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sábado, 31 de março de 2012

COMO MEU CAMINHO SE CRUZOU COM CAMINHOS DO CORAÇÃO

Por Romulo Barros 

Em 2007 estava desempregado e morando de novo com a minha família. Já tinha me formado em publicidade e propaganda, feito dois filmes experimentais e tinha ganhado um prêmio por um dos filmes. Foi nesse período que estava a toa em casa que começaram as chamadas revolucionárias da Record para a nova novela de Tiago Santiago. Eu via e nem imaginava o que estava por vir.

Comecei a acompanhar a novela. Achava a trama muito interessante. Gostava dessas coisas de ficção científica, misturada com ação e ainda melhor, sendo produzido aqui no Brasil.



Um belo dia, uma amiga, a supervisora do audiovisual do Estado do Rio de Janeiro, me liga me convidando para uma oficina com o Doc Comparato. Já tinha lido seus livros na época de faculdade e já tinha visto suas obras. Então sabia da importância dele para a TV brasileira e mundial. Mas não sabia ainda da importância que ele teria na minha vida profissional.



Bem, fui parar em Casimiro de Abreu, litoral do Rio de Janeiro, para a oficina do Doc. Foi ótimo. Sai de lá com um emprego. Seria assistente dele por mais de 3 anos, dois deles dedicados ao trabalho que ele desenvolvia na novela como colaborador do Tiago Santiago.


Um dia estava vendo a novela. No outro estava participando do processo. Era muito bom fazer parte disso tudo como assistente do Doc. Além de ver como era feito, tinha a oportunidade de aprender muito com o processo criativo.

Entrei quando a novela estava no capítulo 66, lembro muito bem da primeira cena que trabalhei com o Doc. Era uma cena do Pachola, Altina e o Vavá, o menino lobo.

A novela foi ganhando público e caiu no gosto das crianças. Mais mutantes foram criados e mais tramas iam aparecendo para preparar o que estava por vir após quase 240 capítulos.

No próximo post, falarei das curiosidades de Caminhos do Coração. Até lá!

sexta-feira, 30 de março de 2012

NOSSO TEATRO TEM DIVAS!

by Sidney Rodrigues

Como ator que adora o teatro, gosto de ver uma boa peça, com bom texto, boa direção, boa luz, figurinos impecáveis, mas nada me dá mais prazer do que ver bons atores e mais ainda boas atrizes e neste quesito eu gostaria de citar 2 atrizes que para mim são as melhores que já vi atuando no teatro. WALDEREZ DE BARROS e DENISE WEINBERG, sem claro desmerecer tantas outras excelentes que eu já vi em cena.



Se você frequenta teatro e nunca teve a oportunidade de ver estas DIVAS em cena, está perdendo a chance de presenciar atrizes de verdade, atrizes sem medo, sem preguiça, aquele tipo de atriz que nos faz rir, chorar, rir e chorar no mesmo espetáculo, com elas percebemos claramente que não há textos jogados ao vento, frases ditas sem um sentido, sem intenção, com elas cada respiração, cada olhar, cada gesto tem um Q de genialidade. Elas arrebatam nossa alma!

Assim como Walderez, Denise é uma atriz premiadíssima e quem já viu em cena no teatro sabe do que estou falando, fizeram inúmeras peças de sucesso de público e crítica, quero citar apenas 2 peças em que elas estiveram presentes e brilharam a tal ponto que eu fiquei emocionado a peça inteira e completamente apaixonado, nem de longe chega a ser peças onde elas ganharam vários prêmios, Walderez  fez TRAÇAS DA PAIXÃO de Alcides Nogueira e simplesmente leva a platéia ao delírio fazedo rir, chorar, rir e chorar novamente e faz você pensar no amor, quando acabou a peça eu estava completamente eletrizado e apaixonado por ela eternamente, uma verdadeira aula de interpretação para qualquer ator ou atriz que deseja seguir uma carreira de verdade.

Denise assim como Walderez tem uma carreira linda e cheia de trabalhos geniais, mas para mim quando assisti O ACIDENTE, de Bosco Brasil fiquei bestificado quando acabou o espetáculo eu me pergutava como uma atriz poderia ser tão perfeita num papel 100% do tempo, como era possível ter conteúdo em cada gesto em cada olhar, em cada respiração, a verdade é que nos acostumamos com atores e atrizes fazendo o básico em cena, que quando vemos uma entrega tão perfeita ficamos descrente que elas ainda existem e estão aí abrilhantando nossos palcos.

Em 1995 tive o grande privéligio de atuar ao lado de Walderez de Barros na peça BANG BANG - QUANDO OS REVOLVERES NÃO MATAM, de Leo Lama, era uma peça diferente, um Western no teatro e mal pude acreditar quando fui chamado para entrar no elenco, iria atuar com a atriz que eu mais admirava e o melhor, meu personagem entrava em cena com 5 minutos de peça e ficava o tempo todo em cena, me deliciando com a troca e a generosidade que a Walderez tem em cena com TODOS os atores com quem contracena, descobri então que além de ser grande atriz, é excelente companheira de trabalho, amiga,  generosa, atenciosa e dura quando precisava, depois desta experiência minha vida como ator sem dúvidas ganhou nova cor.

Com Denise Weinberg, ainda não tive o prazer de trabalhar em uma montagem, mas fizemos a leitura de um texto na casa de Alberto Guzik, infelizmente o espetáculo não foi montado, mas novamente a vida me deu a chance de aprender um pouco com quem faz a arte de interpretar ser cada vez mais apaixonate.

Descobri com estas grandes experiências que as melhores atrizes também são as mais generosas em cena e fora dela, elas não buscam apenas brilhar, elas preocupam-se com o espetáculo como um todo, de nada lhes adianta estarem grandiosas em cena, se o restante não anda na mesma toada e é tão mágico que elas fascinam quem trabalha com elas e ao mesmo tempo contagia tanto que é impossível você não entrar em cena e querer dar o melhor de si.

Se você é umas das pessoas que ainda não foram afortunadas em vê-las em cena, as chances estão aí Walderez de Barros está viajando pelo Brasil com Hécuba, direção de Gabriel Vilela e Denise Weinberg está em cartaz no CCBB em SP com a peça Isso É o que Ela Pensa (Woman in Mind).Texto: de Alan Ayckbourn. Direção: Alexandre Tenório. Programas imperdíveis!

 
 

Conheça mais sobre Walderez de Barros e Denise Weinberg em
http://spescoladeteatro.org.br/enciclopedia/index.php/Walderez_de_Barros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Denise_Weinberg


quinta-feira, 29 de março de 2012

De onde surgem tantos atores?

Por Eduardo Vieira

Temos visto ultimamente, cada vez mais rápido, nomes que surgem a cada trabalho teledramatúrgico. Alguns bem talentosos, outros nem tanto.

Desde sempre houve atores novos que foram surgindo no decorrer da nossa teledramaturgia de todas as emissoras. Não podemos esquecer que a grande dama da televisão, Regina Duarte, por exemplo, começou na publicidade e logo depois, foi convidada por Walter Avancini para um papel importante de coadjuvante em “ A Deusa Vencida”, novela de Ivani Ribeiro, ainda na TV Excelsior, ao lado de nomes já consagrados como Tarcisio Meira, Glória Menezes e Karin Rodrigues no elenco.





Nos anos 70, no auge da Rede Globo, houve um programa que tentou uma renovação dos atores de televisão. Comandado pelo cantor e apresentador Moacyr Franco, que dividia o palco com a atriz Pepita Rodrigues, ia ao ar aos domingos o Moacyr TV, um concurso que promovia a atores que queriam fazer televisão, oportunidades de conseguir papéis nas novelas da casa. O Programa revelou talentos como a atriz Isis Koschdoski, Silvia Salgado e talvez a mais famosa Myrian Rios, antes de esta sonhar em ser esposa do cantor Roberto Carlos.



Caio Castro: na Globo através do Caldeirão do Huck.
O programa seguia os moldes que tínhamos ainda há algum tempo no programa do Faustão, no Caldeirão do Huck, e por pouco tempo, no Melhor do Brasil, na Record, ainda com Márcio Garcia. Os participantes reproduziam cenas famosas de novelas como Escalada, Fogo sobre Terra, entre outras, com o cenário reproduzido nos palcos. Desse tipo de programa também surgiram nomes consagrados como Adriana Esteves, Flávia Alessandra, Gabriela Duarte, e gente que não teve tanta sorte, como a talentosa Cibele Larrama, vista há pouco na reprise de “Mulheres de areia”.

Durante os aos 70 e 80 houve também, por uma lógica da arte, muitos atores que vieram do teatro para compor os elencos das telenovelas. Despontaram nomes como Louise Cardoso, Marieta Severo, (esta havia feito novela com Leila Diniz) Cristina Pereira, Sura Berditchewski, Debora Evelyn que, até então, não faziam outro veículo a não ser teatro e cinema. Esses nomes juntavam-se a veteranos que quase não trabalhavam mais em teatro, mas eram egressos de rádio como Eloisa Mafalda, Gilberto Martinho, Castro Gonzaga e atores mais afeitos mesmo à televisão Nivea Maria, Suzana Vieira, estas duas últimas bissextas em teatro.

Elenco de Malhação em 2004
Hoje, se fizermos um panorama de atores centrais nas novelas da Globo e da Record, encontramos bastante gente oriunda do programa “Malhação”, que já tem 20 anos de existência. Do programa vemos, desde o ínício, atores que firmaram suas carreiras, mais ou menos fortemente, por meio do programa televisivo, como o grande exemplo e ator disputado por diversos autores (mesmo que alguns tenham dúvidas de seu talento) Cauã Reymond. Acho até que nesse quesito houve uma novela que alçou esses atores, antes visto como descartáveis, em possíveis apostas da emissora: Páginas da Vida, do autor Manoel Carlos, que contava com Fernanda Vasconcellos e Thiago Rodrigues, em papéis centrais, e Marjorie Estiano em um personagem que em certo ponto até pela desorganização da linearidade da história, tomou para si as rédeas de alguns capítulos, provando que atrás do talento da vilã de Malhação, havia uma atriz com bastante técnica que por vezes roubava a cena com seus problemas com um pai alcoólatra, feito pelo excelente Eduardo Lago e o desamor de uma mãe, Nátalia do Valle.


Silvia Pfeiffer em "Meu Bem, Meu Mal".
Ainda houve um outro fenômeno altamente criticado pela classe artística: os modelos e manequins que “viravam” atores.  Os atores podiam fazer propagandas, mas os modelos tinham de cortar um dobrado para “ousar” fazer dramaturgia, cursando ou não escolas de teatro. Houve casos que deram bastante certo como Maria Della Costa, Mila Moreira, outros que vimos bastante progresso como Vera Fischer, Betty Lago e ainda aqueles que continuam duvidosos como Silvia Pfeiffer, (talvez a figura mais emblemática da época dos modelos-atores) Victor Fasano e Maria Fernanda Cândido, bastante desiguais em suas performances, a meu ver.

Simone Spoladore em Os Maias
Junto a esses atores também surgiram aqueles que vieram fazer minisséries, um gênero mais exigente, como Hilda Furacão, Hoje é dia de Maria, Capitu, A Pedra do Reino, Queridos amigos, A Casa das sete mulheres, Clandestinos, entre várias outras. Daí despontaram Ana Paula Arósio, Thiago Lacerda, Simone Spoladore, Camila Morgado, Mayana Neiva, Leonardo Medeiros, Werner Schuneman, Sabrina Greve, Carolina Oliveira, Luana Martau,  e hoje a mais nova dessa turma de seriados, Leticia Persiles fazendo e muito bem a heroína de Amor, Eterno Amor.

Nem sempre as emissoras ou equipes de filmagem (o cinema é um gênero bastante seletivo no Brasil) conseguem absorver tantas pessoas que querem trabalhar em seus ofício, assim vemos atores completos em papéis bem coadjuvantes, porém trabalhando de igual pra igual com veteranos. Nem todos são reconhecidos, como por exemplo a excelente atriz que faz a empregada Raimundinha em Aquele beijo, Lana Guelero, que veio de um documentário de Eduardo Coutinho chamado “Jogo de cena”, que em si já é uma ode ao ato de interpretar. Também ressalto a ótima Flavia Guedes, que “ brincava” em pé de igualdade com a grande Laura Cardoso em “Araguaia”, de Walter Negrão, que fazia Aspásia, um misto de empregada- agregada.



Observa-se hoje um menor preconceito da procedência do ator, se ele fez teatro ou cursos específicos para um veículo especial , entretanto percebe-se que vai pra frente com maior facilidade aquele que estudou ou que deseja um crescimento, por meio de informação, observação do comportamento humano, leitura de clássicos em que há sempre composições de personagens arquetípicos, filmes e peças, ou seja, aquilo que faz do profissional um ser consciente de seu ofício, seja este profissional principal ou coadjuvante.

domingo, 25 de março de 2012

Entre nessa festa

Por Daniel Couri

Como noveleiro assumido, ano passado pude me deliciar com o lançamento da novela Dancin' Days em DVD. Já havia assistido alguns capítulos em vídeo, há muitos anos, graças a um amigo português que gravou para mim direto da TV portuguesa. Com o tempo, as fitas se deterioraram. Surgiu o Youtube. Novamente pude assistir mais capítulos. Depois descobri um blog onde era possível baixar a novela quase toda, embora a qualidade (tanto visual quanto sonora) fosse terrível. Em meio a isso tudo, o Video Show sempre relembra cenas de Dancin' Days. Mas nada se compara ao prazer de poder assistir a novela na sequência certa, de uma vez só, e com ótima qualidade.

O mais engraçado é que eu nasci no ano em que Dancin' Days terminou (1979). Ou seja, não assisti na época. Lembro-me vagamente de algumas músicas e imagens por causa da reprise de 1982, mas obviamente era novo demais para acompanhar uma novela. Ao longo de toda minha infância e adolescência, por incrível que pareça, sempre ouvi falar muito de Dancin' Days e tinha enorme curiosidade para vê-la. É uma novela que faz parte do imaginário coletivo dos brasileiros e de um jeito ou de outro, sempre esteve na boca do povo. O curioso é que mais de 30 anos após sua exibição, a novela de Gilberto Braga, agora em DVD, continua despertando o interesse de novas gerações e matando a saudade de quem pôde assisti-la ainda nos anos 70.

Sonia Braga e Glória Pires em Dancin' Days
Só para situar o leitor que porventura ainda não tenha ouvido falar dela, Dancin' Days foi exibida pela Globo em 1978 e virou febre nacional. Foi uma das novelas de maior sucesso da televisão brasileira, escrita por Gilberto Braga e dirigida por Daniel Filho (entre outros). Era a história de Júlia Matos (Sonia Braga), uma ex-presidiária que consegue a liberdade condicional e tenta, a todo custo, reaproximar-se da filha Marisa (Glória Pires), uma adolescente mimada, criada pela irmã de Júlia, a socialite Yolanda Pratini (Joana Fomm). A readaptação de Júlia à sociedade, a rivalidade entre as duas irmãs e o cotidiano da classe média carioca também recheiam a trama.

O tema havia sido sugerido pela autora Janete Clair, depois que ela assistiu a um Globo Repórter sobre a vida de mulheres numa penitenciária. O filme Os Embalos de Sábado à Noite (1977), estrelado por John Travolta, também serviu de inspiração, já que a moda das discotecas explodia no mundo todo. Dancin' Days chegou a ser assunto de uma reportagem da revista americana Newsweek, em novembro de 1978. A matéria falava sobre a influência da novela nos hábitos de consumo dos telespectadores, como, por exemplo, o sucesso das meias coloridas de lurex entre as mulheres da época.
LP internacional de Dancin' Days
Para se ter uma ideia de sua força, Dancin' Days mobilizou milhares de telespectadores em todo o Brasil. Além de lançar modismos, a trama de Gilberto Braga acabou gerando alguns produtos como águas de colônia, sandálias de salto fino e a boneca Pepa, companheira da personagem de Pepita Rodrigues. Era o “merchandising de novela” em seus primórdios. A fábrica chegou a vender 400 mil unidades do brinquedo. Isso sem falar nas altas cifras geradas pela trilha sonora, que figura entre as mais vendidas de todos os tempos.
Joana Fomm, Reginaldo Faria e Sonia Braga
A novela foi apresentada em cerca de 40 países. Na Itália, chegou a alcançar um público médio de quatro milhões de espectadores por capítulo. Foi, em 1986, a primeira novela brasileira a ser exibida no México. Por esses e outros motivos Dancin' Days é um marco não só da nossa teledramaturgia como também a síntese de uma época. E é justamente essa época que serve de pano de fundo para o filme A Novela das 8, de Odilon Rocha, com estreia prevista para 30 de março.

O longa-metragem de Odilon nos traz novamente Dancin' Days. O filme – o primeiro do diretor – se passa em 1978 e gira em torno de Amanda (Vanessa Giácomo), uma prostituta de luxo vaidosa, fútil e fanática por Dancin’ Days, e sua empregada Dora (Claudia Ohana). Tudo que Amanda quer é abrir as asas, soltar as feras e dançar ao som de disco music na boate que dava nome à novela. Dora é uma ex-militante que vive na clandestinidade em plena ditadura militar. As duas são obrigadas a fugir de São Paulo depois de um incidente fatal e partem para o Rio de Janeiro. Durante a jornada, o destino de ambas vai cruzar o caminho de várias pessoas, entre elas o diplomata João Paulo (Mateus Solano).

Na matéria de capa da Revista da Cultura deste mês, Odilon afirmou: “Dancin’ Days foi a novela que mais influenciou o comportamento da nação. Gilberto Braga e Daniel Filho criaram uma obra pós-moderna: eles trouxeram pra ficção a realidade e vice-versa. A boate realmente existiu em 1976, na Gávea, e teve duas novas versões em 1978, uma na fantasia do folhetim e a outra na vida real, quando Nelson Motta reabriu a discoteca no Morro da Urca. Essa linha tênue entre ficção e realidade me interessa muito e é presença constante em meu trabalho”.


Claudia Ohana e Vanessa Giácomo em A Novela das 8
Outra prova de que Dancin' Days está sempre marcando presença na memória afetiva dos brasileiros e voltando ao presente é a coincidência da participação de Claudia Ohana em A Novela das 8. A atriz começou fazendo figuração justamente em Dancin' Days, ainda adolescente, e agora revisita aquele universo: “Fazer esse filme foi voltar a uma época da minha vida que é exatamente quando fiz 15 anos e tudo mudou. Comecei fazendo figuração. É impressionante como o mundo gira e a gente volta às coisas. Foi incrível, foi uma volta ao passado”, contou Claudia duas semanas atrás, em uma coletiva de imprensa para divulgação do filme.


A novela de Gilberto Braga, como a própria letra da canção de abertura (hit das Frenéticas) proclamava, era uma festa onde valia ser alguém como eu, como você. No receptivo ambiente das discotecas havia espaço para todas as catarses. E os brasileiros puderam ser, por alguns meses, Júlias, Marisas, Yolandas, Cacás, Betos e outros tantos personagens marcantes da trama. O DVD da novela, lançado no ano passado e a estreia do longa de Odilon Rocha na próxima sexta representam mais que um convite para cairmos na gandaia e entrarmos nessa festa, levando nossos sonhos mais lou-lou-lou-loucos. O próprio Odilon admite: Dancin’ Days representa dois temas de grande importância na narrativa do filme: o sonho e a liberdade”.

sábado, 24 de março de 2012

DIRETO DO JAPÃO: OS ANIMES!

Por Denis Pessoa

A palavra anime em nosso país para referir-se aos desenhos animados produzidos no Japão, embora refira-se na verdade a qualquer tipo de animação, produzida em qualquer nação.
No Brasil, o sucesso dos animes é relativamente recente, e controverso. Com um público acostumado a assistir a desenhos como Tom & Jerry, Os Flinstones, Scooby-Doo, todos voltados o público infantil, sentiram o forte choque cultural dos desenhos apresentados pelos japoneses: personagens humanos, ou semelhantes viviam histórias complexas e muito mais adultas. Demorou até que o público entendesse que os desenhos produzidos no Japão abrangiam inúmeros públicos-alvo, e que nem todos eram para crianças, ou ainda que, as crianças japonesas, educadas de forma diferente das brasileiras consomem produtos igualmente diferentes. Houve severa resistência de pais e instituições conservadoras, que consideravam os desenhos repletos de violência, ocultismo e até mesmo de satanismo.
Ainda assim, o anime veio ao Brasil para ficar. Em poucos anos, o jovem brasileiro passou a ser consumidor fiel desse desenho, – não só das obras, como também dos traços únicos de seu desenho – , e diversas histórias tornaram-se muito populares por aqui.

Os Cinco Cavaleiros de Bronze e Ares, o vilão
O primeiro grande hit, febre nacional, causador de polêmica, e gerador de incontáveis subprodutos como cd's, álbuns de figurinhas e bonecos que reproduziam os personagens do desenho foram Os Cavaleiros do Zodíaco, de 1986, mas que só estreou no Brasil em 1994, pela TV Manchete.
O anime contava história de cinco super-heróis que além de proteger o mundo do mal, eram reponsáveis pela segurança da deusa Atenas, reencarnada na pele da jovem Saori Kido. O desenho possuía personagens empáticos, e caíram na boca do povo: as crianças adoravam, e os pais pareciam perdidos diante de algo tão novo e plenamente desconhecido.

Os Cavaleiros do Zodíaco teve 114 epísódios, e seu sucesso persistiu, anos depois, gerando assim, depois de muitos pedidos, sua continuação, feita através da saga de Hades, existente há anos no mangá. Também baseado em uma mangá, foi criada a série The Lost Canvas, contando a história dos Cavaleiros de Atena muito antes dos famosos Seya, Shiryu, Shun, Yoga, e Ikki, tendo sido cancelada recentemente. A mais recente novidade é a criação da série Saint Seya: Ômega, que conta a história dos Cavaleiros após a saga de Hades. Mesmo contando com novos protagonistas, os personagens da série anterior continuarão presentes, em uma manobra para manter cativo os fãs da série desde seu início.

Os Cavaleiros do Zodíaco fala sobre um tema recorrente em animes juvenis: a superação de obstáculos através da amizade. Unidos, os cinco Cavaleiros estão sempre ajudando uns aos outros para escaparem dos perigos a que se submetem.
Os personagens principais de Dragon Ball
 Outro sucesso por aqui foi o desenho Dragon Ball, que conta a história do pequeno Goku, menino que sai em busca de sete esferas poderosas, que podem conceder ao seu dono um pedido. Em Dragon Ball, a história de Goku é contada desde sua infância até sua vida adulta, chegando ele inclusive a ter um filho, o pequeno Gohan. O primeiro anime conta a história de Goku quando pequeno, e as histórias envolvem mais comédia e aventura. O anime seguinte, Dragon Ball Z, conta a história de Goku adulto, vivenciando batalhas mais perigosas e violentas. O desenho então adquire aspecto mais sombrio, ganhando traços de ação e suspense.
Os personagens principais de Yu Yu Hakusho
Anos depois, conhecemos outro desenho que fez muito sucesso entre os jovens: com ação, sangue e muito bom humor, conhecemos Yousuke Urameshi, protagonista da série Yu Yu Hakusho. Anime com 112 episódios, contou a história do estudante violento, que para salvar a vida de uma criança, acaba morrendo atropelado. Já no além, recebe uma proposta: voltar à vida como detetive espiritual, trabalhando a serviço das entidades sobrenaturais que mantem o mundo em harmonia. Com protagonistas simpáticos aos jovens, a série fez um grande sucesso no Brasil.


No final dos anos 90, o público infanto-juvenil foi presentado com um grande sucesso: Pokémon, que introduziu um universo repleto de criaturas com poderes únicos, que podem ser transportadas em pequenas esferas que cabem no bolso. O protagonista, Ash Ketchum, ao lado de seu pokemon favorito, Pikachu, vive aventuras ao lado de seus companheiros, em uma trama cheia de ação e humor, voltada a um público mais infantil, ou seja, com doses leves de violência. Um sucesso como há muito não se vê, já são mais de dez anos no ar, com mais de 700 episódios e 600 pokemons. Inúmeros produtos derivados como jogos, filmes e brinquedos foram lançados.
O trio protagonista de Naruto
Anos depois, em 2007, o Brasil conheceu uma nova febre: Naruto, a história do pequeno ninja órfão, que, rebelde, e desprovido de talento, que descobre carregar um demônio em formato de raposa em seu interior. Apaixonado por Sakura, vê em Sasuke um grande rival. Ao longo dos episódios Sasuke e Naruto desenvolvem uma grande amizade, que é interrompida pela obssessão do rapaz por vingar-se de seu irmão, Itachi, que assassinou toda sua família, deixando apenas o jovem ninja como sobrevivente. Em determinado momento, Sasuke abandona seus amigos, sua casa, e adere uma vida criminosa para alcançar seu objetivo. Enquanto Sasuke torna-se cada vez mais desumano ao longo do tempo, Naruto mantem sua ingenuidade e pureza, aprimorando suas forças para derrotar seus inimigos e trazer Sasuke de volta, ignorando aos avisos de todos que o rapaz já não tem mais jeito. Longa, a série Naruto já possui cerca de 500 episódios, diversos filmes e OVA's, e, assim como Dragon Ball, já mostra a vida dos personagens em sua adolesência, mudando também seu tom, agora mais soturno.

L à esquerda, com Light Yagami
Perto do final da década, conhecemos uma história em poucos episódios, e que foi bem recebida no Brasil: Death Note, série sinistra, e cheia de mistério e ação, protagonistada por Light Yagami, um estudante exemplar, que recebe por acaso um caderno misterioso. Logo, ele descobre os poderes do objeto: ele tira a vida das pessoas cujos nomes são escritos em suas linhas. Logo, Light começa a usar o caderno para exercer sua concepção de justiça, tornando-se um procurado pela polícia, em um jogo de astúcia e intrigas, onde disputa com o gênio L, um detetive que fica em sua cola.

São inúmeros os animes que merecem ser citados: Supercampeões, Shurato, Inuyasha, Sailor Moon, Sakura Card Captors, Bleach, One Piece, entre tantos outros que fizeram sucesso por aqui, conquistando jovens de diversas faixas etárias com seus diversos gêneros e sub-gêneros de. Além da idade, são levados em conta o sexo, e até mesmo orientação sexual na demarcação do público, existindo inclusive animes e mangás eróticos e até mesmo pornográficos, visando o público adulto.
No Brasil, a preferência permanece nas histórias juvenis de ação, em sua maioria voltadas para o público masculino, com algumas poucas excessões.

Personagens centrais de Bleach
A fácil identificação com o anime também se deve em grande parte por sua estrutura: em geral contadas em capítulos, as histórias tem ganchos que podem prender o espectador por anos, assim como as telenovelas nacionais. Os personagens são bem delimitados entre mocinhos em vilões, sem deixar de fora os tipos dúbios e misteriosos. Em uma divisão clara do bem e do mal, os personagens cativam. Os herois são venerados, e os vilões, aclamados por serem tão odiados.



Um mercado vasto, fascinante e sólido, que se aprimora constantemente, e que tem muitas novidades a nos apresentar ainda, para manter os fãs e atrair novos públicos no mundo inteiro.

Sayonara!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mais um Chico que se vai...

por José Vitor Rack

O Brasil é o país das Marias e dos Josés. Dos Antônios e das Helenas. Das Aparecidas e dos Franciscos. Chicos. Somos um país repleto, abarrotado de Chicos. Hoje morreu um deles. Chico Anysio, cearense de alma carioca que conquistou o Brasil inteiro com seu humor e inteligência.

Meu pai era apaixonado por seus tipos e pelo seu humor. Toda semana era sagrado esperar acabar a novela para sentar-se em frente à TV, acender um cigarro e rir muito. Eu não comentava, mas tinha medo do Bento Carneiro, vampiro brasileiro. Também tinha medo do Tim Tones e do Profeta. E mais medo ainda da abertura do programa, onde ele esticava a orelha e o nariz como se fossem de borracha.


Minha mãe ouvia sempre um disco antigo de Baiano e os Novos Caetanos. VÔ BATÊ PA TU era uma das músicas de que ela mais gostava de ouvir durante as faxinas de sábado. Eu não conseguia entender o que o Chico Anysio estava fazendo na capa do disco de outras pessoas. Não associava ainda a imagem dele à dos personagens.

Cresci perdendo os medos de infância, como todo mundo. Comecei a aproveitar seu humor numa época ingrata, em que ele tinha cada vez menos espaço na televisão. Mas ainda deu tempo de aprender muito com seu trabalho.




Hoje sei de seu valor, de sua contribuição sempre inteligente para a cultura brasileira. Hoje sei do quanto ele foi injustiçado no fim da vida, tendo de implorar por papéis em telenovelas para se manter na ativa. Hoje sei do quanto ele foi fundamental na minha formação. Hoje, vendo na TV reportagens sobre sua morte, sei exatamente o que perdemos.

Mais um Chico que se vai.

Mais uma perda irreparável pro nosso país.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Polêmicas da Reprodução Assistida nas telenovelas: Barriga de Aluguel, Escrito nas Estrelas e Fina Estampa


Por Paula Teixeira

O século XX mudou os paradigmas da reprodução. Com o desenvolvimento das técnicas de Reprodução Assistida, a medicina desvinculou a sexualidade da procriação. O primeiro bebê de proveta nasceu em 1978, na Inglaterra. Era Louise Brown, um embrião que foi fecundado em laboratório, fora do corpo materno. Em 1984, nasceu a primeira bebê "feita" por fertilização in vitro no Brasil.

Em 1990, a sempre atualizada novelista Glória Perez lançou "Barriga de Aluguel". A proposta causou o estranhamento do público, mas a trama conquistou a audiência ao discutir o que é a maternidade. Naquela época (e ainda hoje) não havia nenhuma legislação específica para regular a Reprodução Assistida. Somente em 1992, o Conselho Federal de Medicina publicou a resolução 1358 com recomendações sobre os procedimentos de reprodução. Mas a resolução não tem "força" de lei.

Analisando "Barriga de Aluguel" com os parâmetros atuais, de acordo com última resolução sobre o assunto (1957/2010) foi totalmente antiética a inseminação de Clara e a utilização do seu útero para gestação da criança mediante pagamento. O método "Útero de substituição" é permitido pelo Conselho, desde que a doadora temporária do útero pertença à família da paciente. Em outros casos, o útero de substituição só pode ser feito a partir da autorização do Conselho. A estória da novela se fosse real e nos tempos atuais, denotaria conduta antiética dos profissionais e da clínica responsável. Além disso, a beneficiária ou paciente não poderia contar com o respaldo da lei.

A legislação brasileira considera como mãe aquela que gera. Tanto que para o registro em cartório, a parturiente precisa de um documento da maternidade detalhando o nascimento. Com o útero de substituição, a mãe que gerou o bebê que teria o direito de registrá-lo. Por isso, o procedimento feito a margem das normas pode trazer sérios problemas. Ainda assim, é praticado por aí.

Atualmente, o ordamento jurídico brasileiro leva mais em consideração o parentesco socioafetivo do que o biológico. Os pais, assim como na adoção, que se propõem a assumir o projeto de criar e dar afeto a uma criança têm prioridade. No caso de 'Barriga", a personagem Ana (Cássia Kis Magro) era quem sonhava com a maternidade, ao contrário de Clara (Cláudia Abreu) que entrou em conflito durante a gestação. Quem gerou foi Clara, mas quem desejou foi Ana. Glória Perez deu um final simbólico à trama, unindo as mães em prol daquela nova vida.

Uma espécie de guarda compartilhada foi a solução para a trama "Barriga de Aluguel"
Já em "Escrito nas Estrelas" o foco foi a reprodução post mortem. Na trama embasada na doutrina espírita, o protagonista deixa seu sêmen congelado que, posteriormente, é inseminado no seu grande amor, Viviane (Nathalia Dill). Na época da novela, a resolução vigente (a 1358) não previa a inseminação após a morte do fornecedor do gameta. A resolução atual só permite esse tipo de procedimento se o homem deixar um documento autorizando a inseminação após a sua morte. Caso não deixe, só a justiça pode solucionar a questão, permitindo ou não. A filiação fica garantida, pois o Código civil relaciona esse tipo de fecundação. No caso da novela, não seria tão fácil, pois Viviane não era casada com o doador. 

Reprodução post mortem foi retratada em "Escrito nas Estrelas"
E, finalmente, "Fina Estampa". A reprodução na novela resume-se à doação de gametas e a conduta antiética da médica. Esther (Júlia Lemmertz), com problemas de fertilidade e sem o apoio do marido, busca na clínica de Reprodução Assistida a solução de seu dilema. Enquanto isso, o irmão da médica morre. Mas ele deixou o sêmen congelado. Beatriz (Monique Alfradique), namorada do falecido, resolve doar óvulos para a clínica de reprodução.

Só que Danielle Fraser tem a "brilhante" ideia de fecundar o espermatozoide do irmão no óvulo de Beatriz e inserir o embrião no útero de Esther. Aí está a ação antiética. Para completar, a secretária da médica informa à doadora dos óvulos sobre o procedimento.

Para começar, o sigilo dos doadores de gametas é garantido pela resolução. Ninguém pode saber a quem pertencia os óvulos ou os espermatozoides doados. A médica também cometeu um erro ao unir material biológico de duas pessoas conhecidas por ela e por motivos pessoais.

Quem gerou e desejou ser a mãe daquele embrião é Esther. Ela que construiu o projeto familiar. Beatriz, ao doar seus óvulos, renunciou a qualquer vinculação afetiva e familiar futura. Nesse ponto, uma analogia pode ser feita com a adoção, quando os pais biológicos renunciam ao poder familiar, à guarda dos filhos.

Esther é a mãe gestacional de Vitória e Beatriz, a mãe biológica
Juridicamente, sem sombra de dúvidas, a mãe é Esther, pois ela gerou a criança (premissa gestacional). Beatriz renunciou aos seus direitos ao doar os óvulos e, a princípio, não teria nenhum direito sobre a criança. No entanto, a solução do conflito na novela pode ser outra, semelhante ao que ocorreu em "Barriga de Aluguel". Uma definição já está certa: Danielle Frases perdeu o seu registro profissional. 

A falta de uma legislação específica, a imprudência e a conduta antiética de profissionais podem trazer sérios problemas, fazendo o sonho de ter um filho virar um enorme pesadelo.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Rouge: O sonho pode continuar

Por Antenor Azevedo


Entre novembro de 2001 e maio de 2002, foi exibido pelo SBT o programa Popstars que tinha como objetivo formar um grupo pop. Depois de desbancar seis mil candidatas e passar por vários testes, Luciana, Patricia, Karin, Aline e Fantine mudariam suas vidas e mexeriam com as estruturas da musica pop no Brasil.
O Rouge surgiu em 2002 num momento em que a pirataria já mostrava suas garras, mas mesmo assim as meninas explodiram na cena musical. Em quatro anos de carreira o grupo feminino vendeu quase quatro milhões de álbuns e pouco mais de um milhão de DVD’s. Foram indicadas várias vezes a prêmios da música brasileira, vencendo em sua maioria.
Acompanhar passo a passo a história das meninas no reality até a formação do grupo foi empolgante e estimulador. Quem assistia o Popstars, inconscientemente já se tornara fã do grupo a ser formado, o Rouge em sua primeira apresentação ao vivo reuniu 12 mil pessoas em um shopping com apenas cinco dias de divulgação, a partir daí elas arrastaram multidões por todo o país, fez sucesso também em países como Portugal, Argentina e Angola chegando a lançar um álbum em espanhol.

Lembro-me do show no Festival de Verão Salvador, a pista do palco principal estava lotada, havia mais de 80 mil pessoas reunidas pra vê-las de perto. Lembro-me de como foi bonito vê-las entrar no palco e com muita alegria, vontade de fazer um verdadeiro show, elas levaram o publico ao delírio. Foi maravilhoso fazer parte daquele momento, cantar junto com elas e vibrar muito, vibrar positivamente pra que elas brilhassem mais e mais.


Como nem tudo são flores, em 2004 a Luciana resolveu deixar a banda e trilhar uma carreira solo. Em minha opinião foi uma grande perda em primeiro lugar para os fãs e para o grupo, todas as cinco são talentosas, carismáticas, todas tinham seu brilho, mas a Luciana era o carro chefe daquele quinteto, era a voz que comandava o grupo.


Ver o Rouge como um quarteto era estranho, mas mesmo assim as quatro meninas mostraram que podiam continuar e não fizeram feio. Saudades dessa banda que transformou a vida de muita gente e a minha também.




Elas:

Luciana Andrade




Lissah Martins (Patricia)




Karin Hils




Aline Wirley



Fantine Thó

Porque não comemorar os 10 anos de Rouge com as cinco integrantes, com um mega show, relembrar as músicas que se tornaram recordes nas rádios como “Não dar pra resistir”, “Ragatanga”, “Hoje eu sei”, “Beijo molhado”, “Brilha la luna”, “C’est La Vie” e uma das canções mais lindas composta pelas próprias meninas, “Um Anjo veio me falar”?
Deixa de blá blá blá Rouge e volta com o ritmo ragatanga por que não dar pra resistir a vocês!






terça-feira, 20 de março de 2012

Existe Vida Inteligente na TV



Por Bernardo Dugin


Tenho andado com os televisores desligados. Que ironia, não? Para quem é ator, apresentador e produtor de televisão...
Pois é. O problema é o conteúdo. E nem digo isso somente das redes abertas. Às vezes, com 80 canais disponíveis, o que resta é o velho e amigo zapear.

E não é que ontem fui surpreendido com um programa de altíssimo nível, mas que sempre esqueço de assistir?
O cenário é todo branco, o protagonista fica ao centro, bombardeado de perguntas inteligentes. 

Vocês, leitores espertos, já devem saber do que se trata. Sim, é o Roda Viva, da TV Cultura. Um dos mais importantes programas de entrevista da televisão brasileira. Desde 1986 oferece aos telespectadores a oportunidade de conhecer o pensamento e o trabalho de personalidades nacionais e internacionais.


Alberto Dines, no Roda Viva



Ontem, o entrevistado foi nada mais, nada menos do que Alberto Dines, um dos mestres do jornalismo, com 80 anos de idade e 60 de profissão.
(ele foi meu primeiro chefe. Estagiei no também importante Observatório da Imprensa, da TV Brasil)





A verdadeira aula em Rede Nacional, quem não viu, deve assistir pela internet. Bendita tecnologia.



Fui dormir feliz, certo de que ainda existe vida inteligente na TV.



*Roda Viva, TV Cultura: segunda, às 22h, reprise na quinta, à 0h30.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Amor Eterno Amor!


Por Antônio Costa*

"Fotografia excelente. Trama sem maiores novidades. Um feijão c/ arroz, apimentado com espiritismo. A ideia da abertura em desenho me agradou, só não gostei do "pastiche" em cima do filme AVATAR. Isso prova que os autores, não fizeram uma boa pesquisa sobre o misticismo predominante no Pará. Dava para criar uma abertura com cenários de fazer inveja ao filme copiado. 


Alguns atores muito bons e, como sempre, alguns "meia-boca". Pelo visto, assim como Malhação, serve de "escolinha" pros novos atores da TV Globo, o horário das seis, virou uma espécie de "laboratório", para testar as novas TENDÊNCIAS de roteiro a serem emplacadas nos outros horários. 


Apesar das críticas de alguns sobre a audiência ser pífia, não vamos esquecer que o horário é meio ingrato para quem trabalha e, nem todos possuem, assim como eu - TE METE! (rs) -, tevês de LCD, equipadas com HD interno, para gravar a programação. Em todo caso, 25% de audiência, num horário em que as pessoas estão (em sua maioria), TENTANDO CHEGAR EM CASA, é uma audiência digna de aplauso. Parabéns à toda a equipe de produção do horário das seis. Vocês são heróis. Bola pra frente! "




O meu convidado é o Antônio Costa*. Ele é Desenhista de arquitetura, Ilustrador, Diretor de arte, Roteirista e Redator. Ah! O Antônio escreve neste espaço, segundo suas palavras, "sempre que sente TESÃO, e sua mulher não está por perto”. (risos)






Imagens: Globo.com
Vídeo: You Tube