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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Suely Franco mostra leveza e vitalidade em "Seis Aulas de Dança em Seis Semanas"

Por Jonathan Pereira

Quem estiver no Rio de Janeiro até o próximo dia 30 vai se surpreender com a vitalidade de Suely Franco na peça “Seis aulas de dança em seis semanas”. Aos 74 anos, ela interpreta Lily, uma rígida professora aposentada que dança ao som de ritmos como tango, valsa e chá-chá-chá de quinta a domingo no palco do Teatro dos Quatro, no shopping da Gávea, Rio de Janeiro.

A atriz divide o palco com Tuca Andrada, que vive Michel, um professor de dança homossexual contratado por ela para aulas a domicílio e a tira do sério por dizer o que pensa o tempo todo. Tudo acontece no cenário clean da sala e cozinha de um apartamento com vista para o mar. Durante os 90 minutos do espetáculo, vai surgindo uma tolerância e cumplicidade entre eles, que passam a dividir suas visões de mundo e suas dores.



Através do personagem de Tuca, são narrados os preconceitos aos gays, como o ódio recebido dos evangélicos, a omissão policial e a violência entre parceiros do mesmo sexo. Já a solidão na terceira idade é retratada por Lily que, mesmo sabendo dançar bem, o contratou por se sentir sozinha.

Embora se ria quase o tempo todo, há boas cenas dramáticas quando os dois estão sentados à mesa. O texto do americano Richard Alfieri – que já foi encenado em 20 países e traduzido para mais de 12 idiomas, tem frases interessantes como  “necessidade não é desculpa para oportunismo”; “se a gente fala a idade alto o rosto escuta”, “sabe iogurte que no fundo é fruta?”; “depois de um certo tempo qualquer marido incomoda” e “já tenho Estado, família, igreja e Marco Feliciano para me dar raiva”.



Em certos momentos a entonação de Suely lembra muito a Mimosa da novela “O Cravo e a Rosa”, que ela interpretou em 2000. A atriz troca de figurino várias vezes e não demonstra cansaço, deixando o público boquiaberto com sua leveza nas cenas de dança. Depois dos aplausos, ainda dá seu recado: “Se estiver sentindo alguma dor em qualquer idade comece a dançar, é um remédio maravilhoso”.

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