Por Vanessa Carvalho
Shakespeare
foi uma fraude? E se o maior dramaturgo de todos os tempos não passava de um ator
analfabeto e ignorante usado apenas para encobrir o verdadeiro autor de todas
as peças que conhecemos? Essa é a questão que aparece no filme Anônimo (2011).
Nela,
o conde de Oxford, Edward, vive um dilema na corte da rainha Elizabeth I.
Proibido de escrever peças por seu sogro, Willian Cecil, que a arte da escrita
indigna, Edward paga um escritor local sem muito talento para assinar as suas
peças a muito guardadas em seu escritório. O problema é que este mesmo escritor
teme represálias de Cecil por ver que há severas críticas a ele nas peças;
então ele escolhe um ator, William Shakespeare, para que este assine as peças.
Shakespeare, vendo o sucesso que as peças começaram a alcançar, começou a
chantagear Edward para conseguir mais dinheiro.
Com
este enredo, o filme prende não somente pelas citações de peças consagradas do
dramaturgo como Romeu e Julieta, Sonhos de uma noite de verão, Macbeth dentre
outras. Ele prende pelo alto teor político e pela trama brilhantemente
construída. Mostra uma rainha Elizabeth crítica e seca, além de seus romances
secretos ao longo de quarenta anos. E a forma como Cecil a mantém em seu
constante domínio sendo uma das pessoas mais importantes da trama toda.
O
que mais chama atenção neste filme é o elenco de peso; com nomes consagrados do
teatro inglês. Ele conta com Vanessa Redgrave como Rainha Elizabeth I, que não
precisa de muitos elogios. Com Rhys Ifans (O Espetacular Homem Aranha e Harry
Potter) como conde de Oxford e pivô do que poderia ter sido a ruina do reinado
de Elizabeth, com David Thewils (Remus Lupin) como William Cecil e muitos
outros.
Um
destaque maior para o personagem de David, pois é através dele que sabemos de
conspirações contra Elizabeth, histórias de incestos e a forma como a política
era tratada numa época em que a personalidade mais importante da Inglaterra foi
uma mulher, filha de um Tudor.
A
produção de arte do filme foi uma das mais fieis ao contexto histórico com
figurinos, locações, e ambientações. O teatro ao ar livre de Shakespeare, que é
onde se passa boa parte do filme, nos transporta de volta a época em que Teatro
era considerado indigno.
Os
produtores e roteiristas optaram por uma história em flashback, o que pode ser
um ponto negativo do filme, caso o espectador não preste muita atenção à trama,
pode se perder com as várias idas e vindas de tempo. Entre uma Elizabeth nova
(Interpretada pela filha da atriz Vanessa Redgrave) e o reinado de Elizabeth já
próxima a sua morte.
Com
uma trilha sonora peculiar, sendo basicamente músicas instrumentais, se insere
ao filme, que mesmo passando despercebida em alguns momentos, completa o filme
de maneira sublime.
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