Confesso que não sei definir ao certo de onde e como surgiu a expressão “horário nobre". Muito se fala que vem do fato de se tratar de um horário em que a maior parte das pessoas já está em casa, atingindo assim um publico maior. Outros dizem que é por reunir os melhores autores bem como elenco e direção. Ainda há a corrente que diz que é “veramente” nobre, pois o custo da publicidade nessa faixa é avassalador...
Mas, não deveria ser nobre por ter tramas envolventes, que realmente nos prendem e absorvem? – Juro que pensava assim. Ao menos gostaria que assim fosse.
Já faz tempo, eu estava pensando sobre a qualidade das tramas do suposto “Horário Nobre”. Honestamente, não vejo nada de nobre em “Insensato Coração”, assim como também não vi em “Passione”, “Viver a Vida" e etc... Sei lá, pode ser impressão minha, mas acho que as melhores tramas nesses últimos anos passaram longe das 21 h.
Não sinto nenhum tesão nas tramas desse horário. Não sei se fiquei muito exigente ou se de fato a qualidade caiu, mas as novelas que mais gostei nos últimos anos não foram ao ar às 21 hs. Acho que os autores se perderam, sei lá. Algo mudou. Talvez seja a hora de se repensar essa coisa pesada que é uma novela das 9... De repente colocar algo mais leve, que faça o povo sorrir, personagens mais envolventes, com quem a gente se identifique. Faz tempo que não consigo torcer por um casal do horário. Acho que a ultima vez foi em “Caminho das Índias”. É tão bom esperar o dia passar para chegar em casa e jantar aguardando aquela cena tão esperada, ou então simplesmente se distrair com algo de real qualidade, mas tá difícil...
Não consigo classificar essas tramas como nobres. Nobre para mim é “Cordel Encantado”, uma novela deliciosa, fora do eixo RJ-SP, um conto de fadas misturado com o sertão brasileiro, que tinha tudo para cair no ridículo, mas que deu absolutamente certo. É encantador. Tão nobre quanto foi “Ti ti ti”, a meu ver o melhor remake já realizado, unindo duas novelas de um mesmo autor, numa versão atualizada pelas mãos de sua pupila, a sempre competente Maria Adelaide Amaral.
Não sei se é saudosismo barato, mas sinto falta de ver nesse horário novelas que realmente me prendam, que dê vontade de acompanhar. Aquela coisa de se atrasar, mas sair de casa antes da novela terminar, jamais!!! – Chegar em casa correndo ligar a TV e suspirar pensando:
“ - Deu tempo... rsrs!” - enfim, quero ver no horário nobre uma obra instigante, charmosa, leve e gostosa como “Ti ti ti” ou uma delirante e cativante invenção, como “Cordel Encantado”.
Porém como Deus é pai e Janete Clair soberana, eis que volto a me apaixonar por algo que apresentado depois das 20h. Surge “O Astro” e tudo se ilumina. Um casal protagonista lindo, exalando paixão, tesão e uma química fatal. Tudo isso embalado ao som de “Easy” que grudou nos meus ouvidos e já figura em meu player. Alia-se a isso grandes atores sob uma direção coesa, dando vida à tramas muito bem contadas, um texto formidável, uma trilha sonora espetacular!
Eu tô apaixonado, tô dormindo tarde e não tô nem ligando se vou me atrasar!!!
É disso que falei nos parágrafos acima. É disso que sinto falta às 21 h
Mais uma vez volto a sentir esse frisson. Curiosamente, trata-se de mais um remake.
Será esta a solução: recriar, refazer uma boa novela, colocando-a nos dias atuais, mas sem perder a essência que a fez ser sucesso?
– Não sei.
Será essa a solução do horário nobre?
– Também não sei
Só sei que dentre os melhores folhetins que assisti nos últimos anos, os remakes figuram fácil, fácil e “O Astro” acaba de entrar nessa lista!
Desejo que tenham gostado, é meu primeiro post e espero que muitos estejam por vir!!!
BjÔ!!!