGEIRO – (para as malas) Que porra é essa?
MAITÊ – São malas, não tá vendo? Dããã!

Enquanto ocorre o diálogo a seguir, alguém passa a mão na bunda de Bruna. Bruna repara que é um velho barrigudo, banguela, descabelado e vesgo.

PASSAGEIRO – Mas tinha que colocar essa merda no meio do caminho?
MAITÊ – Amigo, tá me achando que eu vou levar malas nessa minha linda cabecinha que nem aquelas lavadeiras carregam baldes de água nos filmes americanos? Te liga, bico de luz! Nem pensar. (t) Tu não sabe pular não? Maior saltador de roleta de ônibus que eu sei.../
BRUNA – (grita) Cheeeeega!
MAITÊ – (assustada) Que foi, cunhada?
BRUNA – Essa nossa situação.. papai morrer, meu irmão Francisco e a Gisele nos roubarem tudo, sair do Rio Grande do Sul com uma mão na frente e outra atrás, nós nesse ônibus imundo em São Paulo, tu ser assaltada... tudo culpa tua! Tua! Sabe o que eu vou fazer?

Bruna arranca inesperadamente os dois brincos de Maitê, que grita desesperada.

MAITÊ – Meus brincos! Devolva já!
BRUNA – (mostra brincos para Maitê) Veja só o que vou fazer com eles.

Bruna faz menção que vai jogar os brincos pela janela do ônibus em movimento.

MAITÊ – (nervosa, mentindo) Pode jogar, são falsos mesmo.
BRUNA – Ah, é?
MAITÊ – É cunhadinha, a assaltante machorra lá da Estação Tietê bem que tentou levar meus brincos mas percebeu que eles não valiam nada.
BRUNA – Cidade grande né... (zomba) para que usar jóias?
MAITÊ – Pra quê, né tchê?

Bruna joga os brincos pela janela do ônibus.

MAITÊ – (desesperada) Pare o ônibus! Motorista, pare o ônibus agora!

Ônibus dá freada brusca e passageiros caem uns sobre os outros.

MAITÊ - (para Bruna) Sua desgraçada...
BRUNA – Cunhadinha, por que o desespero? Os brincos não valiam nada mesmo.
MAITÊ – Valiam muito!
BRUNA – Ah, além de cadela siliconada, é uma mentirosa!
MAITÊ – Cretina! Filha da../
BRUNA – Não ofende a minha mãe que eu não nasci de vaca chocadeira que nem tu!

Maitê avança sobre Bruna. Barraco em ônibus lotado. Torcida. Cada tapa, homens gritam como se estivessem em estádio de futebol. Mulheres horrorizadas. Motorista e cobrador expulsam Bruna e Maitê do ônibus.

CENA 02 – São Paulo – Viaduto - Ext – Dia

Bruna e Maitê são atiradas de dentro do ônibus. As duas continuam brigando fisicamente. Ônibus parte. Bruna e Maitê se estapeiam longamente com puxadas de cabelo, chutes e tapas. Bruna e Maitê cansam de brigar. Não mostrar muito os arredores de onde elas estão.

MAITÊ – (cansada) Meus brincos... (chora)  o seu pai me deu aqueles brincos quando eu ainda estava namorando o teu irmão.
BRUNA – O velho Tarcísio nunca me deu nada disso.
MAITÊ – Não reclama porque tu nunca quis! Olha para ti cunhadinha. É um pouco mais velha que eu e já tá um bagaço. Poderia ter aproveitado mais enquanto teu pai tava vivo. Ele podia ter te dado tudo o que tu quisesse!
BRUNA – Isso não é hora da gente falar sobre o passado, cunhada. Tamo numa pior.
MAITÊ - Pela primeira vez na vida concordo contigo.
BRUNA - Temos mesmo é que encontrar aqui em São Paulo aqueles trambiqueiros do Francisco e da Gisele que nos roubaram tudo e ponto final. Maitê, (olha ao redor) cadê nossas malas?

Corta para

CENA 03 – São Paulo – Ônibus – Int – Dia

As malas de Bruna e Maitê estão abertas no corredor do ônibus. Vários populares em volta,cada um escolhendo o que quer pegar. Atenção edição: cortes ágeis mostrando marcas de grifes caríssimas.

SENHORA (70) – Olha só achei um perfume! (abre,cheira e passa) Hummm... que cheiro bom (t) (para Garota) Ô menina, lê aqui o nome que tá escrito que a véia aqui não enxerga.
GAROTA (16) – (horrorizada) Cocô Chanel
SENHORA -  Credo! Perfume de cocô? Esse mundo tá perdido.
GAROTA - Pior que o bicho é bom, bem da hora!
SENHORA: Mas quero não.Que nojo! Não deve valer nem cinco real. (joga frasco na mala)
MULHER 01 (26) – (apontando pra mala de Maitê)  Nossa, essa mala aqui só tem roupa brilhante,será que é de cigana?
MULHER 2 (33)  – Ai meu Deus,será que isso é macumba? Melhor nem mexer!
MULHER 1– Tá amarrado em nome de Jesus,

Um senhor vasculha a mala de Bruna e acha cem reais escondido num compartimento

SENHOR (43) –Achei cem reais! Tô rico!

Todos avançam nas duas malas atrás de mais dinheiro. Desespero, empurra-empurra, pisões, gritos e tumulto no ônibus.

Corta para:


CENA 04 – São Paulo – Viaduto - Ext – Dia

Maitê e Bruna estão lado a lado.

MAITÊ – Estamos fudidas!
BRUNA – E mal pagas!
CREUZA – E encrencadas!

Maitê e Bruna percebem a presença de Creuza

MAITÊ – (para si) Essa voz... eu conheço essa voz!

Maitê olha para Creuza e se assusta. Atrás da mulher estão as prostituras Vivi (21), Margot (24) e mais três.

CREUZA – Ora,ora que mundo pequeno, não?
BRUNA – Maitê, quem é essa daí?
MAITÊ – É ela!
BRUNA – Ela quem, tchê? Fala logo que é essa criatura que eu tô me borrando toda!
MAITÊ - É a sapatona da rodoviária que me assaltou!

Bruna e Maitê enxergam que Creuza sacou estilete do bolso. Tensão.

FIM DO CAPÍTULO 05


Nossa Senhora das encurraladas!!!
Xi! Essa Santa nem existe. Tão fudi...

GOLPE BAIXO é uma obra aberta e os autores (David Vallério e Lucas Nobre) vão analisar as
sugestões de melhorias e críticas, mas APENAS aquelas feitas no espaço
destinado aos comentários do "Posso Contar Contigo?"

5 comentários:

  1. Senhoooooorrrr,desgraça pouca é bobagem,estou amando a novela,dooooooida pelo capítulo seguinte,parabéns!

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  2. Poxa...
    Cortaram na melhor parte, eu fico a imaginar o que aconteceu. Embora pareça que Bruna e Maitê vão ganhar o pão encarando o pau!
    Toda desgraça é pouca, são muito azaradas...
    Agora a pobretona dizendo que o perfume é de cocô foi imbatível. Bem a cara de Aguinaldo Silva!!!

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  3. Pois é cortaram, queria ler tb! rs

    Aguardando o próximo!

    Fábio

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  4. hola gente soy rober de uruguay me esta encantando la novela muy engracada como disen ahy en brasil bueno quiero que en esa novel tenga mas divercion por que me muero de reir un saludos atodos los hermanos brasileños bs
    robert-rivera-URUGUAY

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  5. do jeito que elas são vão fazer uma negociata com a sapata kkkkk

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