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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Shakespeare seria uma Fraude?

Por Vanessa Carvalho


Shakespeare foi uma fraude? E se o maior dramaturgo de todos os tempos não passava de um ator analfabeto e ignorante usado apenas para encobrir o verdadeiro autor de todas as peças que conhecemos? Essa é a questão que aparece no filme Anônimo (2011).

Nela, o conde de Oxford, Edward, vive um dilema na corte da rainha Elizabeth I. Proibido de escrever peças por seu sogro, Willian Cecil, que a arte da escrita indigna, Edward paga um escritor local sem muito talento para assinar as suas peças a muito guardadas em seu escritório. O problema é que este mesmo escritor teme represálias de Cecil por ver que há severas críticas a ele nas peças; então ele escolhe um ator, William Shakespeare, para que este assine as peças. Shakespeare, vendo o sucesso que as peças começaram a alcançar, começou a chantagear Edward para conseguir mais dinheiro.


Com este enredo, o filme prende não somente pelas citações de peças consagradas do dramaturgo como Romeu e Julieta, Sonhos de uma noite de verão, Macbeth dentre outras. Ele prende pelo alto teor político e pela trama brilhantemente construída. Mostra uma rainha Elizabeth crítica e seca, além de seus romances secretos ao longo de quarenta anos. E a forma como Cecil a mantém em seu constante domínio sendo uma das pessoas mais importantes da trama toda.


O que mais chama atenção neste filme é o elenco de peso; com nomes consagrados do teatro inglês. Ele conta com Vanessa Redgrave como Rainha Elizabeth I, que não precisa de muitos elogios. Com Rhys Ifans (O Espetacular Homem Aranha e Harry Potter) como conde de Oxford e pivô do que poderia ter sido a ruina do reinado de Elizabeth, com David Thewils (Remus Lupin) como William Cecil e muitos outros.

Um destaque maior para o personagem de David, pois é através dele que sabemos de conspirações contra Elizabeth, histórias de incestos e a forma como a política era tratada numa época em que a personalidade mais importante da Inglaterra foi uma mulher, filha de um Tudor.

A produção de arte do filme foi uma das mais fieis ao contexto histórico com figurinos, locações, e ambientações. O teatro ao ar livre de Shakespeare, que é onde se passa boa parte do filme, nos transporta de volta a época em que Teatro era considerado indigno. 


Os produtores e roteiristas optaram por uma história em flashback, o que pode ser um ponto negativo do filme, caso o espectador não preste muita atenção à trama, pode se perder com as várias idas e vindas de tempo. Entre uma Elizabeth nova (Interpretada pela filha da atriz Vanessa Redgrave) e o reinado de Elizabeth já próxima a sua morte.

Com uma trilha sonora peculiar, sendo basicamente músicas instrumentais, se insere ao filme, que mesmo passando despercebida em alguns momentos, completa o filme de maneira sublime.

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