Por Isaac Santos
Fim
de ano repleto de boas expectativas relacionadas à teledramaturgia. A Globo
lançará Lado a Lado, dentre outras, a Record, Balacobaco [não curti o título, mas depois de Morde e Assopra... falarei sobre a da Record num próximo post].
Ambas, em substituição a algumas produções infelizes.
O
horário das seis da TV Globo já foi considerado a vitrine das novelas de época.
Hoje essas tramas já não são apresentadas ao público em constância, mas
vez que outra, quando a emissora decide por apostar nelas, o público
corresponde positivamente. Óbvio, que desconsiderando uma ou outra flopada.
Não
me perguntem nada sobre a atual produção das seis, pois não comprei a idéia de Amor Eterno Amor [se isso não bastasse, corro
pras colinas só de imaginar as perucas protagonistas da Elizabeth Jhim], o que
contribui para a minha torcida por uma Lado a Lado que me prenda do início ao
fim. Ah! Falo assim como se os autores estivessem escrevendo uma carta pra mim.
Ora, ora, Isaac, menos, né?! Mas, pensando bem, há novelas que de tão bem
desenvolvidas, estabelecem uma relação com o público, que mais parecem um diálogo
entre personagens e telespectador. A gente vê um capítulo e
fica paralisado, imaginando: “porra, mas parece que esse personagem é real...
olha isso, isso acontece mesmo... e essa fala, e esse posicionamento, e essa
intenção... essa novela é booooooooouuuua”.
Continuando
a louvável fase de revelação de excelentes autores, a maioria com uma carreira
construída por colaboração em obras de novelistas já consagrados, a Globo tem
se dado muito bem, e é justo que se diga, a emissora está de parabéns por abrir
esse espaço, mas não faz nenhum favor aos profissionais em questão, pois são estes
o futuro da teledramaturgia brasileira.
Walter Carvalho Jayme Arôxa Beth Filipeck |
Cláudia
Lage e João Ximenes Braga são os responsáveis por Lado a Lado. Ele integrou a
equipe de Gilberto Braga em Insensato Coração
e Paraíso Tropical. Ela colaborou com
Manoel Carlos em Viver a Vida. E essa
dupla está muitíssimo bem amparada. A fotografia da novela, sob os cuidados do
respeitado diretor Walter Carvalho, que na telinha desempenhou a mesma função em
O Rei do Gado e em Renascer, no Cinema, dentre outros, no
Filme Central do Brasil.
Vinícius Coimbra |
Vinícius
Coimbra, o diretor geral, tem sido tão cuidadoso com todos os detalhes, que
convidou também um bom profissional de dança para recriar um clima que nos remeta
à época do surgimento do samba. Ninguém menos que o Jayme Arôxa, presença certa
no júri das edições do “Dança dos Famosos” e muito gabaritado no meio
artístico. E, Beth Filipeck como figurinista, pra levar as mulheres à loucura,
diante do que verão na telinha. Tudo com a devida benção do Dennis Carvalho,
diretor de núcleo, e do Gilberto Braga, supervisor da trama.
E o elenco?
Dispensa apresentação detalhada, vide a maioria dos nomes de peso: Patrícia
Pillar, Isabela Garcia, Milton Gonçalves, Débora Duarte, Lázaro Ramos, Camila Pitanga,
Marjorie Estiano, Cássio Gabus Mendes, Beatriz Segall, Bia Seidl, Caio Blat, Maria
Padilha, Paulo Betti, Tuca Andrada, Guilherme Piva, Maria Clara Gueiros, André
Arteche, Werner Schünemann,
Thiago Fragoso, Rafael Cardoso, Daniel Dalcin, Klebber Toledo, entre outros.
Um pouco mais de Lado a Lado: Rio de Janeiro, 1903. A
cidade vive mergulhada no sonho de ser uma Paris nos trópicos, como capital da
jovem república que o Brasil era. A Lei do Ventre Livre estava em vigor há
apenas 32 anos, e a Abolição da Escravatura completava 15 anos. A primeira geração
de negros livres do país e os ex-escravos egressos do campo criam espaços de
convivência nos grandes centros urbanos. Celebram as raízes africanas, criando
uma cultura própria. De cada um desses mundos vêm as duas heroínas de Lado a Lado: Laura (Marjorie Estiano) e Isabel (Camila
Pitanga), prontas para construir uma ponte entre esses universos, feita de
confiança, respeito e amizade.
Caprichoso,
o destino faz com que as duas se conheçam no dia dos seus casamentos, em plena
igreja, vestidas de véu e grinalda. Laura está noiva de Edgar (Thiago Fragoso),
filho do poderoso senador Bonifácio (Cássio Gabus Mendes). Essa união é a
última esperança de sua mãe, a ex-baronesa Constância, reconquistar o status
social perdido com o fim da monarquia. Mas Laura não tem mais certeza do amor
por Edgar... Ela sonha em trabalhar como professora e escrever – o que era
praticamente proibido para as mulheres de elite como ela.
Já Isabel está
realizando um sonho: casar com Zé Maria (Lázaro Ramos), o seu grande amor.
Nascida livre, Isabel trabalha desde os 14 anos, na casa da Mme. Besançon
(Beatriz Segall), com quem aprendeu a falar francês. Elegante e musical, ela
encanta quem a vê dançando nos cordões de carnaval. Mesmo morando em um cortiço
e ganhando pouco, ela e Zé sonham em vencer na vida, em serem respeitados em
uma sociedade muito preconceituosa.
Mesmo
com origens tão contrastantes, Laura e Isabel vêem nascer uma grande amizade
nesse momento tão especial. Suas histórias de vida após esse dia serão muito
diferentes do que elas estão imaginando – mas estarão sempre ligadas. Muitos
desafios vão testar a coragem e a força dessas mulheres à frente do seu tempo.
Adoro novelas que retratam a nossa história, sem didatismo, sem perder as características do bom e velho folhetim. Dúvidas que será uma novela bem sucedida? Nenhuma! Só espero que a audiência corresponda... e que eu
possa chegar do trabalho em tempo hábil de assistir aos capítulos no exato
momento de exibição. Quero ser um dos #TeamLadoALado, como se denomina os fãs no twitter (risos). Sorte aos envolvidos no
projeto!
Fotos: Globo.com
Vídeo: You Tube
confesso que estou muito feliz com o resultado e com tentativas de novos autores tanto aqui qto na record..as do sbt eu não vejo, não consigo.
ResponderExcluirEssa novela é bem gilbertiana, diria eu, elenco fera...a Patricia Pillar ainda não me desceu muito e é uma trama de época....acho corajoso alguém fazer tipo de novela assim, nessa lei do populacho, das periguetes e dos vilões cômicos...tb acho que será boa,só estou tentando adivinhar do que o povo , inclusive o noveleiro vai reclamar dessa novela.
rs, tomara mesmo que não haja nenhum motivo pra reclamações pelos telespectadores, né Edu?
ResponderExcluirValeu pela leitura, comentário, queridão.
Estou aguardando. Minha medida para as teledramaturgias é assistir aos primeiros 10 capítulos. Quando digo medida, obviamente não me refiro a nenhuma forma de crítica, pois não sou o mais especializado nesse terreno. A minha crítica é dizer se gosto ou não gosto do trabalho. Pura opinião. Nem analiso nada tecnicamente, mas do ponto de vista se me agrada ou não, se vale a pena perder uma hora na frente da televisão, ou se é preferível gastar meus valiosos minutos com meu próprio trabalho, que não é pouco. Se nos 10 primeiros capítulo, a trama me agradar, os núcleos me convencerem, os persongens me conquistarem, daí sim apostarei nos outros 150 ou 200 capítulos que sejam. Abraço, Isaac
ResponderExcluirwww.novelaparaler.blogspot.com
Também tenho alguns critérios pra sentir se continuarei ou não a ver uma novela, mas não estabeleço quantidade de capítulos, gosto de passar daquela fase de apresentação dos personagens.
ExcluirSempre bom tê-lo por aqui, querido!
Tem tudo para ser um baita novelão! As chamadas estão lindas e convidativas, troço por isso!
ResponderExcluirhttp://brincdeescrever.blogspot.com.br
Estamos todos nessa mesma torcida, meu caro... abraço!
ExcluirSucesso?
ResponderExcluirSó se for de crítica, porque audiência, vai ser difícil.
Vai ser uma FORÇA DE UM DESEJO! Excelente qualidade, mas audiência baixa!
rs, eu já tenho uma impressão diferente, acredito que além da crítica, a novela terá uma audiência superior ao esperado.
ExcluirValeu pela leitura e comentário, brother!
DIGO isso pois enfrentará horário político em plena estreia e depois horário de verão!
ResponderExcluir:)
Super ansioso: bela retratação de época e abordagem de assuntos de cunho histórico bem interessantes - a favelização do centro do Rio de Janeiro no começo do século XX, o começo do samba e da figura do malandro carioca, a vida dos ex-escravos...
ResponderExcluirTorcendo para que tenha o reconhecimento do público. Se bem que em tempos de nivelamento por baixo da teledramaturgia em prol do que chamam de classe C não me surpreendo se não for bem aceita. Mas acho louvável uma trama mais contida e de época na atual conjuntura.
Pode ser também que se mostre, em vez de uma nova Força de um Desejo, uma nova A Vida da Gente: um pouco abaixo da meta de audiência, mas que gerou bastante repercussão.
No aguardo!
Muito bem falado, Lip... torçamos todos. Ah! Sempre bom te ver por aqui.
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