Quem São os Autores:
Davi Vallério - Idade desconhecida. Paulistano, graças a Deus. Já foi estilista, produtor de moda, figurinista, ilustrador... Sua vida teve uma reviravolta quando foi selecionado pelo novelista Aguinaldo Silva para a segunda edição da Master Class, no Rio de Janeiro, onde conheceu o gaúcho Lucas Nobre. Homenageado pela Master Class 1 com o personagem Crô Vallério, mas a alma é de Nazareth. Ama discotheque, anos 70, novela, filme americano B, pornochanchada, fofoca e BBB. Detesta axé, funk, pagode, futebol e sertanejo. Não confia em evangélicos e nem em quem é muito bonzinho. Quer me agradar? Tô querendo a Barbie Farrah Fawcett edição de Colecionador.
Lucas Nobre - 28 anos. Modesto, o que contraria muito a sua raça: gaúcho. Jornalista, Assessor de Comunicação Empresarial e Coordenador de Marketing de programa de qualidade e produtividade corporativa, fundador de escritório de uma ONG internacional de liderança jovem. Recentemente jogou tudo para o alto e está iniciando no empreendedorismo, abrindo sua própria empresa digital em Porto Alegre (RS). Quando estava prestes a desistir de escrever histórias, foi selecionado pelo novelista Aguinaldo Silva para a segunda edição da Master Class, no Rio de Janeiro, onde conheceu o paulistano David Vallério. Irá lançar em 2012, com o escritor Fábio Fabrício Fabretti, a biografia de Neusinha Brizola. Solteiro (e não pretende sair desse status tão cedo), pratica taekwondo, viciado em chimarrão com redes sociais. Detesta guaraná, dirigir, carne de ovelha e ouvir musiquinhas enquanto espera atendimento no telemarketing!
CAPITULO 12
CENA 01 - Mansão de Francisco - Sala Principal - Int - Noite
Continuação imediata da cena final do capítulo anterior. Francisco está perplexo com Maitê saindo do bolo gigante de aniversário. Convidados aplaudem. Fotógrafos e equipes de imprensa se aproximam para gravar cada ângulo do acontecimento. Bruna chega perto do apresentador Amaury Neto.
BRUNA - Quer ser campeão de audiência? Filma cada detalhe desta festa.
Maitê está vestida que nem Marylin Monroe quando cantou para o Presidente Kennedy nos anos 60, porém deixando toda a barriga de gestante à mostra. Maitê canta Happy Birthday to You com a seguinte letra: “Happy Birthday to you / Happy Birthday to You / Happy Birthday dear Cotton King / Happy Birthday to you”. E solta um beijinho pra Francisco. Bruna aparece na frente de Francisco e o assusta.
BRUNA - Não vai me dar os parabéns, irmãozinho? Somos gêmeos, esqueceu?
Corta para
CENA 02 - Mansão de Francisco - Pátio - Ext - Noite
Zezé está apavorada com a presença de Creuza Elesbão.
ZEZÉ - O que cê tá fazendo aqui, sapatona dos infernos?
CREUZA - Vim matar a saudade. Já que aqui não dá pra matar de quem eu tô com saudades, né Maria Josefa?
ZEZÉ - Cê tá horrorosa.
CREUZA - Cê ainda tá no esquema. Pegava fácil.
ZEZÉ - Vai sonhando, não sou pro seu bico.
CREUZA - Mas já foi. E muito! Cê desgraçou minha vida.
ZEZÉ - Já esqueci.
CREUZA - Cê que me fez cair no mundo, sua desgraçada. Tive que abandonar pai, mãe, família... Eu ia ser freira! Eu, Creusa Elesbão... freira!
ZEZÉ - Devia me agradecer. Hoje cê poderia ser uma madre superiora atacando tudo que era noviça.
CREUZA - Tive que roubar, matar, mentir, trapacear... tudo porque acreditei no seu amor e depois você dar a elza na mixaria que eu tinha.
ZEZÉ - Bota mixaria nisso... só consegui foi um casebre num fim de mundo. Minha vida também não foi mole não. Mas os esforços valeram a pena.
Zezé dá uma volta se exibindo para Creuza.
CREUZA - Olha onde eu cheguei.
CREUZA - Tô vendo... tá bonitona, bem arrumada... pena que com a grana das minhas colegas! Que vontade de talhar um C e um E nessa tua cara.
ZEZÉ - Então era você que tava ajudando aquelas duas palhaças? Foi no lado errado, parceira. Tenho um servicinho muito melhor pra você. Elas tão acabadas.
CREUZA - (fingindo interesse) Conta aí o esquema pra sua Creuza.
ZEZÉ - Suas amiguinhas tão ali naquela edícola presas. Agora eu sou uma dama da sociedade carioca e não posso sujar as minhas mãos .
CREUZA - Hum... e o que é que eu tenho a ver com esse papo todo?
ZEZÉ - Então, preciso de alguém que leve as duas bonecas pra um lixão e simplesmente dê um fim nelas. Sei que pra você é moleza. Ah, pensei em tudo: as covas já tão até abertas. (olha nos olhos de Creuza) E serei muito generosa. Em nome dos velhos tempos!
Longo silêncio. Expectativa de resposta de Creuza.
CREUZA - Acho que uma dessas bonecas tá ali em cima do palco.
Creuza aponta para o show que Maitê está fazendo dentro da mansão. Zezé vai para um canto onde tem visão do que está acontecendo na festa.
ZEZÉ - Mas o que é que aquela cadela siliconada tá fazendo na festa? Cadê esses seguranças que não fizeram o serviço como eu mandei? Eu mato aqueles cretinos!
Zezé sai em direção à mansão. Some na entre os convidados.Creuza vai pro outro lado.
Corta para:
CENA 03 - Mansão de Francisco - Edícola - Int - Noite
O Chefe de Segurança e mais quatro seguranças estão pelados fazendo a maior farra com Vivi e Margot. Em um canto estão as roupas e uma arma do Chefe de Segurança. Vemos apenas uma mão, pegando a arma do Chefe de Segurança discretamente, sem ninguém perceber.
Corta para:
CENA 04- Mansão de Francisco - Sala Principal - Int - Noite
Continuação da cena 01.
Maitê conquista a plateia. Salva de palmas. Muitos flashes. Termina o show. Maitê sobe ao palco. Maitê arranca o microfone das mãos da Cristiane Torloni.
MAITE - Pena que não foi da Suzana Vieira , né gentchê?
Todos riem. Francisco embaraçado. Bruna apenas olha o irmão com desprezo.
MAITÊ - Então pessoal, já viram uma grávida tão linda, sexy e sensual como essa?
TODOS - Nãããão!
MAITÊ - Bah, gente, eu já sou gaúcha e a miséria que eu tinha de modéstia foi pro espaço. Mas chega de falar em mim. Vamos falar do aniversarianteeeeeeee!
Francisco sobre ao palco e interrompe Maitê.
FRANCISCO - Não precisam falar de mim. Acho que já podemos abrir a pista. Maestro, músi.../
MAITÊ - Ah, mas a surpresa vai começar agora! Vocês querem que eu vá embora, pessoal?
TODOS - Nãããão!
MAITE - Cadê a Zezé? Gentchê, vocês sabem quem é a Zezé?
Pessoas olham entre si fazendo sinal negativo. Zezé entra na sala. Bruna aponta para Zezé.
BRUNA - (grita) A Zezé tá aqui, cunhada!
BRUNO CHATEAUBRIAN - Mas essa daí não é a esposa do Moacir Mourão?
NARCISA TAMBORIDEGUY - Zezé é o nome dela? Mas no convite era outro que tava escrito. Ai, que loucura!
IKE BATISTA - Ouvi meu nome?
Maitê chega no limite da extravagância.
MAITÊ - Olha a Zezé aí gente! (para Maestro) Maestro, vamos entrar no Clima do Carnaval! Todo mundo junto comigo: Olha a cabeleira da Zezé, será que ela é? Sera que ela é?
Maestro toca a música. Maitê pula, dança e canta no palco. Convidados não entendem mais nada. Cristiane Torloni sai do palco discretamente. Bruna pega Zezé pelo braço e a conduz para o palco.
BRUNA - (cochicha para Zezé) Tá sendo a melhor festa de aniversário da minha vida!
Zezé sobe no palco. Constragimento entre ela e Francisco. Maitê passa o microfone para Bruna
BRUNA - (no microfone) Boa noite senhoras e senhores. Esta noite temos uma grande surpresa para este senhor que vocês conhecem por Moacir Mourão, mas que na verdade se chama Francisco Lima de Menezes, meu querido irmão!
TODOS - Óóóóóh!
FRANCISCO - (aos berros) Seguranças! Seguranças! (para Zezé) Cadê os seguranças, tchê?
BRUNA - (no microfone) A vida nos revela grandes surpresas. Posso dizer para ti, meu irmão, que tu foi a mais desagradável de todas. Tu não passa de um verme!
FRANCISCO - Se tu não calar essa tua boca, eu juro que eu.. que eu...
Francisco levanta a mão para agredir Bruna.
ZEZÉ - Francisco, pelo amor de Deus!
Francisco olha o redor. Convidados fuzilam Francisco com os olhares. Imprensa está em polvorosa com o escândalo.
LUCIANO HUCK ( para Angélica) - Loucura, loucura, loucura!
BRUNA - Ah, vai me bater? É só o que falta mesmo depois que tu roubou todo o nosso patrimônio Tudo isso com ajuda dessa daí (aponta para Zezé) que esse monstro apresentou como esposa dele, mas que na verdade não passa de uma empregadinha de merda!
MAITÊ - (aos berros) É isso mesmo, eu que sou a esposa dele!
FRANCISCO - Esse filho nem é meu!
Maitê olha com certo desespero para Bruna, como se pedisse para tirar ela daquela situação em que Francisco pode virar o jogo.
BRUNA - (blefa para o público) Vocês acreditam nessa tentativa do meu irmão em querer tirar o corpo fora?
Convidados manifestam que estão em dúvida. Francisco e Zezé se animam com a situação. Maitê começa a ficar preocupada.
MAITÊ - (para Bruna) Estamos perdendo, cunhada... agora é a hora, chama!
BRUNA - Para que não restem dúvidas de quem vocês estão acolhendo nesse círculo tão seleto, chamo uma pessoa especial. Pode entrar!
Maitê cochicha alguma coisa para Maestro. Maestro faz sinal para sua orquestra. Música triste. Laura surge linda e imponente.
FRANCISCO - (surpreso) Mamãe!
BRUNA - (para Francisco) Nossa mãe, Francisco. Tava viva esses anos todos. Internada em um manicômio, o mesmo que tu nos internou.
Francisco se emociona. Dona Laura fica no centro do salão. Convidados dão espaço para que se forme um círculo onde ela fique sozinha. Vemos destacado ao fundo o Delegado Amaral (45) e mais dois policiais à paisana.
FRANCISCO - (feliz) Mamãe!
Francisco desce do palco caminha lentamente em direção a Laura, segurando-se para não chorar. Maitê pega o microfone sem fio, circula entre os convidados e narra o momento.
MAITE - É muita emoção! Mãe e filho se reencontram mais de vinte anos depois! Pode isso, Arnaldo?
Francisco se ajoelha diante de Laura e chora. Maestro manda a música ficar mais intensa. Aos prantos, Francisco pega na mão de Laura com a intenção de beijá-la. Laura tira a mão e dá um sonoro tapa na cara de Francisco.
TODOS - Óóóóóh!
Música cessa. Zezé esconde a cara de vergonha. Silêncio. Todos escutam a conversa.
LAURA - (rude) Eu preferia nunca ter voltado à razão e saber que um dos filhos que saiu de dentro de mim é um cafajeste, um impostor, (ríspida) um bandido, (chora de raiva) um assassino!
TODOS - Óóóóóh!
Burburinho entre o público.
LIÈGE MONTEIRO - Já tinha presenciado algo assim, Ricardo?
RICARDO AMARAL - Nem nos loucos anos 70.
Francisco se comporta como uma criança sendo repreendido pela mãe.
FRANCISCO - Não é verdade mamãe.
LAURA - Olha bem no olho.O que eu disse é mentira?
FRANCISCO - Não, mamãe, é tudo verdade.
LAURA - Então porque tu matou teu pai, meu filho?
FRANCISCO - Ele não era o meu pai, nem meu e nem de Bruna. Eu mandei a Zezé colocar veneno apenas na taça de vinho dele e paguei o médico para que atestasse morte natural na certidão de óbito!
TODOS - Óóóóóh!
ZEZÉ - (repreende) Francisquinho, cala essa boca!
FRANCISCO - Ele sabia que não poderia nos deserdar, Bruna, mesmo se fizessemos um DNA.
MAITÊ - Perdemos uma baita chance de aparecer no Ratinho!
BRUNA- Na miséria nós não ficaríamos.Mesmo não sendo legítimos
FRANCISCO - Metade da fortuna pra bastarda? Isso era uma injustiça. Quem aguentava as rabugices, mandos e desmandos dele, hein tchê? Tu? Não, eu!
Os convidados estão perplexos.
FRANCISCO - O ódio que o Tarcísio sentia da senhora e de mim e da Bruna era tanto que eu ouvi ele dizer ao telefone que uma das últimas coisas que ia fazer enquanto estivesse vivo seria passar todos os bens que ele pudesse para a pessoa que tinha direito. E ele fez isso, mãe. Mas eu fui mais rápido que ele. Foi por isso que eu empurrei a Gisele da sacada do Copacabana Palace, para dar um fim logo nessa herdeirinha.
TODOS - Óóóóóh!
Delegado Amaral se aproxima de Francisco. Um policial se aproxima de Zezé.
DELEGADO AMARAL - (mostra distintivo) Polícia! Senhor Francisco, Mourão ou seja lá como o senhor se chama, e Dona Zezé, por favor, queiram nos acompanhar até a Delegacia de Homicídios. Os senhores tem o direito de permanecerem calados! (para a equipe de TV) Vou solicitar cópias dessas imagens para a investigação.
HILDEGARD ANGEL- Não creio que convidaram delegado e policiais para uma festa dessas!
DANUZA LEÃO - Esses gaúchos têm muito o que aprender aqui no Rio.
LAURA - Meu filho, tu matou a pessoa errada. Essa Gisele não tinha nada a ver com a história. Ela não era herdeira de nada.
FRANCISCO - E quem é então?
LAURA - Tarcísio teve um filho, antes de tu e sua irmã. Eu sumi com a criança. Lembro que tinha um sinal de nascença. Uma pinta no lado esquerdo do bumbum.
ZEZÉ - Uma pinta no lado esquerdo do bumbum?
Laura faz sinal para Maitê. Maitê vai em direção à porta fechada. Maitê abre a porta. Estamos acompanhando o percurso entre a porta da festa e o palco pelo ponto de vista do legítimo herdeiro de Tarcísio.
ZEZÉ - (perplexa) Você?
Entra Jerônimo, o ex-marido de Zezé, vestido impecavelmente.
JERÔNIMO - Buenas!
LUIZA BRUNET - Desse gatão?
GRAZI MASSAFERA - Agora ele podia mostrar a tal da pinta.
Cauã faz cara de bravo pra Grazi.
ZEZÉ - Jerônimo? Então... ele é o dono de todo aquele império de São Barreto?
BRUNA - Perdeu, Zezé... tu tá indo pra prisão e nós aqui, grávidas do herdeiro legítimo!
MAITÊ - (para Zezé) Apertei tanto aquela pinta! (para Bruna ) Tu também, né cunhadinha?
ZEZÉ - Malditas!
VOZ FEMININA - (em off) Mostra a pinta aí, gatão!
MULHERIO DA FESTA - (para Jerônimo) Mostra! Mostra! Mostra!
DELEGADO AMARAL - Vamos!
JERÔNIMO - Faço questão de ver essa china véia entrando na viatura.
Zezé sai da sala acompanhada por um policial e por Jerônimo. Francisco faz menção de sair, mas Maitê interpela.
MAITÊ - (para Delegado Amaral) Espere! (para Francisco) Ah, ex-Momozão, antes que eu me esqueça, tenho só uma coisinha pra te dar!
Maitê dá um chute no saco com vontade em Francisco. Ele urra de dor.
IKE BATISTA - Esse foi Golpe Baixo!
LUCIANO HUCK - Doeu em mim!
Laura para na frente de Francisco. Semblante frio. Francisco ainda dolorido.
FRANCISCO - Mãe, (t) tu me perdoa por tudo o que eu fiz?
Laura não responde. Longo silêncio. Todos na expectativa pela resposta de Laura. Ouve-se um tiro do lado de fora. Susto. Todos os convidados saem para fora. Mistério.
Corta para:
CENA 05 - Mansão de Francisco - Fachada - Ext - Noite
Convidados saem às pressas da mansão. O policial que estava acompanhando Zezé está morto. Vemos um tiro certeiro no corpo do defunto. Todos rondam o cadáver. Nota-se a falta da arma do policial. Bruna, Maitê, Laura, Francisco e Delegado Amaral enxerguam Zezé armada conduzindo Jerônimo. Zezé dá uma coronhada na cabeça Jerônimo com a arma e o joga para dentro de um carro importado. Francisco avança em direção ao carro de Zezé.
FRANCISCO - (grita) Zezééééé!
DELEGADO AMARAL: Parado aí!
Francisco chega mais perto de Zezé
FRANCISCO - Vamos fugir, meu amor!
Zezé olha com ódio para Francisco. Zezé aponta a arma para Francisco.
ZEZÉ - Eu já tinha tudo.Você me arruinou!
Zezé atira e acerta em cheio no peito de Francisco.
LAURA: (em pânico) Nãããããooo!!!
Convidados se recolhem apavorados para dentro da mansão, exceto Bruna, Maitê, Creusa, Laura e Delegado Amaral. Zezé entra no carro e foge em alta velocidade.
DELEGADO AMARAL - (para policial 2) Anota a placa e chame reforço no rádio! Avise que a arma do policial assassinado foi roubada.
Bruna e Maitê estão ao redor do corpo moribundo de Francisco.
CREUZA - Esse já virou presunto. Agora quem precisa ser salvo é o Jerônimo.Xá comigo!
Creuza entra no carro.Bruna e Maitê entram em seguida.
BRUNA - Vou junto!
MAITÊ -Eu também.
CREUZA - Meninas,vai ser perigoso,cês tão grávidas!
BRUNA - Nunca contrarie as vontades de uma grávida!
MAITÊ -De duas!
CREUZA- Sem perda de tempo,bora!
Creuza parte em altíssima velocidade. Laura se ajoelha diante de Francisco morto.
LAURA - Descanse em paz, meu filho.
Laura bota a mão no ventre e chora. Tristeza.
Corta para:
CENA 06 - Carro Creuza- Int - Noite
BRUNA - Onde a Zezé tá indo?
CREUZA - Prum lixão.
MAITÊ - A cara dela. Paris, Roma, Nova York, Assunción... e ela me vai justo prum lixão? Onde fica?
CREUZA- Sei lá... só sei que era pra lá que vocês duas iam.
BRUNA - Nós?
CREUZA - Sim, as covas tão até aberta!
BRUNA- (medrosa) Não dá pra deixar a gente no caminho?
CREUZA- Cês querem ou não pegar o pai dos filhos de vocês vivo?
Bruna e Maitê se olham assustadas.
Corta para:
CENA 07 - Rio de Janeiro - Estrada para o Lixão - Ext - Noite
Creuza persegue carro de Zezé. As ruas vão ficando cada vez mais estreitas e escuras. Curvas perigosas. Visões do alto do Rio de Janeiro. Qualquer descuido na direção do volante pode virar uma tragédia. Creuza encara com coragem. Bruna está fria com essa situação. Maitê em pânico. Muita agilidade na perseguição.
Corta para:
CENA 08 - Carro de Zezé - Int - Noite
JERÔNIMO - Vai com calma, tchê. Olha dereito essas picada, não tamo em São Barreto! Tá querendo que eu bata as bota, é?
ZEZÉ - A ideia é essa! Mas antes tenho que me livrar das duas mães dos seus filhos que tão atrás da gente.
JERÔNIMO - Cuidado!
Zezé quase bate num caminhão, mas consegue desviar. Carro quase capota. Zezé se irrita e dá um tiro no braço de Jerônimo. Jerônimo grita de dor.
ZEZÉ - Isso vai te acalmar. Se me der outro susto leva mais chumbo.
JERÔNIMO - Logo agora que lavei a égua de tão rico... Alegria de pobre é mais curto que coice de porco mesmo.
ZEZÉ - Cê não vai ter tempo de herdar um verdadeiro império, mas vai herdar o maior dos Reinos: o do céu!
Corta para:
CENA 09 - Estrada para o Lixão - Ext - Noite.
Carro de Zezé acelera. Creuza faz o mesmo. Vemos áreas com crucifixos e balas de revólver. Clima macabro.
Corta para:
CENA 10 - Lixão - Ext - Noite.
O lugar é escuro e sinistro. Carro de Zezé está ao lado de duas covas já feitas, iluminadas apenas pelos faróis do carro. Vemos uma pá ao lado de um monte de terra. Zezé está rondando Jerônimo com uma arma. Carro de Creuza chega em alta velocidade. Carro breca. Todas descem do carro muito rapidamente.
ZEZÉ - Mas quanto tempo!
CREUZA - Sem gracinhas!
ZEZÉ - Eu estava me debatendo aqui sobre quantas balas ainda preciso para dar um fim em todos vocês. O primeiro foi o mosca-morta do Francisco. Agora vai ser com o Jerônimo.
BRUNA - Tu não vai fazer isso!
ZEZÉ - Ah, não?
Zezé dá um tiro em Jerônimo e ele cai para dentro de uma das covas.
Maitê e Bruna gritam desesperadas. Tensão. Perigo. Creuza acalma as duas.
ZEZÉ - Onde é que eu tava mesmo? Ah, sim, eu tava na minha lista de balas, não é. Então continuando... (aponta arma para Creuza) agora vai ser essa machorra repugnante. Mas quero que ela morra sabendo que depois dela vai ser essa cadela siliconada e mais outra para essa picolé de chuchu que é a Bruna!
BRUNA - Louca!
Maitê grita.
MAITÊ - A bolsa estorou!
BRUNA - Até em momentos como esse tu consegue ser inconveniente, tchê?
MAITÊ - O que eu posso fazer cunhada?
ZEZÉ - (pensativa)Será que eu preciso de mais duas balas para dar fim aos bebês? Acho que sim, né? (ri) Vai ser bem mais divertido...
CREUZA - Ah, mas cê não vai fazer isso mesmo.
ZEZÉ - E quem vai me impedir? Você e esse seu estilete ridículo? Se enxerga!
Creuza olha para seu estilete. Maitê passa muito mal. Atrás de Zezé, vemos que Jerônimo se levanta da cova com muita dificuldade, sem fazer barulho. Jerônimo pega a pá que está ao lado do monte de terra e se aproxima de Zezé. Ela não percebe.
ZEZÉ - Esses bebês são bastardos, o bonitão herdeiro de toda a fortuna é meu marido! Meu marido! Tenho direito até de escolher que jeito eu quero que esses bebês morram: com um tiro, se degolados, carneados que nem pequenos leitões e.../
Jerônimo levanta a pá e tenta acertar a cabeça de Zezé com a máxima força que consegue. Jerônimo erra e cai no chão. Zezé aponta arma para Jerônimo.
ZEZÉ - Morra desgraçado!
Creuza saca um revólver escondido na cintura e dá um tiro nas costas de Zezé. Bruna e Maitê entram em pânico. Zezé cai no chão, não está morta. Creuza se aproxima de Zezé.
CREUZA - Vaso ruim não quebra mesmo.
MAITÊ - (em trabalho de parto) Bom mesmo é Baccarat, já quebramos dois até agora!
Bruna se aproxima de Jerônimo.
BRUNA - Jerônimo, tu tá bem?
JERÔNIMO - (fraco) Tô viúvo ou não tô?
CREUZA - Quase... Deixa a diaba sofre um pouquinho.
MAITÊ- Sua arma foi a salvação, Creuza.
CREUZA - Foi bom eu confiscar a arma do Chefe de Segurança.
BRUNA - Ai!
CREUZA - O que foi?
BRUNA - Minha bolsa, também estourou!
MAITÊ - Creuza, pelo amor de Deus, nos leva pro hospital tchê!
CREUZA - Só depois que eu marcar o último C e E que eu vou fazer na cara de alguém!
Creuza pega o estilete e encosta no rosto de Zezé, moribunda. A policia chega, como sempre, atrasada.
Corta para:
CENA 11 - São Barreto - Ext - Dia
Planos gerais de localização e longa passagem de tempo. Clima de paz. Amanhecer. Vemos no pórtico: “Bem Vindo a São Barreto: terra da paz, caráter e da honestidade. Patrocínio: Tarcísio Lima de Menezes”. Os planos terminam em frente ao Palacete.
CENA 12 Palacete - Fachada - Ext - Noite.
Carro de Creuza chega. Descem Jerônimo, Creuza Laura, Bruna, e Maitê com duas criancas.
CREUZA - Mas vão morar longe assim na puta que o pariu! Não aguento mais...
LAURA - (encantada) O palacete! Continua tão imponente quanto era na minha memória.
Pompeo Ludifierro, o atual dono do palacete, aparece.
POMPEO - E eu continuo na tua memória, Laura?
LAURA - Pompeo?
POMPEO - (para Laura) Então tu tá mesmo viva como andam dizendo por aqui. Que bueno... temos uma conta para acertar no passado entre nós dois, não é mesmo?
CREUZA - Quem é essa figura?
BRUNA - O novo dono do Palacete, um desgraçado que nos expulsou a pontapés.
LAURA - Fui muito apaixonada por ele, minha filha, mas não deu certo.
BRUNA - Não vai me dizer que esse foi o moleque que te engravidou? (para Pompeo) Meu pai?
LAURA - Prefiro não comentar.
POMPEO -Acha que eu expulsaria uma filha minha a pontapés?
BRUNA - (desconfiada) Acho que não.
MAITÊ - (cochicha para Bruna) Acho que o Ex-Momozão teve mesmo a quem puxar!
Fusão para:
CENA 13 - Palacete - Sala - Int - Dia.
Passagem de tempo. Vemos mobiliário antigo do palacete. Fusão para uma nova mobília do ambiente completamente mudada: mais jovial e cores menos aristocráticas. Jerônimo está terminando de trocar fraldas de uma de suas filhas.Creuza sofre pra ajudar na outra. Maitê está mais simples em sua aparência. Bruna está melhor cuidada.
LAURA - Tudo o que vocês passaram é algo que eu só acredito se fosse em uma novela.(t) Mas cadê o meu querido marido que não desde nunca do quarto? (grita) Queridoooo!
Pompeo desce das escadas.
POMPEO - Fala amor!
LAURA - Vamos que estamos atrasados pro batizado das minhas pimpolhas.
POMPEO - Só se for agora... (brincando com as crianças) Cadê as netas mais lindas do vovô Pompeo?
LAURA - Ai ai, até parece que você é o avô delas mesmo.
POMPEO - E por que não? (baixinho para Laura) Quando vamos contar pra Bruna a verdade? Não aguento mais!
LAURA - (para Pompeo, discreta) Fica frio, deixa comigo querido. Primeiro ela tem que aprender a gostar de ti. Tudo ao seu tempo.
JERÔNIMO - Eu vou com vocês. Me ajudem com minhas crias?
CREUZA - Nossas! O pai não é só quem faz. É quem cria também!
Laura e Pompeo ajudam Jerônimo e Creuza com as crianças. Colocam no carrinho de bebê.
BRUNA - Sabe o que eu tava me lembrando agora, cunhada?
MAITÊ - Diga.
BRUNA - Do cadela siliconada!
Maitê e Bruna riem. Bruna se vira e pega na mão de Maitê .
BRUNA- Depois de tudo o que eu passei , só quero uma coisa pra minha vida. Amor!
MAITÊ - Leu livro de autoajuda de R$1,99? Depois reclama de mim.
BRUNA- Li no livro da minha vida! Faço questão de viver os amores que hoje me cercam: minha filha, tua filha que eu trato como se fosse minha, mamãe, até mesmo o marido da minha mãe, Creuza... e a minha favorita.
MAITÊ- Quem?
BRUNA- Tu!
Bruna e Maitê se abraçam.
Laura e Pompeo se beijam e abrem a porta do palacete. Maitê e Creuza se beijam e saem com um das bebês no carrinho. Bruna e Jerônimo se beijam e saem com outro carrinho.
CENA 14 - Palacete - Fachada - Ext - Dia
Alegria. O céu está lindo na primavera gaúcha. Laura e Pompeo riem e bricam com as crianças pelas ruas de São Barreto. Bruna, Maitê, Jerônimo e Creuza seguem atrás deles, entrando na brincadeira. Todos se afastam a medida que vão caminhando. Pouco tempo depois, vemos um vulto que se aproxima da entrada do Palacete e coloca uma carta sem remetente na caixa de correios. Câmera abre: é Mariante,o fofoqueiro da cidade! Mariante olha para a câmera e pisca com um olho só. Nova intriga começa, novo GOLPE BAIXO em vista.
CENA 01 - Mansão de Francisco - Sala Principal - Int - Noite
Continuação imediata da cena final do capítulo anterior. Francisco está perplexo com Maitê saindo do bolo gigante de aniversário. Convidados aplaudem. Fotógrafos e equipes de imprensa se aproximam para gravar cada ângulo do acontecimento. Bruna chega perto do apresentador Amaury Neto.
BRUNA - Quer ser campeão de audiência? Filma cada detalhe desta festa.
Maitê está vestida que nem Marylin Monroe quando cantou para o Presidente Kennedy nos anos 60, porém deixando toda a barriga de gestante à mostra. Maitê canta Happy Birthday to You com a seguinte letra: “Happy Birthday to you / Happy Birthday to You / Happy Birthday dear Cotton King / Happy Birthday to you”. E solta um beijinho pra Francisco. Bruna aparece na frente de Francisco e o assusta.
BRUNA - Não vai me dar os parabéns, irmãozinho? Somos gêmeos, esqueceu?
Corta para
CENA 02 - Mansão de Francisco - Pátio - Ext - Noite
Zezé está apavorada com a presença de Creuza Elesbão.
ZEZÉ - O que cê tá fazendo aqui, sapatona dos infernos?
CREUZA - Vim matar a saudade. Já que aqui não dá pra matar de quem eu tô com saudades, né Maria Josefa?
ZEZÉ - Cê tá horrorosa.
CREUZA - Cê ainda tá no esquema. Pegava fácil.
ZEZÉ - Vai sonhando, não sou pro seu bico.
CREUZA - Mas já foi. E muito! Cê desgraçou minha vida.
ZEZÉ - Já esqueci.
CREUZA - Cê que me fez cair no mundo, sua desgraçada. Tive que abandonar pai, mãe, família... Eu ia ser freira! Eu, Creusa Elesbão... freira!
ZEZÉ - Devia me agradecer. Hoje cê poderia ser uma madre superiora atacando tudo que era noviça.
CREUZA - Tive que roubar, matar, mentir, trapacear... tudo porque acreditei no seu amor e depois você dar a elza na mixaria que eu tinha.
ZEZÉ - Bota mixaria nisso... só consegui foi um casebre num fim de mundo. Minha vida também não foi mole não. Mas os esforços valeram a pena.
Zezé dá uma volta se exibindo para Creuza.
CREUZA - Olha onde eu cheguei.
CREUZA - Tô vendo... tá bonitona, bem arrumada... pena que com a grana das minhas colegas! Que vontade de talhar um C e um E nessa tua cara.
ZEZÉ - Então era você que tava ajudando aquelas duas palhaças? Foi no lado errado, parceira. Tenho um servicinho muito melhor pra você. Elas tão acabadas.
CREUZA - (fingindo interesse) Conta aí o esquema pra sua Creuza.
ZEZÉ - Suas amiguinhas tão ali naquela edícola presas. Agora eu sou uma dama da sociedade carioca e não posso sujar as minhas mãos .
CREUZA - Hum... e o que é que eu tenho a ver com esse papo todo?
ZEZÉ - Então, preciso de alguém que leve as duas bonecas pra um lixão e simplesmente dê um fim nelas. Sei que pra você é moleza. Ah, pensei em tudo: as covas já tão até abertas. (olha nos olhos de Creuza) E serei muito generosa. Em nome dos velhos tempos!
Longo silêncio. Expectativa de resposta de Creuza.
CREUZA - Acho que uma dessas bonecas tá ali em cima do palco.
Creuza aponta para o show que Maitê está fazendo dentro da mansão. Zezé vai para um canto onde tem visão do que está acontecendo na festa.
ZEZÉ - Mas o que é que aquela cadela siliconada tá fazendo na festa? Cadê esses seguranças que não fizeram o serviço como eu mandei? Eu mato aqueles cretinos!
Zezé sai em direção à mansão. Some na entre os convidados.Creuza vai pro outro lado.
Corta para:
CENA 03 - Mansão de Francisco - Edícola - Int - Noite
O Chefe de Segurança e mais quatro seguranças estão pelados fazendo a maior farra com Vivi e Margot. Em um canto estão as roupas e uma arma do Chefe de Segurança. Vemos apenas uma mão, pegando a arma do Chefe de Segurança discretamente, sem ninguém perceber.
Corta para:
CENA 04- Mansão de Francisco - Sala Principal - Int - Noite
Continuação da cena 01.
Maitê conquista a plateia. Salva de palmas. Muitos flashes. Termina o show. Maitê sobe ao palco. Maitê arranca o microfone das mãos da Cristiane Torloni.
MAITE - Pena que não foi da Suzana Vieira , né gentchê?
Todos riem. Francisco embaraçado. Bruna apenas olha o irmão com desprezo.
MAITÊ - Então pessoal, já viram uma grávida tão linda, sexy e sensual como essa?
TODOS - Nãããão!
MAITÊ - Bah, gente, eu já sou gaúcha e a miséria que eu tinha de modéstia foi pro espaço. Mas chega de falar em mim. Vamos falar do aniversarianteeeeeeee!
Francisco sobre ao palco e interrompe Maitê.
FRANCISCO - Não precisam falar de mim. Acho que já podemos abrir a pista. Maestro, músi.../
MAITÊ - Ah, mas a surpresa vai começar agora! Vocês querem que eu vá embora, pessoal?
TODOS - Nãããão!
MAITE - Cadê a Zezé? Gentchê, vocês sabem quem é a Zezé?
Pessoas olham entre si fazendo sinal negativo. Zezé entra na sala. Bruna aponta para Zezé.
BRUNA - (grita) A Zezé tá aqui, cunhada!
BRUNO CHATEAUBRIAN - Mas essa daí não é a esposa do Moacir Mourão?
NARCISA TAMBORIDEGUY - Zezé é o nome dela? Mas no convite era outro que tava escrito. Ai, que loucura!
IKE BATISTA - Ouvi meu nome?
Maitê chega no limite da extravagância.
MAITÊ - Olha a Zezé aí gente! (para Maestro) Maestro, vamos entrar no Clima do Carnaval! Todo mundo junto comigo: Olha a cabeleira da Zezé, será que ela é? Sera que ela é?
Maestro toca a música. Maitê pula, dança e canta no palco. Convidados não entendem mais nada. Cristiane Torloni sai do palco discretamente. Bruna pega Zezé pelo braço e a conduz para o palco.
BRUNA - (cochicha para Zezé) Tá sendo a melhor festa de aniversário da minha vida!
Zezé sobe no palco. Constragimento entre ela e Francisco. Maitê passa o microfone para Bruna
BRUNA - (no microfone) Boa noite senhoras e senhores. Esta noite temos uma grande surpresa para este senhor que vocês conhecem por Moacir Mourão, mas que na verdade se chama Francisco Lima de Menezes, meu querido irmão!
TODOS - Óóóóóh!
FRANCISCO - (aos berros) Seguranças! Seguranças! (para Zezé) Cadê os seguranças, tchê?
BRUNA - (no microfone) A vida nos revela grandes surpresas. Posso dizer para ti, meu irmão, que tu foi a mais desagradável de todas. Tu não passa de um verme!
FRANCISCO - Se tu não calar essa tua boca, eu juro que eu.. que eu...
Francisco levanta a mão para agredir Bruna.
ZEZÉ - Francisco, pelo amor de Deus!
Francisco olha o redor. Convidados fuzilam Francisco com os olhares. Imprensa está em polvorosa com o escândalo.
LUCIANO HUCK ( para Angélica) - Loucura, loucura, loucura!
BRUNA - Ah, vai me bater? É só o que falta mesmo depois que tu roubou todo o nosso patrimônio Tudo isso com ajuda dessa daí (aponta para Zezé) que esse monstro apresentou como esposa dele, mas que na verdade não passa de uma empregadinha de merda!
MAITÊ - (aos berros) É isso mesmo, eu que sou a esposa dele!
FRANCISCO - Esse filho nem é meu!
Maitê olha com certo desespero para Bruna, como se pedisse para tirar ela daquela situação em que Francisco pode virar o jogo.
BRUNA - (blefa para o público) Vocês acreditam nessa tentativa do meu irmão em querer tirar o corpo fora?
Convidados manifestam que estão em dúvida. Francisco e Zezé se animam com a situação. Maitê começa a ficar preocupada.
MAITÊ - (para Bruna) Estamos perdendo, cunhada... agora é a hora, chama!
BRUNA - Para que não restem dúvidas de quem vocês estão acolhendo nesse círculo tão seleto, chamo uma pessoa especial. Pode entrar!
Maitê cochicha alguma coisa para Maestro. Maestro faz sinal para sua orquestra. Música triste. Laura surge linda e imponente.
FRANCISCO - (surpreso) Mamãe!
BRUNA - (para Francisco) Nossa mãe, Francisco. Tava viva esses anos todos. Internada em um manicômio, o mesmo que tu nos internou.
Francisco se emociona. Dona Laura fica no centro do salão. Convidados dão espaço para que se forme um círculo onde ela fique sozinha. Vemos destacado ao fundo o Delegado Amaral (45) e mais dois policiais à paisana.
FRANCISCO - (feliz) Mamãe!
Francisco desce do palco caminha lentamente em direção a Laura, segurando-se para não chorar. Maitê pega o microfone sem fio, circula entre os convidados e narra o momento.
MAITE - É muita emoção! Mãe e filho se reencontram mais de vinte anos depois! Pode isso, Arnaldo?
Francisco se ajoelha diante de Laura e chora. Maestro manda a música ficar mais intensa. Aos prantos, Francisco pega na mão de Laura com a intenção de beijá-la. Laura tira a mão e dá um sonoro tapa na cara de Francisco.
TODOS - Óóóóóh!
Música cessa. Zezé esconde a cara de vergonha. Silêncio. Todos escutam a conversa.
LAURA - (rude) Eu preferia nunca ter voltado à razão e saber que um dos filhos que saiu de dentro de mim é um cafajeste, um impostor, (ríspida) um bandido, (chora de raiva) um assassino!
TODOS - Óóóóóh!
Burburinho entre o público.
LIÈGE MONTEIRO - Já tinha presenciado algo assim, Ricardo?
RICARDO AMARAL - Nem nos loucos anos 70.
Francisco se comporta como uma criança sendo repreendido pela mãe.
FRANCISCO - Não é verdade mamãe.
LAURA - Olha bem no olho.O que eu disse é mentira?
FRANCISCO - Não, mamãe, é tudo verdade.
LAURA - Então porque tu matou teu pai, meu filho?
FRANCISCO - Ele não era o meu pai, nem meu e nem de Bruna. Eu mandei a Zezé colocar veneno apenas na taça de vinho dele e paguei o médico para que atestasse morte natural na certidão de óbito!
TODOS - Óóóóóh!
ZEZÉ - (repreende) Francisquinho, cala essa boca!
FRANCISCO - Ele sabia que não poderia nos deserdar, Bruna, mesmo se fizessemos um DNA.
MAITÊ - Perdemos uma baita chance de aparecer no Ratinho!
BRUNA- Na miséria nós não ficaríamos.Mesmo não sendo legítimos
FRANCISCO - Metade da fortuna pra bastarda? Isso era uma injustiça. Quem aguentava as rabugices, mandos e desmandos dele, hein tchê? Tu? Não, eu!
Os convidados estão perplexos.
FRANCISCO - O ódio que o Tarcísio sentia da senhora e de mim e da Bruna era tanto que eu ouvi ele dizer ao telefone que uma das últimas coisas que ia fazer enquanto estivesse vivo seria passar todos os bens que ele pudesse para a pessoa que tinha direito. E ele fez isso, mãe. Mas eu fui mais rápido que ele. Foi por isso que eu empurrei a Gisele da sacada do Copacabana Palace, para dar um fim logo nessa herdeirinha.
TODOS - Óóóóóh!
Delegado Amaral se aproxima de Francisco. Um policial se aproxima de Zezé.
DELEGADO AMARAL - (mostra distintivo) Polícia! Senhor Francisco, Mourão ou seja lá como o senhor se chama, e Dona Zezé, por favor, queiram nos acompanhar até a Delegacia de Homicídios. Os senhores tem o direito de permanecerem calados! (para a equipe de TV) Vou solicitar cópias dessas imagens para a investigação.
HILDEGARD ANGEL- Não creio que convidaram delegado e policiais para uma festa dessas!
DANUZA LEÃO - Esses gaúchos têm muito o que aprender aqui no Rio.
LAURA - Meu filho, tu matou a pessoa errada. Essa Gisele não tinha nada a ver com a história. Ela não era herdeira de nada.
FRANCISCO - E quem é então?
LAURA - Tarcísio teve um filho, antes de tu e sua irmã. Eu sumi com a criança. Lembro que tinha um sinal de nascença. Uma pinta no lado esquerdo do bumbum.
ZEZÉ - Uma pinta no lado esquerdo do bumbum?
Laura faz sinal para Maitê. Maitê vai em direção à porta fechada. Maitê abre a porta. Estamos acompanhando o percurso entre a porta da festa e o palco pelo ponto de vista do legítimo herdeiro de Tarcísio.
ZEZÉ - (perplexa) Você?
Entra Jerônimo, o ex-marido de Zezé, vestido impecavelmente.
JERÔNIMO - Buenas!
LUIZA BRUNET - Desse gatão?
GRAZI MASSAFERA - Agora ele podia mostrar a tal da pinta.
Cauã faz cara de bravo pra Grazi.
ZEZÉ - Jerônimo? Então... ele é o dono de todo aquele império de São Barreto?
BRUNA - Perdeu, Zezé... tu tá indo pra prisão e nós aqui, grávidas do herdeiro legítimo!
MAITÊ - (para Zezé) Apertei tanto aquela pinta! (para Bruna ) Tu também, né cunhadinha?
ZEZÉ - Malditas!
VOZ FEMININA - (em off) Mostra a pinta aí, gatão!
MULHERIO DA FESTA - (para Jerônimo) Mostra! Mostra! Mostra!
DELEGADO AMARAL - Vamos!
JERÔNIMO - Faço questão de ver essa china véia entrando na viatura.
Zezé sai da sala acompanhada por um policial e por Jerônimo. Francisco faz menção de sair, mas Maitê interpela.
MAITÊ - (para Delegado Amaral) Espere! (para Francisco) Ah, ex-Momozão, antes que eu me esqueça, tenho só uma coisinha pra te dar!
Maitê dá um chute no saco com vontade em Francisco. Ele urra de dor.
IKE BATISTA - Esse foi Golpe Baixo!
LUCIANO HUCK - Doeu em mim!
Laura para na frente de Francisco. Semblante frio. Francisco ainda dolorido.
FRANCISCO - Mãe, (t) tu me perdoa por tudo o que eu fiz?
Laura não responde. Longo silêncio. Todos na expectativa pela resposta de Laura. Ouve-se um tiro do lado de fora. Susto. Todos os convidados saem para fora. Mistério.
Corta para:
CENA 05 - Mansão de Francisco - Fachada - Ext - Noite
Convidados saem às pressas da mansão. O policial que estava acompanhando Zezé está morto. Vemos um tiro certeiro no corpo do defunto. Todos rondam o cadáver. Nota-se a falta da arma do policial. Bruna, Maitê, Laura, Francisco e Delegado Amaral enxerguam Zezé armada conduzindo Jerônimo. Zezé dá uma coronhada na cabeça Jerônimo com a arma e o joga para dentro de um carro importado. Francisco avança em direção ao carro de Zezé.
FRANCISCO - (grita) Zezééééé!
DELEGADO AMARAL: Parado aí!
Francisco chega mais perto de Zezé
FRANCISCO - Vamos fugir, meu amor!
Zezé olha com ódio para Francisco. Zezé aponta a arma para Francisco.
ZEZÉ - Eu já tinha tudo.Você me arruinou!
Zezé atira e acerta em cheio no peito de Francisco.
LAURA: (em pânico) Nãããããooo!!!
Convidados se recolhem apavorados para dentro da mansão, exceto Bruna, Maitê, Creusa, Laura e Delegado Amaral. Zezé entra no carro e foge em alta velocidade.
DELEGADO AMARAL - (para policial 2) Anota a placa e chame reforço no rádio! Avise que a arma do policial assassinado foi roubada.
Bruna e Maitê estão ao redor do corpo moribundo de Francisco.
CREUZA - Esse já virou presunto. Agora quem precisa ser salvo é o Jerônimo.Xá comigo!
Creuza entra no carro.Bruna e Maitê entram em seguida.
BRUNA - Vou junto!
MAITÊ -Eu também.
CREUZA - Meninas,vai ser perigoso,cês tão grávidas!
BRUNA - Nunca contrarie as vontades de uma grávida!
MAITÊ -De duas!
CREUZA- Sem perda de tempo,bora!
Creuza parte em altíssima velocidade. Laura se ajoelha diante de Francisco morto.
LAURA - Descanse em paz, meu filho.
Laura bota a mão no ventre e chora. Tristeza.
Corta para:
CENA 06 - Carro Creuza- Int - Noite
BRUNA - Onde a Zezé tá indo?
CREUZA - Prum lixão.
MAITÊ - A cara dela. Paris, Roma, Nova York, Assunción... e ela me vai justo prum lixão? Onde fica?
CREUZA- Sei lá... só sei que era pra lá que vocês duas iam.
BRUNA - Nós?
CREUZA - Sim, as covas tão até aberta!
BRUNA- (medrosa) Não dá pra deixar a gente no caminho?
CREUZA- Cês querem ou não pegar o pai dos filhos de vocês vivo?
Bruna e Maitê se olham assustadas.
Corta para:
CENA 07 - Rio de Janeiro - Estrada para o Lixão - Ext - Noite
Creuza persegue carro de Zezé. As ruas vão ficando cada vez mais estreitas e escuras. Curvas perigosas. Visões do alto do Rio de Janeiro. Qualquer descuido na direção do volante pode virar uma tragédia. Creuza encara com coragem. Bruna está fria com essa situação. Maitê em pânico. Muita agilidade na perseguição.
Corta para:
CENA 08 - Carro de Zezé - Int - Noite
JERÔNIMO - Vai com calma, tchê. Olha dereito essas picada, não tamo em São Barreto! Tá querendo que eu bata as bota, é?
ZEZÉ - A ideia é essa! Mas antes tenho que me livrar das duas mães dos seus filhos que tão atrás da gente.
JERÔNIMO - Cuidado!
Zezé quase bate num caminhão, mas consegue desviar. Carro quase capota. Zezé se irrita e dá um tiro no braço de Jerônimo. Jerônimo grita de dor.
ZEZÉ - Isso vai te acalmar. Se me der outro susto leva mais chumbo.
JERÔNIMO - Logo agora que lavei a égua de tão rico... Alegria de pobre é mais curto que coice de porco mesmo.
ZEZÉ - Cê não vai ter tempo de herdar um verdadeiro império, mas vai herdar o maior dos Reinos: o do céu!
Corta para:
CENA 09 - Estrada para o Lixão - Ext - Noite.
Carro de Zezé acelera. Creuza faz o mesmo. Vemos áreas com crucifixos e balas de revólver. Clima macabro.
Corta para:
CENA 10 - Lixão - Ext - Noite.
O lugar é escuro e sinistro. Carro de Zezé está ao lado de duas covas já feitas, iluminadas apenas pelos faróis do carro. Vemos uma pá ao lado de um monte de terra. Zezé está rondando Jerônimo com uma arma. Carro de Creuza chega em alta velocidade. Carro breca. Todas descem do carro muito rapidamente.
ZEZÉ - Mas quanto tempo!
CREUZA - Sem gracinhas!
ZEZÉ - Eu estava me debatendo aqui sobre quantas balas ainda preciso para dar um fim em todos vocês. O primeiro foi o mosca-morta do Francisco. Agora vai ser com o Jerônimo.
BRUNA - Tu não vai fazer isso!
ZEZÉ - Ah, não?
Zezé dá um tiro em Jerônimo e ele cai para dentro de uma das covas.
Maitê e Bruna gritam desesperadas. Tensão. Perigo. Creuza acalma as duas.
ZEZÉ - Onde é que eu tava mesmo? Ah, sim, eu tava na minha lista de balas, não é. Então continuando... (aponta arma para Creuza) agora vai ser essa machorra repugnante. Mas quero que ela morra sabendo que depois dela vai ser essa cadela siliconada e mais outra para essa picolé de chuchu que é a Bruna!
BRUNA - Louca!
Maitê grita.
MAITÊ - A bolsa estorou!
BRUNA - Até em momentos como esse tu consegue ser inconveniente, tchê?
MAITÊ - O que eu posso fazer cunhada?
ZEZÉ - (pensativa)Será que eu preciso de mais duas balas para dar fim aos bebês? Acho que sim, né? (ri) Vai ser bem mais divertido...
CREUZA - Ah, mas cê não vai fazer isso mesmo.
ZEZÉ - E quem vai me impedir? Você e esse seu estilete ridículo? Se enxerga!
Creuza olha para seu estilete. Maitê passa muito mal. Atrás de Zezé, vemos que Jerônimo se levanta da cova com muita dificuldade, sem fazer barulho. Jerônimo pega a pá que está ao lado do monte de terra e se aproxima de Zezé. Ela não percebe.
ZEZÉ - Esses bebês são bastardos, o bonitão herdeiro de toda a fortuna é meu marido! Meu marido! Tenho direito até de escolher que jeito eu quero que esses bebês morram: com um tiro, se degolados, carneados que nem pequenos leitões e.../
Jerônimo levanta a pá e tenta acertar a cabeça de Zezé com a máxima força que consegue. Jerônimo erra e cai no chão. Zezé aponta arma para Jerônimo.
ZEZÉ - Morra desgraçado!
Creuza saca um revólver escondido na cintura e dá um tiro nas costas de Zezé. Bruna e Maitê entram em pânico. Zezé cai no chão, não está morta. Creuza se aproxima de Zezé.
CREUZA - Vaso ruim não quebra mesmo.
MAITÊ - (em trabalho de parto) Bom mesmo é Baccarat, já quebramos dois até agora!
Bruna se aproxima de Jerônimo.
BRUNA - Jerônimo, tu tá bem?
JERÔNIMO - (fraco) Tô viúvo ou não tô?
CREUZA - Quase... Deixa a diaba sofre um pouquinho.
MAITÊ- Sua arma foi a salvação, Creuza.
CREUZA - Foi bom eu confiscar a arma do Chefe de Segurança.
BRUNA - Ai!
CREUZA - O que foi?
BRUNA - Minha bolsa, também estourou!
MAITÊ - Creuza, pelo amor de Deus, nos leva pro hospital tchê!
CREUZA - Só depois que eu marcar o último C e E que eu vou fazer na cara de alguém!
Creuza pega o estilete e encosta no rosto de Zezé, moribunda. A policia chega, como sempre, atrasada.
Corta para:
CENA 11 - São Barreto - Ext - Dia
Planos gerais de localização e longa passagem de tempo. Clima de paz. Amanhecer. Vemos no pórtico: “Bem Vindo a São Barreto: terra da paz, caráter e da honestidade. Patrocínio: Tarcísio Lima de Menezes”. Os planos terminam em frente ao Palacete.
CENA 12 Palacete - Fachada - Ext - Noite.
Carro de Creuza chega. Descem Jerônimo, Creuza Laura, Bruna, e Maitê com duas criancas.
CREUZA - Mas vão morar longe assim na puta que o pariu! Não aguento mais...
LAURA - (encantada) O palacete! Continua tão imponente quanto era na minha memória.
Pompeo Ludifierro, o atual dono do palacete, aparece.
POMPEO - E eu continuo na tua memória, Laura?
LAURA - Pompeo?
POMPEO - (para Laura) Então tu tá mesmo viva como andam dizendo por aqui. Que bueno... temos uma conta para acertar no passado entre nós dois, não é mesmo?
CREUZA - Quem é essa figura?
BRUNA - O novo dono do Palacete, um desgraçado que nos expulsou a pontapés.
LAURA - Fui muito apaixonada por ele, minha filha, mas não deu certo.
BRUNA - Não vai me dizer que esse foi o moleque que te engravidou? (para Pompeo) Meu pai?
LAURA - Prefiro não comentar.
POMPEO -Acha que eu expulsaria uma filha minha a pontapés?
BRUNA - (desconfiada) Acho que não.
MAITÊ - (cochicha para Bruna) Acho que o Ex-Momozão teve mesmo a quem puxar!
Fusão para:
CENA 13 - Palacete - Sala - Int - Dia.
Passagem de tempo. Vemos mobiliário antigo do palacete. Fusão para uma nova mobília do ambiente completamente mudada: mais jovial e cores menos aristocráticas. Jerônimo está terminando de trocar fraldas de uma de suas filhas.Creuza sofre pra ajudar na outra. Maitê está mais simples em sua aparência. Bruna está melhor cuidada.
LAURA - Tudo o que vocês passaram é algo que eu só acredito se fosse em uma novela.(t) Mas cadê o meu querido marido que não desde nunca do quarto? (grita) Queridoooo!
Pompeo desce das escadas.
POMPEO - Fala amor!
LAURA - Vamos que estamos atrasados pro batizado das minhas pimpolhas.
POMPEO - Só se for agora... (brincando com as crianças) Cadê as netas mais lindas do vovô Pompeo?
LAURA - Ai ai, até parece que você é o avô delas mesmo.
POMPEO - E por que não? (baixinho para Laura) Quando vamos contar pra Bruna a verdade? Não aguento mais!
LAURA - (para Pompeo, discreta) Fica frio, deixa comigo querido. Primeiro ela tem que aprender a gostar de ti. Tudo ao seu tempo.
JERÔNIMO - Eu vou com vocês. Me ajudem com minhas crias?
CREUZA - Nossas! O pai não é só quem faz. É quem cria também!
Laura e Pompeo ajudam Jerônimo e Creuza com as crianças. Colocam no carrinho de bebê.
BRUNA - Sabe o que eu tava me lembrando agora, cunhada?
MAITÊ - Diga.
BRUNA - Do cadela siliconada!
Maitê e Bruna riem. Bruna se vira e pega na mão de Maitê .
BRUNA- Depois de tudo o que eu passei , só quero uma coisa pra minha vida. Amor!
MAITÊ - Leu livro de autoajuda de R$1,99? Depois reclama de mim.
BRUNA- Li no livro da minha vida! Faço questão de viver os amores que hoje me cercam: minha filha, tua filha que eu trato como se fosse minha, mamãe, até mesmo o marido da minha mãe, Creuza... e a minha favorita.
MAITÊ- Quem?
BRUNA- Tu!
Bruna e Maitê se abraçam.
Laura e Pompeo se beijam e abrem a porta do palacete. Maitê e Creuza se beijam e saem com um das bebês no carrinho. Bruna e Jerônimo se beijam e saem com outro carrinho.
CENA 14 - Palacete - Fachada - Ext - Dia
Alegria. O céu está lindo na primavera gaúcha. Laura e Pompeo riem e bricam com as crianças pelas ruas de São Barreto. Bruna, Maitê, Jerônimo e Creuza seguem atrás deles, entrando na brincadeira. Todos se afastam a medida que vão caminhando. Pouco tempo depois, vemos um vulto que se aproxima da entrada do Palacete e coloca uma carta sem remetente na caixa de correios. Câmera abre: é Mariante,o fofoqueiro da cidade! Mariante olha para a câmera e pisca com um olho só. Nova intriga começa, novo GOLPE BAIXO em vista.
FIM ?
David Vallério
Lucas Nobre
São Paulo / Rio Grande do Sul
Novembro de 2011
David e Lucas, tou hiper contente pelo sucesso alcançado por Golpe Baixo... "terminada" essa blog novela, a mim resta agradecer a vocês, uns queridos que conquistaram ainda mais a minha simpatia... uma dupla talentosa, dinâmica, disciplinada e solícita. Valeu, Seus Lindos!
Obrigado também ao público que nos deu uma bela audiência, em especial aos leitores que diariamente registraram seus comentários após a publicação dos capítulos.
Até a próxima... Posso Contar Com Vocês?
Isaac Abda
Confira também os capítulos anteriores:
PA
ResponderExcluirRA
BÉNS!
Guris, não tenho palavras para dizer como amei essa novela, vocês são ótimos, por favor, não deixem de fazer a gente rir e se emocionar, imaginei cada cena na minha cabeça, o final foi surpreendente, em nenhuma delas eu pensei "eu sabia que era isso, isso eu já tinha presumido", meu Deus, sou fã de vcs, de um eu já era, agora tenho mais alguém para admirar: Davii!!!!Um grande beijo e obrigada por essa ótima leitura, a novela aconteceu na minha imaginação, e acho que de muitas pessoas também.
Quando é a próxima???
ResponderExcluirE como disse a Laura Nobre "O final foi surpreendente, em nenhuma delas eu pensei "eu sabia que era isso (...)"
O Jeronimo? Tinha até pensado que era a Creusa ou a Zezé, nem passou por minha cabeça essa possibilidade. Mas o Francisco ter morrido? ele podia ter tido mais uma chance, mas sem a herança porque matou o próprio pai (como no caso da Suzane Richthofen), melhor ter morrido mesmo, pelo menos se arrependeu.
Agora a Maite e a Creuza? Heheheheh Foi excelente!
Tudo foi perfeito! Até uma brecha para um "Golpe Baixo 2"....
Vcs estão de parabéns mesmo, muito bom...
Mas e agora, o que vou fazer depois da aula? Quero mais uma!
Bjão
A P O T E Ó T I C O
ResponderExcluirFoi um trabalho majestoso e muito bem elaborado. Vocês têm muito talento. Mal posso esperar por uma nova novela aqui no blog e pela presença de vocês entre os colaboradores de uma grande novela. Talento é o que não lhes falta!!!
Agora deixem-me dormir, pois acabei de chegar em casa, rs!
Beijos e até a próxima!
Eu não comentava sempre e nem via os capítulos no exato dia da publicação, pois sou mãe de três e ainda maridão pra dar conta, mas me envolvi de tamanha forma com a história que quando entrava aqui me atualizava.
ResponderExcluirEu falo o mesmo que já disse o pessoal aí em cima, final conseguiu surpreender a gente e isso só ratificou o talento de vocês.
Também quero mais!
Adorei um tanto esse último capítulo! Até RuPaul teve na trilha, que bafo! Parabéns pela trama inovadora e pelas personagens interessantes!
ResponderExcluireu gostei muito dos desfechos das tramas. Os meninos mandaram bem!!!
ResponderExcluirParabéns Lucas e David!
ResponderExcluirQuem venha as próximas!
E tomara que ganhe as telas ou os palcos!
Abração!
Quero vocês no Cabide hein!!!
Eu e o David agradecemos a oportunidade que nos foi dada pelo "Posso Contar Contigo?", em especial à atenção que o Isaac Abda sempre dispensou para esta dupla.
ResponderExcluirMuito obrigado mesmo e parabéns por não terem medo de tentar coisas novas e se arriscarem a dar 12 dias deste espaço virtual especialmente para nossa história.
E vocês pensam que o envolvimento de vocês com GOLPE BAIXO acabou? Bem pelo contrário... temos mais uma surpresa para vocês aqui no Posso Contar Contigo?
Vocês vão gostar e, mais do que nunca, precisaremos muito da divulgação e mobilização de todos nas redes sociais.
Abraço
Nobrezito
êba... todos COMEMORA!!!
ResponderExcluirenfim, li o final...tava sem internet...muito bom, no início estranhei algumas expressões, mas isso foi legal pro povo que escreve pra tv ver que a lnguagen não é um bicho de sete cabeças, vide A Cura, por exemplo, realmente passada em Minas.
ResponderExcluirGostei do ritmo frenético, próprio mesmo das peripécias e amei a presença de Creusa Elesbão( confesso que tenho um fraco por sapatas, acho- as ótimas), minha personagem preferida. Minha favorita.
ótima ideia a la desperate housewifes da carta anônima num nome que eu amei...esse Mariante.parabéns!!! Só ficou a curiosidade, quem escreveu o quê? Como foi a divisão entre vocês? Mais uma vez, meus parabéns!!!
Oi Edu! Nosso trabalho foi bem dividido. Tanto na escrita do argumento / sinopse quanto na escaleta e diálogos. Mas uma coisa te garanto: reescrevemos 800.000 vezes cada frase. Os primeiros capítulos já estavam escritos, mas chegou um ponto que tivemos que mudar algumas coisas por causa do feedback dos comentaristas e número de acessos. Foi um aprendizado muito bom, pois tínhamos um público que aguardava pelas próximas emoções. Por isso tenho certeza que eu e o David podemos dizer que somos gratos a vcs todos.
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