Por Emerson Felipe
E na 84ª cerimônia de entrega do Oscar, o prêmio máximo do cinema, a atriz norte-americana Meryl Streep fez história: após um jejum de quase 30 anos, ganhou a tão almejada terceira estatueta de melhor atriz pela elogiado atuação como a ex-primeira ministra britânica Margareth Tatcher no longa "A Dama de Ferro". Conhecida por desempenhos meticulosamente estudados, pela incrível presença e expressão em cena, Meryl Streep é considerada por muitos críticos como a maior atriz em atividade, consagrando-se com interpretações que vão desde a comédia ao mais denso drama, construindo uma respeitável trajetória cinematográfica de 35 anos que atrai fidelíssimos fãs de várias gerações.
Meryl Streep ganha o terceiro Oscar com filme A Dama de Ferro. |
Meryl Streep empunha o Oscar recebido por Kramer vs Kramer. |
Em 1983, com o Oscar recebido por A Escolha de Sofia. |
Mas, ainda naquele ano, viria aquela que é considerada a grande atuação da carreira de Meryl Streep e uma das maiores intepretações femininas da história: "A Escolha de Sofia", dirigido por Alan J. Pakulla. Neste intenso e doloroso drama sobre traumas, sentimento de culpa e autodestruição, Meryl faz o papel de Sophie Zawistowski, uma polonesa sobrevivente de um campo de concentração, que tenta reconstruir sua vida nos Estados Unidos da América. Uma interpretação emocionante que lhe rendeu o primeiro Oscar de atriz principal em 1983, e que demandou intenso trabalho de pesquisa e caracterização - a atriz precisou aprender polonês e alemão, bem como emagrecer e cortar os cabelos para realizar as cenas do campo de concentração. A contundente cena que justifica o título do filme é de um assombro e emoção tremenda por parte de Meryl Streep, que protagonizou uma das momentos mais intensos e dramáticos já vistos no cinema.
Meryl Streep em magnífica interpretação no longa A Escolha de Sofia. |
Nos anos 90, a aparição de Meryl Streep na cerimônia do prêmio mais cobiçado do cinema foi bissexta, se comparada às constantes indicações dos anos 80. Destaca-se nesse período a sensível atuação no drama romântico"As Pontes de Madison", de 1995, em que foi dirigida e contracenou com Clint Eastwood, no papel de uma imigrante italiana casada e com filhos que vive um intenso caso extraconjugal com um fotógrafo de Washington. A emocionante atuação de Meryl Streep, no entanto, não foi agraciada com o Oscar, que acabou sendo concedido à também excelente interpretação de Susan Saradon em "Os Últimos Passos de um Homem". Outras indicações ocorreram pelos filmes "Lembranças de Hollywood" e "Um Amor Verdadeiro".
Já no ano 2000, Meryl retorna ao tapete vermelho indicada como atriz principal pelo filme "Música do Coração" (em que teve de aprender a tocar violino), perdendo para Hilary Swank em "Meninos Não Choram". Outras nomeações sem vitória aconteceram por "Adaptação" (2003), "O Diabo Veste Prada" (onde Meryl deu o que falar com a arrogante e autoritária editora de uma conceituada revista de moda, Miranda Priestley, em 2007), "Dúvida" (a atriz brilhou com uma meticulosa interpetação de um conservadora e implacável freira que promove uma campanha contra um padre de quem suspeita ser pedófilo, em 2009) e "Julie & Julia (2011). Finalmente em 2012, após 29 anos de espera, sob uma impressionante maquiagem e reproduzindo perfeitamente os trejeitos de Margareth Tatcher, Meryl Streep ganha o terceiro Oscar da carreira pelo filme "A Dama de Ferro": super emocionada, foi ovacionada de pé pela plateia e no discurso agradeceu a todos os colegas e fãs, encerrando-o dizendo "acho que nunca mais estarei aqui de novo”.
Meryl Streep em impressionante caracterização como Margareth Tatcher em A Dama de Ferro. |
As 17 indicações de Meryl Streep, incrível marca que dificilmente será alcançada durante um bom tempo por outra atriz, corroboram a credibilidade e prestígio que a atriz goza como profissional e como pessoa junto à indústria cinematográfica. E os três Oscars recebidos fizeram história: Meryl Streep iguala a sua marca de prêmios à do mito Indrig Bergman (a eterna Ilsa Lund do clássico "Casablanca"), também agraciada com 02 estatuetas de melhor atriz e 01 de atriz coadjuvante, ficando atrás apenas da iconoclástica Katharine Hepburn, detentora de 04 Oscars.
Com um carisma inconfundível e um talento descomunal, Meryl Streep se consagra como uma das grandes/ maiores atrizes da história do cinema, arrebatando fãs de todo o mundo. Uma atriz que ilumina a tela e irradia emoção, seja em papéis dramáticos ou românticos, seja em personagens cômicos ou de caráter duvidoso. Meryl Streep é mais que uma atriz de cinema: é um mito, uma lenda viva da sétima arte.
Realmente, de uns tempos para cá Meryl Streep não tem parado... É blockbuster atras de blockbuster. Diabo Veste Prada, Julie & Julia, Mamma Mia... Muita coisa. Estava torcendo e comentei no meu site também sobre sua atuação.
ResponderExcluirSeu post, claro esta de parabéns!
Ótimo post, Emerson. Meryl é a melhor. Das atrizes vivas, ela é minha favorita. E seu terceiro Oscar - mais que merecido - me deixou muito feliz. Ela merece. É uma atriz completa, não tem nada que ela não encare e que não faça com perfeição.
ResponderExcluirEmerson, mais uma vez tu estás de PARABÉNS pelo teu brilhante texto. Simplesmente irretocável, maravilhosamente bem escrito e colocado. PARABÉNS!!!
ResponderExcluirÉ isso aí mesmo: em tudo o que Meryl Streep toca vira ouro. Impressionante! Ela é capaz de transformar o razoável(sim, não o achei tão ruim assim) "A Dama de Ferro" em um filme inesquecível, única e exclusivamente por causa de sua belíssima atuação. Uma interpretação que foi muito além da imagem; foi todo um belíssimo trabalho de construção: sotaque britânico preciso, modo de caminhar(com destaque para a Margareth velhinha, caminhando bem devagarzinho e com a coluna encurvada), trejeitos e força expressiva no olhar. Simplesmente um deleite!
Realmente, foi mais do que merecido este Oscar, assim como também acho que a segunda melhor no quesito "atriz principal" nem foi a Viola Davis, e sim a Glenn Close pelo igualmente ótimo trabalho de construção em Albert Nobbs, que foi também uma atuação digna de ser aplaudida de pé, diga-se de passagem.
Adorei o teu post, Emerson!!!
Forte abraço e tudo de bom! :)
Muito bom o texto!!! Meryl Streep é diva e digna de todas as homenagens.
ResponderExcluirÓtimo texto Emerson... Concordo em gênero, numero e grau... Meryl além de mega talentosa, é uma das atrizes mais carismáticas...
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