sábado, 28 de maio de 2011

Que venha o 'Daniel', do Guilherme Boury!

A família Boury tem se dedicado à arte há décadas, seja no cinema, no teatro ou na televisão. Isso é ratificado pelo Reynaldo Boury, atualmente na direção da novela Amor e Revolução (SBT), mas com vasta experiência em algumas das principais emissoras de TV. Seus filhos Alexandre Boury e Margareth Boury, têm a oportunidade de trabalhar na mesma emissora (Record); ele é um dos diretores da novela Vidas em Jogo, ela é autora da bem sucedida Rebelde.
A satisfação da família aumentará em breve, pois o “neto/sobrinho/filho”, os deixará ainda mais orgulhosos, evidenciando o seu talento na próxima novela do Aguinaldo Silva, Fina Estampa, que será exibida às 21 horas pela Rede Globo. Trata-se do carismático ator Guilherme Boury.

Por Isaac Santos

Guilherme estreou na Record em 2005 na novela Prova de Amor, do Tiago Santiago, interpretando o Bruno Nogueira. O seu papel era modesto, mas agradava bastante o público adolescente, como o típico “garoto praiano carioca”.


Em 2006, também na Record, formou um belo par com a atriz Andréia Horta, vivendo o Caio (ela, a Renata), da novela Alta Estação, de autoria da Margareth Boury (sua mãe), e embora esta novela não tenha alcançado os resultados desejados, a interpretação de alguns dos seus protagonistas, como a exemplo do Guilherme, agradou a cúpula da Record. Este trabalho lhe rendeu o Prêmio Master de Ator Revelação.


O ano era 2007, a Record lançava a novela Amor e Intrigas, de Gisele Joras. O Guilherme já começava a ousar um tanto mais como ator, pois o seu personagem, Marcos Fraga, vivia em conflito com o pai. 


Mas foi em 2009, ainda na Record, na bem escrita e dirigida, Poder Paralelo, de Lauro Cesar Muniz, que o Guilherme mereceu os muitos elogios em reconhecimento ao seu brilhante desempenho como o Pedro Vilar. Sem dúvida continuará a ser um dos seus melhores personagens na teledramaturgia brasileira.


Ele soube aproveitar a oportunidade e destacar-se num texto primoroso, raridade em tempos atuais. A partir disso, o Guilherme não quer errar em suas escolhas. Recentemente optou por não renovar o seu contrato com a Rede Record, onde certamente, sempre terá as portas abertas. E como recém contratado da Rede Globo, já deu uma palinha aos seus fãs numa participação no seriado Divã. Então, que venha o Daniel (seu personagem em Fina Estampa). As expectativas em torno desta estréia são as melhores possíveis e a julgar pelo que este rapaz tem feito em apenas seis anos de trabalho, a sua carreira é promissora. PARABÉNS!!!



 Abaixo uma de suas músicas prediletas, interpretada pelo Grupo In Natura: "Eus"



Você pode segui-lo no Twitter: @GuiBoury
E obter outras informações sobre ele, aqui.

terça-feira, 17 de maio de 2011

3º Encontro dos Aguinaltas Gaúchos


Antônio (2º da esquerda p/ direita) é Diretor de Arte, Roteirista e  Redator
O amigo Antônio Costa foi um dos felizardos participantes (foto acima) do Curso sobre Roteiro, promovido pelo Aguinaldo Silva há uns 2 anos. A experiência foi tão bem sucedida que uma 3ª edição está sendo pensada pelo autor. E, segundo aqueles que já tiveram a oportunidade de aprender com esse Mestre da Teledramaturgia, o sentimento é de gratidão. Também por isso e aproveitando para se confraternizarem, foi que no último dia 14 aconteceu em Porto Alegre/RS, o 3º Encontro dos Aguinaltas Gaúchos. Confira o relato do Antônio, a quem agradeço pela gentileza:


Da esquerda p/ direita: Marco Bittencourt, Lucas Nobre, Bolívar Soares, Antônio Costa e sua esposa, Isolde, e Soraya com o seu irmão, Alexandre "Ganso".

imagem ilustrativa
imagem ilustrativa

O 3º Encontro dos Aguinaltas Gaúchos é a confirmação de um fato inédito na História da Teledramaturgia Brasileira. Até onde sei, nunca ouvi falar que, um novelista, tivesse conseguido reunir um grupo de pessoas para comentar sobre o seu trabalho.
Isso é comum entre os “pop-stars” do rock. Em se tratando de novelistas, limita-se no máximo a conversas triviais entre amigas, quando entre um chopinho e outro, comentam sobre novela. Mesmo assim, o nome do escritor, poucas vezes é lembrado.
Aguinaldo conseguiu quebrar essa escrita. Tornou-se comum ouvirmos pessoas de idades e profissões variadas comentando na Internet, nos bares, e meios de transporte, sobre as novelas atuais de uma forma diferente: “Essa história é ruim.”, “o escritor dessa novela, não está muito inspirado”... E etc.
Ou seja: O nome do escritor está começando a aparecer. Se voltássemos no tempo, e perguntássemos pra alguém o nome de algum escritor de novelas, no máximo, lembrar-se-iam de Janete Clair.
Ao criar o Blogão, Aguinaldo, deu um importante passo na História da Teledramaturgia Brasileira, fazendo com que, o trabalho do escritor de novelas fosse reconhecido e houvesse mais participação nos comentários dos telespectadores.
Sei de outros autores de novelas que possuem blogs, porém, até o presente momento, nenhum deles conseguiu a mesma repercussão que o Blogão, e atual, ASDigital, conseguiu.
Mas, o mais importante disso tudo: São os laços de afinidade que o Blogão, conseguiu gerar. Pessoas que nunca se viram, de repente, começaram a trocar ideias e, dessas ideias, surgiram laços de amizade.
As pessoas participam, dão sugestões, xingam, trocam confidências, e até, dão forças pra uns e outros, quando alguém escreve algo que denuncia estar passando por um mal momento.
As novelas brasileiras podem até não estar numa boa fase. Agora, os laços de afinidade (pelo menos da turma do ASDigital), nunca estiveram tão fortalecidos.
Que essas afinidades contribuam para melhorar cada vez mais, os relacionamentos entre as pessoas e, através dos comentários, o nível das histórias de nossas novelas.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Nilson Xavier - Expert em Teledramaturgia


Adoooro novelas, mas reconheço que sei tão pouco ou nada, se comparado ao Nilson Xavier... o cara é fera, tem um site especializado em Teledramaturgia e é autor do Almanaque da Telenovela Brasileira. Confira neste bate papo:

Por Isaac Santos

Desde quando, esse interesse pela teledramaturgia brasileira?
Sou um apaixonado por Teledramaturgia desde criança.
Você foi uma criança excêntrica? Sofreu algum tipo de preconceito por isso?
Não, mesmo porque eu não gostava apenas de novela, mas de televisão em geral, desenhos animados, seriados americanos, etc.
A pergunta redundante, mas indispensável: como nasceu o site Teledramaturgia?
Quando percebi que não havia nada de consistente sobre o assunto na Internet. Então resolvi eu mesmo juntar minha pesquisa, somada a outras bibliografias, e colocar na Internet.
O Teledramaturgia alcançou um nível profissional. Já foi premiado por isso? Satisfaz as suas expectativas financeiras?
Não! Nunca tive este tipo de retorno, financeiro.


Você faz sozinho a atualização do site ou existe uma equipe de manutenção?
Eu mesmo atualizo. Mas recebo ajuda de colaboradores informais.
No início um site despretensioso, hoje, indispensável fonte de pesquisa sobre dramaturgia televisiva. Ainda o tem como um hobby?
Meu hobby sempre. Se não fosse mais, estaria estagnado, ou já teria deixado de existir.
Do Teledramaturgia  ao Almanaque da Telenovela Brasileira, os seus projetos têm sido bem sucedidos. Quais eram as suas pretensões?
Tanto um quanto o outro foram impensados. Aconteceram. Nada foi premeditado.


Um homem bonito, tipo galã, e inteligente. Já pensou em trabalhar em televisão? Já houve algum convite?
Obrigado pelo elogio! (rs) O máximo que aconteceu foi eu gravar o teaser da novela Tempos Modernos. Mas não penso nisso.


Você detém um conhecimento absurdo sobre as telenovelas brasileiras. Já participou de algum concurso cultural sobre este universo?
Não, nunca estive em concursos ou coisa parecida.
Entre as inúmeras novelas da televisão brasileira, você tem alguma preferida?
Várias. Vale Tudo e Roque Santeiro eu considero as melhores que já acompanhei.
Um dos seus autores favoritos, o saudoso Cassiano Gabus Mendes, foi recentemente homenageado com o remake da novela Tititi. O que você achou desta versão?
Achei ótima, divertida, bem escrita. Eu era fã!
O que pensa das novelas mexicanas?
Nunca acompanhei nenhuma novela mexicana. Nada contra, apenas não sou público deste tipo de produção.
À que você atribui a crise de audiência das telenovelas atuais?
Varios fatores. Principalmente à mudança do perfil de quem hoje mais assiste à TV aberta.
A Globo prepara a volta de um dos seus grandes sucessos, O Astro. Acredita que novamente o Brasil se perguntará “Quem matou Salomão Hayalla”? Qual a sua expectativa para essa versão?
As melhores. Acho que vem coisa bacana por ai. Eu sou defensor de novelas mais curtas.
O POSSO CONTAR CONTIGO? agradece a gentileza e deseja que o seu site continue a ser fonte de pesquisa para todos os aficionados por teledramaturgia.
Obrigado pela oportunidade! ;)


Acima um trecho (dos arquivos do José Marques Neto) da entrevista cedida pelo Nilson Xavier à Sabrina Parlatore no "Vitrine" - TV Cultura.  


@Teledramaturgia em meio a sua coleção de LPs "trilhas sonoras de novelas":

terça-feira, 10 de maio de 2011

“Vidas em Jogo”: drama humano agrada ao público


Convidei o amigo Marcos Silvério a analisar os primeiros capítulos da novela Vidas em Jogo, e ele o fez. Agradeço a gentileza! Confira:

Marcos Silvério é webdesigner, apaixonado por novelas e mantém o Blog News Tv 

Não compreendo como o público, que garantiu audiência recorde ao último capítulo de “Ribeirão do Tempo”, não tenha prestigiado a estreia da sua sucessora. A diferença entre as duas obras é enorme. Sucesso mesmo a nova trama fez na internet, onde mereceu muitos elogios por parte dos tuiteiros e conquistou simpatia nas enquetes de sites especializados.

 

“Vidas em Jogo” começou começando e foi direto ao que é importante: o drama humano de seus personagens. Não apelou para pirotecnias, termo usado para descrever o que se tornou regra nas novelas globais: sequências no exterior, perseguições implacáveis e tudo mais que visa impressionar o telespectador no intuito de captar sua atenção. Nessa época em que muitos sustentam que a teledramaturgia vive uma crise, alguns acreditam que a falta do drama humano é o que mais tem afastado o telespectador. Nesse aspecto a novela acertou desde o primeiro capítulo e continuou apostando nos seguintes. Ponto positivo.

Nos dois momentos em que apelou para a dita pirotecnia, a novela derrapou. A primeira foi logo na cena inicial, gravada nos Lençóis Maranhenses. A sequência foi desnecessária e terminou com vários erros. Francisco (Guilherme Berenguer) chegou à pé ao casebre e ao fugir de dois bandidos, montou em um quadriciclo que havia sido levado por quem? Na perseguição, após atravessar um banhando que encobria as rodas do veículo, surgiu do outro lado absolutamente seco... Como assim? A segunda derrapada foi na cena que o viciado em jogos de azar Ivan (Silvio Guindane) fugia de seus comparsas. A cena foi longa e incluiu saltos espetaculares de pontes e viadutos. Mas, ao final, quando Ivan, exausto, não conseguiu mais correr e foi capturado, um detalhe pôs tudo a perder: como uma pessoa corre metade do centro do Rio de Janeiro, numa fuga desenfreada, e não tem uma única gota de suor no rosto?

Bem, mas isso são detalhes que não comprometem a obra como um todo. E acontece em todas as novelas: nas últimas duas semanas “Insensato Coração” também contabilizou dois erros do gênero.

Cristianne Fridman garante que em sua novela não há personagem principal, mas que este será o bolão e as mudanças que ele trará na vida de cada um dos dez personagens centrais. Apesar disso, a apresentação desses personagens foi meio confusa. Mais de vinte deles desfilaram pelo primeiro capítulo, e muitos outros apareceram já no segundo. De forma que, até o terceiro capítulo ainda não havia conseguido memorizar o nome de todos, seus laços de parentesco e amizade. Nesse emaranhado, quem mais se destacou foi o cãozinho Zé, que roubou praticamente todas as cenas das quais participou.


Chamou a atenção o entrosamento de boa parte do elenco, que pareceu muito à vontade em seus personagens. Isso é pouco comum nos primeiros capítulos de qualquer novela. Muitos ex-globais, de reconhecida competência, integram os núcleos centrais. As interpretações abaixo da média ficaram mesmo por conta dos atores jovens e alguns que, mesmo com décadas de experiência se especializaram em um único tipo de personagem, como o canastrão Mário Gomes.

Nas primeiras cenas, Beth Goulart parecia pouco à vontade com sua vilã humanizada, mas já a partir do segundo capítulo, incorporou bem a temida dona de uma construtora. Num universo onde a maioria dos personagens se alternará entre o bem e o mal, o destaque ficou mesmo com os politicamente incorretos. A alpinista social de Luciana Braga promete boas cenas, assim como a infiel esposa de Vanessa Gerbelli. O rapaz que tem vergonha da mãe, vivido por Rômulo Arantes Neto e o viciado em jogos de azar, de Silvio Guindane, são bem chatinhos. O machista Adalberto, representado por Luiz Guilherme, também promete despertar o ódio do público.

Do lado dos bonzinhos, sobressaiu Juliana Trevisol, que esteve muito bem nas cenas de dança, área que ela domina, já que foi bailarina do Faustão. Ficou evidente também a química entre ela e Guilherme Berenguer, e deste com a outra ponta do triângulo: a patricinha vivida por Taís Fersoza. Aliás, química também não faltou entre Vanessa Gerbelli e Leonardo Vieira. Promessa de bons romances.


Do ponto de vista técnico, a nova trama da Record pode ser considerada mediana. A bela fotografia incluiu muitos ângulos do Rio de Janeiro até então pouco explorados pelas novelas globais. Por outro lado, a trilha sonora e incidental teve cortes abruptos e desnecessários. A sonorização de “Sansão e Dalila” foi bem melhor. A direção foi muito feliz nas cenas de sexo: sensuais, mas sem apelar para a vulgaridade. Muito bonita também a balada no castelinho da Ilha Fiscal. Os cenários dos núcleos pobres foram bem concebidos, porém os da milionária Regina (Beth Goulart) deixaram a desejar. Normalmente ricaços preferem viver em casas, e não em apartamentos. A mesma observação vale para os figurinos. Como a novela está na primeira fase, às vésperas do Natal, pode ser que algo mude quando a trama aportar nos dias atuais.

Por fim, a abertura da novela: muito bonita, clara, luminosa. Bem cantada e em total sintonia com o tema da história. Talvez um pouco curta demais.


Em se tratando de novela, uma avaliação mais apurada só pode ser feita depois de algumas semanas no ar. Mas, a julgar pelo que foi mostrado nos primeiros capítulos, “Vidas em Jogo” começou bem e tende a crescer quando acontecer o sorteio da loteria e os ganhadores firmarem o pacto que mudará de vez suas vidas.


domingo, 8 de maio de 2011

Um Viva à todas as Donas Lolas!


A teledramaturgia sempre nos presenteia com histórias emocionantes de Mães. Obviamente que, algumas desnaturadas como a exemplo do que acontece também na vida real, mas aqui quero destacar apenas três das personagens que nos marcaram pelo jeito de ser mãe, rendendo momentos ímpares às nossas novelas.

Quem não riu vendo o cuidado exagerado da Dona Armênia (Aracy Balabanian) com os seus "filhinhas do mamãe”, Geraldo (Marcelo Novaes), Gerson (Gerson Brenner) e Gino (Jandir Ferrari) em Rainha da Sucata? Por estes ela botava qualquer prédio “na chon”!
Por Isaac Santos

Em versões diferentes (Dona Xepa e Lua Cheia de Amor), mas com a mesma ingenuidade e raça, Dona Xepa (Yara Cortez) e Dona Genú (Marília Pera), defendiam suas proles e representavam com muita sensibilidade as muitas mães reais, que mesmo injustiçadas por seus filhos, são capazes de amar com um amor incondicional.

Mas o que dizer da perfeita encarnação de Mãe, pela Irene Ravache em Éramos Seis (uma das minhas poucas favoritas no Sbt)?! Dona Lola era sensata, justa e tinha discernimento, talvez só por isso já mereça o maior dos destaques. Criou os seus filhos, Carlos (Jandir Ferrari), Alfredo (Tarcísio Filho), Isabel (Luciana Braga) e Julinho (Leonardo Brício) enxergando e procurando lidar com as qualidades e defeitos destes. Uma mulher (para os padrões sociais da época) e mãe com iniciais maiúsculas, viveu a “vida” da sua família, com toda a intensidade, seja nos bons ou nos maus momentos aos quais o destino lhe apresentou. Finda tristemente a sua trajetória num asilo, mas satisfeita por ter cumprido o seu papel de MÃE.

Abaixo, numa cena (uma das relíquias do José Marques Neto) emocionante, finda-se a história de Dona Lola em Éramos Seis:

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