sábado, 26 de maio de 2012

Uma "Top Model" no horário das sete? Nunca mais!!!


Por Isaac Santos

"Top Model" pode estar naquela fase chata, barriguda, a que "todas" as novelas sofrem, mas ainda assim curto demais as maratonas de fins de semana, quando assisto aos capítulos gravados.  

Se por um lado, algumas cenas, principalmente do elenco infanto-juvenil parecem bobinhas aos padrões atuais, "Top Model" é um belo exemplo de novela que marcou época pela tramas bem dosadas. É curioso que ao comparar com “Cheias de Charme”, outro grande sucesso da telinha que tenho visto diariamente, percebo o quanto a TV “encaretou-se”... Se nem as novelas das nove escapam da patrulha do pode ou não pode, imagine as atuais do horário das sete.

Essa semana o Grilo (Chiquinho Brandão) fez a Cida (Drica Moraes) de refém numa tentativa de fuga da prisão, nisso acabou levando um tiro, noutra cena num clima mais leve, a Marisa (Maria Zilda Bethlem) tomada por ciúmes do Gaspar Kundera (Nuno Leal Maia), diz que vai furar os olhos da Irma (Vera Holtz). Semanas antes, durante alguns capítulos, a mesma Marisa foi feita de prisioneira pelo Alex Kundera (Cecil Thiré), em sua fazenda, numa espécie de tortura psicológica. Agindo de modo parecido, também com a Duda (Malu Mader), evidenciando traços de psicopatia. Ora! "Top Model”... uma novela das sete exibida originalmente em 1989, pela Rede Globo. 


Quando, daqui pra frente vamos poder assistir a uma novela em que os vilões não precisam ter as suas maldades amenizadas, não precisam parecer cômicos, em que pode haver tiros, personagens bebendo/fumando em cena, dramas existenciais, conflitos familiares, cenas de violência e ainda assim tratar-se de uma novela “família”, bem sucedida na audiência e, sobretudo compreendida pela crítica?!



Vale ressaltar que eu era criança quando assisti pela primeira vez, e mal algum a novela me fez, ao contrário, minha memória afetiva vibra por tantas recordações de cheiro, de sabor, de som, de brincadeiras, de amiguinhos com os quais me relacionava na época, e que a novela  a mim traz a tona. 


Um abraço e até a próxima!

11 comentários:

  1. VERDADE ABSOLUTA: A TV ENCARETOU-SE. CONVERSEI A RESPEITO DISSO COM NOSSO QUERIDO DAVID VALLÉRIO, NUM ENCONTRO RECENTE. E COMO ISAAC, TAMBÉM GUARDO UMA MEMÓRIA AFETIVA DESSA NOVELA, UMA GRAANDE FEITO DO CALMON PRO HORÁRIO DAS SETE, QUE SÓ FOI SUPLANTADA POR SEU ULTIMO GRANDE FEITO: VAMP.

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  2. E ALÍAS, QUE BONS VENTOS TRAGAM CHEIAS DE CHARME, QUE ESTÁ DEVOLVENDO A DIGNIDADE AO HORÁRIO. SEQUER ME LEMBRO DA ÚLTIMA TRAMA "DAS SETE" QUE ME FEZ PARAR DIANTE A TV...ACHO QUE FICARAM TODAS NA DÉCADA DE 80....

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    1. Alex, concordo que as novelas das 7 nos últimos anos deixaram a desejar, mais tivemos Da cor do Pecado, Cobras e Lagartos, e Tititi,novelas que valeram a pena ver há. e muita gente vai discordar mais eu até que gostava de Pé na jaca, talvez, o resto realmente não deixa saudades. Se bem que não era nascido nos anos 80, e não acompanhei as novelas da época, talvez pensasse diferente agora. Há e viva Cheias de charme!

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  3. ALL RIGHT, PRA NÃO SER INJUSTO TENHO BOAS LEMBRANÇAS DE SALSA E MERENGUE E KUBANACAN, RESPECTVAMENTE MIGUEL FALLABELA E CARLOS LOMBARDI...

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  4. “Top Model” era um projeto para o Walther Negrão desenvolver no horário das 18h. Um ano antes, em 1988, o Negrão fez muito sucesso com uma trana basicamente de suspense, mas que beirou o policial, que foi “Fera Radical”, uma história de vingança contra uma família de ricos fazendeiros. Eu vejo bem essa influência quando vejo no elenco de “Top Model” atores que estavam em “Fera Radical”: Malu Mader como a protagonista das duas histórias, Alexandra Marzo, Suzana Faini, Denise Del Vecchio, Evandro Mesquita. Claro que o elenco é sempre mais definido pelo diretor, e quem dirigiu “Fera Radical” foi o Gonzaga Blota.
    O Walther Negrão ficou surpreso com a decisão da supervisão de novelas da TV Globo em colocar o cineasta Carioca por excelência Antônio Calmon como co-autor da novela. O Calmon vinha de uma trajetória de histórias da rapaziada do surfe e das praias : “Menino do Rio”, “Garota Dourada”, por exemplo.
    A novela subiu de horário e foram incluídos personagens que são típicos das novelas seguintes do Calmon: “Vamp”, “Olho no Olho”, “Corpo Dourado”... O Calmon escreve bem sobre essa turminha de adolescentes cariocas e foi-lhe dada a ordem de fazer um anovela sobre a “turminha de shopping” da Barra da Tijuca. Esse fator marcou a minha geração – aqueles que nos anos 80 eram adolescentes e “Top Model” marcou a minha geração pra sempre. Eu sempre estranhei o fato de os noveleiros da internet fazerem pouco dessa novela tão incrível e que causou um furor entre os adolescentes, tirando a atenção deles para a Zona Sul e levando-os para a Praia da Macumba, no Pontal do Recreio dos Bandeirantes.
    A novela marcou não só pela turminha jovem mas também pelo mote principal que era a beleza, a juventude, as passarelas.
    Diferentemente de sua irmão mais nova, “Vamp”, “Top Model” tinha uma narrativa bem costurada, ganchos muito fortes, que se assemelham mais ao suspense que pairava sobre “Fera Radical – uma história de vingança – do que pelas bobagens que eram exibidas em “Vamp”. Duda Pinheiro, a top model do título, apaixonou-se por um grafiteiro desempregado e marginal, que fugia da polícia, no Rio de Janeiro. Essa foi a grande tragédia de Duda, pois no início da novela, ela fazia par romântico com um rapaz que seria bem mais adequado ao seu novo estilo de vida: o playboy Felipe Augusto (Marcello Novaes), mas aí não teria história. Duda se apaixonou por um cara que vinha de um ambiente socioeconômico muito diferente do dela. Lucas, além de fugitivo da polícia, era órfão e somente conseguia trabalhar em subempregos, o que deixou Duda aflita a novela inteira. Como boa novela do Negrão e como boa sequencia do thriller “Fera Radical”, “Top Model” enveredou-se pelo mundo do crime da investigação policial, do mistério em torno da vida de Lucas. Duda sofria muito por não conseguir se desvencilhar do drama pessoal de Lucas, que atinge, no momento atual da reprise, o fundo do poço. Uma mulher jovem, bonita, cheia de homens importantes a seus pés, insiste em manter acesa a paixão por um rapaz que vive no “underground” e com isso ela sofre demais.

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  5. Não concordo que “Top Model” teve essa barriga tão evidente. O tempo em que Duda se afasta de Lucas é preenchido pela história de Gaspar Kundera e seus filhos. Cada um tem uma personalidade, cada um tem sua história pessoal e naquele tempo isso enchia os nossos corações de muita emoção e de vontade de viver aquela vida, diferente da urbanidade da Zona Sul com seus problemas já tratados em várias novelas cariocas. “Top Model” foi o grande momento de Calmon na teledramaturgia. Na minha opinião, apenas em “Corpo Dourado”, mesmo coma turminha jovem de sempre, ele conseguiu fazer uma história policial, que prendesse tanto a atenção dos espectadores e emocionasse tanto. Um viva para o Canal Viva por trazer de volta essa novela que mexeu demais com o imaginário dos que, como eu, eram adolescentes nos anos 80 e se deixaram influenciar demais pelo estilo de vida dos filhos de Gaspar Kundera, pela moda apresentada pela confecção Covery, pela beleza de Malu Mader – que estava no auge de sua carreira. De coração eu sinto uma pena de meus amigos fanáticos pela Malu, que não tiveram a oportunidade de vivenciar a Malu nesse momento “top” de sua carreira onde ela se eternizou como uma estrela que jamais será apagada de nossas emoções.

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  6. O problema é que a vida tá muito corrida mesmo e as pessoas mais sensíveis,eu por exemplo só vejo a novela das nove e gravada é muita informação inútil e sub celebridades por aí,cada novela tem sua época e seu sucesso por alguma razão,por exemplo a minha mãe adora Cheias de charme ,realmente deve ser boa ,mas como eu disse hoje em dia é tudo muito corrido e alguns atores não são aproveitados como deveria como por exemplo a própria Maria Zilda ,uuma ótima atriz de comédia que deveria fazer mais TV.

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  7. Pois bem, não assisti Top Model, e nem posso assistir (Não tenho acesso ao viva, kkk) Porem sobre o fundamento do texto, tenho a dizer, que concordo plenamente com o Isaac, essa historia de "proibido para menores de 12 anos" em um horário das nove, não está com nada. Antigamente, os autores nos surpreendiam, eram mais ousados, tinham uma liberdade maior com suias tramas, dava mais possibilidades á seus personagens. Hoje em dia vemos o quanto está limitada essa liberdade do autor, por exemplo aquela surra que Maria Clara deu em Laura, na novela Celebridade de Gilberto Braga, dificilmente veremos em uma novela hoje em dia. A surra que Griselda deu em Tereza Cristina recentemente em Fina Estampa, não chega nem aos pés da surra que Maria do Carmo deu em Nazaré em Senhora do destino. Ou ainda cenas fortes com a de Mel sendo internada a força em o Clone, ou Raquel sendo espancada por Marcos em Mulheres apaixonadas. Não que eu queira ver violência nas novelas, não é isso, quero ver o autor contar uma historia do jeito que ela deve ser contada e não ficar se policiando para não extrapolar,... Enfim esse tal de ministério publico está cortando as asas do autor, o que é uma pena.

    http://brincdeescrever.blogspot.com.br/

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  8. Enquanto nostalgia, Top Model funciona maravilhosamente bem, mas enquanto teledramaturgia, deixa a desejar: a novela tem momentos tediosos, o casal protagonista é chatíssimo, muitos capítulos de pura barriga e falta do que desenvolver.
    Mas de fato essa coisa mais libertária e menos politicamente correta de Top Model é super válida, e é uma pena que tais características já não existam mais em tempo de forte vigilência do Ministério da Justiça e da carolice.

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  9. Eu acho UM SACO essa caretice que impera atualmente. Um falso moralismo, um puritanismo exagerado e MUITA hipocrisia. Os vilões das novelas têm que ser vilões de desenho animado, bem caricatos. Não pode aparecer cigarro, bebida, sangue, cena caliente, crianças... As novelas antes eram mais despudoradas, não havia esse patrulhamento excessivo. E nem por isso vivíamos tempos piores. Hoje, no entanto, a violência, a grosseria, a ignorância e o vandalismo crescem a olhos vistos, independente do que é mostrado nas novelas. Até porque, hoje em dia, com internet, a TV virou brincadeira de criança.

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  10. Concordo plenamente que o falso puritanismo prejudica o bom andamento e a livre expressão dos autores de novelas, mas tem algo acertado que concordo e jamais colocaria um personagem meu fumando a toa em uma cena, seja num romance ou em uma telenovela. Então, nada mais acertado do que evitar essa possibilidade de tratar a naturalidade nos personagens em fumar um cigarro. Que hj em dia isso deve ser implantado nos projetos de formadores de opinião como algo ultrapassado, além de um maléfico vilão à socidade. E eu não sou um rapaz politicamente correto, que fique claro. rsrsrs..cada um faz o que quer de sus vida e de seus pulmões.

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