Por FÁBIO COSTA
Anúncio do Jornal da Manchete em veículos da Bloch. |
Mas
sem dúvida o noticiário mais lembrado da emissora é o Jornal da Manchete, com
seu tema musical emblemático e inconfundível, “Videogame”, executado nos
primeiros tempos pelo conjunto Roupa Nova. Houve diversos apresentadores ao
longo dos anos, dentre os quais Carlos Bianchini, Ronaldo Rosas, Eliakim
Araújo, Leila Cordeiro, Márcia Peltier, Marcos Hummel, Berto Filho e Cláudia Barthel, mas a cara do Jornal
da Manchete foi sempre a mesma, com a sensação de que era mesmo o noticiário em
que se encontrava “a melhor cobertura política e econômica” e “onde você sempre
fica mais bem informado”, como dizia Márcia Peltier nos anos 90.
O Jornal da Manchete foi exibido na maior parte de sua trajetória às 20h30, competindo diretamente com a novela global das oito e preparando o terreno para a teledramaturgia da casa, que entrava antes e depois dele (às 19h30 e às 21h30, mais ou menos). Quando estreou chegou a ter cerca de duas horas de duração, com amplo espaço para a cobertura econômica, política, esportiva e cultural. Os primeiros apresentadores foram Carlos Bianchini e Ronaldo Rosas (noticiário nacional e internacional), Paulo Stein (esportes) e Íris Lettieri e Jacira Lucas (artes e espetáculos), e no decorrer dos anos alguns segmentos do jornal originaram programas próprios, como o showbiz no Manchete Panorama e o Manchete Esportiva.
Eliakim e Leila, o primeiro "casal 20" do telejornalismo brasileiro. |
Em períodos alternados e com diversas mudanças de nome, houve outras duas edições do Jornal da Manchete, uma na hora do almoço e outra no fim da noite, começo da madrugada. A Edição da Tarde estreou em 1984 e a partir de 1989 com a apresentação de Leda Nagle e Carlos Bianchini. Ia ao ar ao meio-dia e meia e foi também apresentada por Elisa Mendes, Celene Araújo e Solange Bastos. Em 1998 deixou de ser apresentada, em meio à crise que se avolumava e culminou no fim da emissora poucos meses depois.
A edição mais tardia do Jornal da Manchete, a Segunda Edição (na verdade a terceira se considerarmos que havia uma edição vespertina), ia ao ar por volta da meia-noite e ao longo dos anos teve diversas fases, chegando inclusive a receber outros nomes: apenas Segunda Edição (no início), Noite Dia (apresentada por Renato Machado, fase curta em 1991), Manchete Verdade (nos anos 90), Edição Nacional e Edição da Noite.
Frame de chamada do Programa de Domingo em 1999. |
O jornalismo da Rede Manchete sempre foi marcado pela inovação na busca pelo furo, por reportagens ágeis, conteúdo rico e que ajudava plenamente o telespectador a formar sua opinião a respeito dos fatos, dos quais ficava muito bem informado. Uma tradição herdada do veículo da Bloch Editores do qual a TV herdou o nome, a revista Manchete. Apenas um texto é pouco para falar dos jornalísticos da emissora, dentre os quais figuraram produções como o histórico Documento Especial (apresentado por Roberto Maya). Por isso, no próximo texto falarei mais dos noticiários e jornalísticos da Rede Manchete. Até lá!
Saudades da nossa Manchete.Meu primeiro trabalho como repórter em TV.
ResponderExcluirMarcos Fellipe
A Rede Manchete foi uma das melhores emissoras de TV de nosso país. Mas ao entrar no ar em 1983, ousou em apresentar aos telespectadores um projeto gigantesco e moderno o que custava caro. A emissora de Adolpho Bloch faliu, porque a Bloch Editores não tinha o suporte necessário para manter as finanças da Manchete e das outras empresas do conglomerado em dia. É o mesmo que as Organizações Globo, não conseguir sanear as contas da Rede Globo. Enfim, esse fato ficou comprovado em 2000 quando a Bloch Editores também foi a falência devido a péssima gestão vinda desde 1983. Não me refiro a Adolpho Bloch, mas aos demais executivos da Bloch como: Pedro Jack Kapeller e Oscar Bloch Sigelmann que eram os braços fortes da marca.
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