quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“Pecado Mortal” estreia quebrando alguns tabus

por José Vitor Rack


Carlos Lombardi estava fora do ar desde 2010, quando participou da equipe do seriado A Vida Alheia, de Miguel Falabella. Sua última telenovela foi Pé Na Jaca, em 2006. Depois de décadas trabalhando na TV Globo. Lombardi foi respirar novos ares na TV Record e estreou nesta quarta-feira sua nova produção.

Pecado Mortal começou provando que alguns tabus de nossa teledramaturgia eram coisas absolutamente sem sentido. Vejamos:

1 – Retratar a década de 1970 é muito difícil por ser um passado recente.

A cenografia e o figurino da novela são excelentes, fiéis à época e vivos, coloridos, iluminados. Os carros, os adereços, tudo é muito 1977.


2 – O Lombardi só sabe fazer novela das sete. Nem todo autor dá certo em qualquer horário.

A novela das dez da Record é a cara de seu autor. Seu humor sarcástico e suas obsessões estão todas ali, sem descaracterizar a pegada adulta que uma novela transmitida mais tarde precisa ter. A TV Globo habituou o público a acompanhar determinado tipo de história em horários muito fixos, segregando e estigmatizando alguns autores como sendo pouco versáteis. Uma simples mudança de autores nas faixas de novelas da emissora poderia fazer um bem enorme tanto ao produto telenovela quanto a estes autores, que teriam novos desafios fresquinhos pela frente.

3 – A Record teria melhores resultados em suas novelas se tivesse um elenco melhor.

Ter estrelas, atores de reconhecida competência e prestígio numa produção é sempre bom. Todo autor gostaria de contar com esse luxo. Mas o essencial em um ator é saber interpretar. Se o ator é talentoso e sabe ler o texto com razoável inteligência, o público acompanhará apaixonadamente. Maytê Piragibe deu um show no prólogo do primeiro capítulo. Não se trata de nenhuma grande estrela. É apenas e tão somente uma boa atriz. E bons atores o elenco da Record tem.


4 – Preocupação com fotografia e estética acaba mais atrapalhando do que ajudando.

Alexandre Avancini está mostrando em Pecado Mortal que conteúdo combina com uma boa embalagem. Na verdade, é um casamento perfeito. O melhor dos mundos.

5 – A Record é conservadora e retrógrada.

Nenhuma novela da TV Globo hoje pode se dizer mais ousada e progressista que Pecado Mortal.

O primeiro capítulo deu picos de 13 pontos no IBOPE. Carlos Lombardi deu apenas o primeiro passo dessa nova fase de sua carreira. Uma fase que pode tirar a Record de uma fase ruim na teledramaturgia. Espero sinceramente que esse passo seja firme e seguro em direção ao que todos nós, escritores e roteiristas, almejamos para nossa profissão: liberdade de criação e qualidade de produção.


O resto o tempo diz.


4 comentários:

  1. Os dois capítulos, até agora exibidos, estavam excelentes!

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  2. UM LIXO! SÓ BANDIDAGEM, COMO TODAS AS NOVELAS DA RECORD, SEMPRE TEM POLÍCIA CORRENDO ATRÁS DE BANDIDO NO COMEÇO, E BANDIDO QUERENDO MATAR BANDIDO, UMA PORCARIA!!!!

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  3. O problema é a violência gratuita nas novelas da Record. A emissora parece interferir bastante no trabalho dos autores, obrigando-os a se adequar ao esquema deles. Lamentável a saída do Carlos Lombardi da Globo. Só serviu para piorar o trabalho dele.

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