Por David Oak* (Blogueiro Convidado)
Pense
numa mulher “braba”! Pensaram em Chayene, certo? Agora pense numa novela em
que os protagonistas são três cantoras empreguetes, um cantor galã ídolo das empregadas
e uma rainha do tecno-brega. Pensaram em Cheias
de Charme, a novela de Chayene, Rosário, Penha, Cida e Fabian, escrita por
Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, certo? Certo! E agora pense nas novelas em
que nossos amadinhos atores e atrizes interpretaram cantores. Pensaram?
Lembraram? Não lembraram, curicas?
A Globo já apresentou tramas com cantores e cantoras desde o tempo que muitos dos que acompanham as divertidas aventuras de Cheias de Charme nem tinham nascido.
A Globo já apresentou tramas com cantores e cantoras desde o tempo que muitos dos que acompanham as divertidas aventuras de Cheias de Charme nem tinham nascido.
Em 1974, a saudosa Sandra Bréa
corria atrás de muito dinheiro e finalizava a trama das sete de estreia de
Gilberto Braga junto com Lauro Cesar Muniz cantando o tema central de Corrida do Ouro, no papel de Isadora, a
herdeira incumbida de abandonar sua carreira artística pela maluca cláusula do testamento
que dava mote a historia.
Em 1976/77, Duas Vidas da
mestra Janete Clair, foi a hora e a vez de Mario Gomes estar nas paradas de
sucesso com o seu cantor Dino César, seu colarzinho de conchas e seu Chiclete e Cabochard conquistarem a
trilha da novela, o coração de Betty Faria dentro e fora da ficção e uma tal
historia de cenourinha plantada (com trocadilhos) por um diretor e marido ciumento.
1978, Neuza Borges abriu suas asas, soltou suas as feras e o gogó divinamente em Dancin’ Days. amiga presidiaria da protagonista Julia Matos (Sonia Braga), a personagem de Neuza, a Madalena cantou para Gal Costa e Paulete e terminou a novela sendo aplaudida aos prantos de verdade pelo elenco da novela numa das cenas emocionantes da trama de lurex de Gilberto Braga. Anos mais tarde, numa das inúmeras vezes que foi ao ar dizendo que estava desempregada, confessou que na época ganhava salário de figurante mesmo sendo a “piniqueira” da mocinha da trama.
Em 1980, Osmar Prado divertiu a morna Chega
Mais de Carlos Eduardo Novaes com seu aspirante a cantor Amaro, parodiando
Sidney Magal.
O
Amor é Nosso de 1981 (novela de Roberto Freire e Wilson
Aguiar Filho) Fabio Jr. cantava na abertura, na
trilha, e a Mirian Rios, no Lp vinha um poster com o cobiçado pai do Fiuk e na
novela até o Rei Roberto Carlos, até então, marido da deputada inimiga das babás
lésbicas, ensinava os macetes da carreira dos palcos. Pedro (Fabio) sonhava com
o sucesso enquanto a veterana Maira, vivida pela também cantora Marlene sonhava
com a volta das glorias do passado.
Cambalacho (1986), de Silvio de
Abreu, tivemos mãe e filha, Tina Pepper e Lili Bolero, interpretadas pelas
ótimas atrizes comediantes, Regina Casé e Consuelo Leandro, incendiando tudo. A
primeira era fã da Tina Turner, a segunda inimiga de Angela Maria, que inclusive participou da
novela numa cena em que ela corria o risco de levar ovada da rancorosa Lili. Tina
Pepper não teve a honra de conhecer Tina Turner mas em compensação foi desmaiar
no Chacrinha e terminou a novela num clipe hilário dando selinho em Caetano
Veloso, Rita Lee e mais uma pá de famosos.
Em 1991, Vamp de Antonio Calmon, a doce vampira
Claudia Ohana colocava seus dentinhos afiados pra fora junto com sua voz
cantando Rolling Stones, Elton John e Rita Lee. A roqueira "morcega" Natasha foi um
presente pra beleza imortal de Ohana depois de ter dado vida a uma marcante
Tieta jovem.
Almir Sater e Sergio Reis são cantores e atuam também. Em 1996 repetiram o que vinham fazendo nas novelas do Benedito Ruy Barbosa, na Manchete e venderam horrores. As trilhas de Rei do Gado com seu Pirilampo e Saracura e sua moda de viola e sertanejo bem ao gosto do neo-caipira dos anos 90.
Repetindo o neo-caipira
também, Johnny Percebe e Boneca fizeram uma dupla diferente, um tipo de Cyrano de
Bergerac sertanejo em 1998 com a mal
sucedida Torre de Babel de Silvio de
Abreu onde Oscar Magrini interpretava o
bonitão que aparecia e não cantava e Ernani Moraes o verdadeiro talento por detrás da farsa da dupla.
Que beijinho Doce! Um beijinho que era pura Faísca e Espoleta. A Favorita do nosso capitão gancho João Emanuel Carneiro trouxe uma dupla pra lá de explosiva em 2008. Flora e Donatela. Quem era a boa,quem era a má? Agora já sabemos, mas na época estranhamos e ficamos boquiabertos com as reviravoltas dessa dupla.
* David Oak Já foi estilista, produtor de moda, figurinista, ilustrador... Sua vida teve uma reviravolta quando foi selecionado pelo novelista Aguinaldo Silva para a segunda edição da Master Class, no Rio de Janeiro. Homenageado pela Master Class 1 com o personagem Crô Vallério. Ama discotheque, anos 70, novela, filme americano B, pornochanchada, fofoca e BBB. Detesta axé, funk, pagode, futebol e sertanejo.
Junto com o nosso amigo Lucas Nobre, David desenvolveu/escreveu a novela Golpe Baixo, publicada aqui no "PCC", atendendo ao meu convite. O "Desafio Novela em Blog" foi um verdadeiro sucesso. Confira no link abaixo!
http://possocontarcontigo.blogspot.com.br/p/desafio-novela-em-blog.html
http://possocontarcontigo.blogspot.com.br/p/desafio-novela-em-blog.html
David, queridão... valeu por mais uma participação ilustre por aqui. Beijos!!!
Show de texto!!!
ResponderExcluirVc deveria escrever mais seu mala!!!
Abraço
Adorei o texto, e poder conhecer os personagens com talentos musicais da telinha foi muito bom rsrsrs.
ResponderExcluirGostei muito de Golpe Baixo, quando teremos novela novamente aqui no PCC?
Abç
nossa, show de texto mesmo....não lembrava que o Amaro era cantor em Chega Mais.Acho que o grande diferencial de cheias de charme é que a música é um personagem também e essas outras novelas, fora Corrida do Ouro, que a música é uma graça, não conseguiram emplacar seus artistas...chiclete e cabochard até tocava mas era muito ruim. Na Record em Luz do sol a Juliana Silveira também fazia uma pop star.
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