segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A Nova Família Trapo decepciona na estréia

Por Isaac Santos

Embora muito contente pela estreia da Kátia Moraes – admiro o estilo da atriz – na Record, foi dureza acompanhar A Nova Família Trapo do início ao fim. Elenco esforçado, plateia – casting da emissora – constrangida, direção tentando fazer milagre sobre o palco de um teatro minúsculo, totalmente inadequado e o que poderia salvar o programa não fez parte do episódio: texto de boa qualidade.

Texto medíocre de humor parece mesmo ser o problema de autores despreparados para tal e que se atrevem a fazê-lo. Os recentes episódios de Sai de Baixo sofreram do mesmo mal. A vantagem do programa global se dá apenas pela estrutura do projeto, realização mais apurada.

Difícil de entender a Record não saber valorizar o talento da Patrycia Travassos como roteirista. Fácil de imaginar que ela teria contribuído positivamente com a criação do episódio.

O A Nova Família Trapo evidenciou a tentativa da autora Letícia Dornelles – que poderia voltar às telenovelas – de escrever um texto inteligente, crítico, com fortes referências ao mundo das subcelebridades. Mas o que se viu foi um festival de equívocos, e nada engraçado.

O programa marcou 5,5 no ibope, ficando em quarto lugar. 

sábado, 23 de novembro de 2013

Novela de época... pero no mucho!

                                                                                                                        Por Daniel Pilotto

E mais uma vez temos no ar uma novela de época que não faz muita força para de ser considerada de época.
JÓIA RARA das autoras Thelma Guedes e Duca Rachid é atual trama do horário seis, apresentada ao público com uma embalagem aparentemente situada entre 1934 e 1945 (a segunda fase da história). E digo aparentemente, pois é só ter um olhar um pouco mais atento e minucioso para descobrir diversos equívocos que para os mais puristas no gênero (entre os quais me incluo) soam bastante incômodos.
A trama conta a história de uma criança brasileira que é a reencarnação de um monge budista que vivia num mosteiro no Himalaia, e a aceitação deste fato inusitado em sua família e no meio que a cerca. Até aí, sem problema algum, afinal a capacidade de criação e fantasia dos nossos autores é infindável e este é o propósito da teledramaturgia, inovar e ousar sempre em cima do velho e bom folhetim. Entretanto a questão que quero discutir é o por quê de se fazer uma novela de época sem um comprometimento total com o período retratado?

A trama da novela poderia ser crível e autêntica para quem assiste se a produção, direção ou sabe lá Deus quem, respeitasse o simples fato de que existe algo chamado: ambientação histórica.
Sei que muitos irão dizer que isto é irrelevante. E a emissora por sua vez, nesta sanha voraz de se popularizar a qualquer custo não perde tempo com os detalhes. Afinal, como alcançar classes mais baixas se ficar retratando tudo exatamente como era na época? Eles mesmos já decidiram que uma parcela do público não gosta de tramas de época, e não gosta de ver como era um comportamento específico, uma estética ou uma sociedade tão diferente da qual eles vivem.
Em parte por preguiça do público e comodismo da emissora, temos no ar algo não muito definido e muito incoerente até, por parte de uma emissora que sempre pode se gabar das melhores produções de época da TV brasileira. Capacidade e qualidade sempre existiram. Seja no princípio, nos tempos áureos das novelas de época das seis dos anos 70 e 80 como ESCRAVA ISAURA, O FEIJÃO E O SONHO, MARIA, MARIA, A SUCESSORA, OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO, TERRAS DO SEM FIM, DIREITO DE AMAR, BAMBOLÊ, VIDA NOVA, PACTO DE SANGUE, SALOMÉ e nas mais recentes anos 90 e 2000 com FORÇA DE UM DESEJO, ESPLENDOR, O CRAVO E A ROSA entre outras.

Anteriormente no horário tivemos dois exemplos bem específicos, as novelas CORDEL ENCANTADO (coincidentemente das mesmas autoras) e LADO A LADO da dupla João Ximenes Braga e Claudia Lage. A primeira era um conto de fadas ambientando em algum lugar do começo do século XX, digo algum lugar, pois nada era definido exatamente, existiam diversas influências estéticas na trama e nada era muito preciso. Neste exemplo tudo era perdoável já que a novela era vendida assim, como um cordel, um conto, uma história farsesca e quase teatral que não estava inserida em nenhum contexto. Portanto não podemos estranhar o fato de Jesuíno (Cauã Reymond) usar calças jeans em pleno sertão nordestino.
Já no caso de LADO A LADO, o momento histórico de um Rio de Janeiro da primeira década do século XX era bastante evidente, ali as influências históricas davam o tom e moviam as personagens da trama. Por conta disto era inadmissível ouvir uma personagem bem nascida e educada como a Laura (Marjorie Estiano) chamar a mãe, a Baronesa Constância (Patrícia Pillar) de “você”. Ou então ter atitudes comportamentais muito, mas muito à frente de seu tempo. Mesmo que os autores queiram nos fazer crer que ela era uma precursora.

Em JÓIA RARA as atitudes e as características das personagens não estão tão distantes da época retratada. Neste quesito as autoras até que mantém bem marcado o rigor e a formalidade da década, e com isto compõe os dramas e situações.
Exceto é claro pela caracterização equivocada das personagens criadas por elas. 


Um dos exemplos mais gritantes vem do núcleo do Cabaré da novela. É ali que coristas e bailarinas cometem as maiores incoerências, a começar pelo excesso de cabelos tingidos de “platinum blonde” por metro quadrado. Nos anos 30 este tipo de descoloração do cabelo era moda, influenciada por atrizes do cinema americano como Jean Harlow ou Carole Lombard, entretanto a moda era apenas para as mulheres que tivessem mais posses, afinal de conta era um tratamento caro e não se fazia num salão da esquina. Aliás, aqui no Brasil isto era praticamente inexistente já que estes produtos eram em sua maioria importados e muito complexos de serem manipulados. Então fica a pergunta. Como as coristas que mal tem dinheiro para pagar suas contas na pensão onde moram fazem um tratamento de cabelo tão caro?
E como se não bastasse, na trama outras personagens aparecem com o mesmo tipo de cabelo, ou então como explicar o cabelo de Volpina (Paula Burlamaqui) a lavadeira do cortiço da novela? Ela é russa, dinamarquesa? É a novela com a maior quantidade de loiras (mesmo que tingidas) já feita até hoje. E não, a novela não se passa no Sul do país.


Outra que chegou há pouco na trama e também é um completo equívoco temporal, é a personagem de Mariana Ximenes, Aurora Lincoln. Vedete internacional a moça chegou ao Brasil vinda de Paris, trazendo suas modas e costumes. O que não explicaram muito bem é o por que de em plenos 1945 a personagem tem um visual completamente final dos anos 50? Sim, além do cabelo (nitidamente inspirado em Marilyn Monroe no auge de sua carreira dos anos 50, já que nos 40 Marilyn era ruiva de cabelos compridos), ela também usa roupas que jamais seriam usadas na época, mesmo por uma pessoa que trouxe a moda de fora. Nos anos 40, em nenhum lugar do mundo se usava calça fuseau, simplesmente por que elas não existiam. E ainda mais para sair na rua. Uma mulher? Nem prostituta “das mais rampeira” como diria a Perpétua de TIETA. 


Isto sem falar nos sapatos. Aurora é realmente muito a frente de seu tempo, pois dia destes apareceu usando um modelo destes que vemos hoje nas lojas de sapatos femininos, bem modernos e estranhos.
Aí fica a dúvida, é uma desconexão total da figurinista com a época da trama ou uma liberdade para fazer moda e propaganda de produtos para as consumistas atuais? Numa entrevista recente a figurinista da novela Marie Salles deu a seguinte declaração: "Me senti livre para percorrer diferentes momentos da história. Pego vários elementos. Peguei referências de grandes atrizes do cinema, de Madonna e até de Beyoncé, nos dias de hoje. Não preciso ficar presa no tempo. Eu vou e volto", ela explica.


Agora, por que não fazer uma novela de época exatamente como a época retratada, uma pesquisa exata. E emissora já tinha ambientado uma novela em 1945 e a reconstituição, tanto cenográfica quanto de figurinos e composição era exatíssima. Em VIDA NOVA (1988) estes detalhes eram fundamentais e davam o tom na viagem no tempo do telespectador. A única personagem loura (e não platinum blonde) daquela trama era uma prostituta interpretada por Vera Zimerman, que tinha origens polonesas.

Ainda na parte do Cabaré, temos também um avanço no que se refere aos musicais apresentados no palco. Quando a trama ainda estava na primeira fase, portanto anos 30, a personagem Lola (Letícia Spiller) apareceu cantando “Copacabana”. Nada ruim se não fosse o fato de que esta música foi composta por Barry Manilow no auge da discoteca em 1978.
Agora nos anos 40, é Aurora (novamente) que tem o seu famoso número antecipado no tempo. A personagem interpreta “Fever”, canção que ficou famosíssima na voz da cantora americana Peggy Lee apenas no final dos anos 50 (novamente).
E por falar em trilha sonora, a da novela não fica muito diferente do que é apresentado na história. As músicas escolhidas são uma viagem pelas mais diferentes épocas, menos a que nos remete à trama. Sinto muito quem não gosta de músicas antigas em trilhas de novela, mas sinceramente, como se situar nos anos 40 ouvindo Novo Baianos cantando “A menina Dança” ou então Tim Maia com “Eu Amo Você” ( aliás, pela terceira vez em trilhas)? Canções com um estilo tão anos 70?

Enfim, poderia ficar horas lembrando coisas fora de época nesta novela de época. Ainda mais por que a novela ainda não terminou e muita água vai rolar.
Na contramão disto tudo a surpresa vem da concorrente, Record. Lá Carlos Lombardi leva ao ar seu PECADO MORTAL. A trama ambientada nos anos 70 (mais precisamente em 1977) os detalhes são de um rigor absoluto. Tudo ali nos remete a década, desde os figurinos, cenários e expressões usadas pelos personagens. E antes que me questionem, anos 70 também já é de época.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Para quem faz questão de brilhar!

Por Henrique Domingos Melo

Certa vez, há alguns anos, vi um anúncio de um produto de limpeza com o seguinte slogan: “Para quem faz questão de brilhar!”. O reclame não teria me chamado tanto a atenção caso a modelo não fosse ninguém menos que Elizabeth Savalla, no auge de seus 50 anos e a beleza genuína que a consagrou durante quase quatro décadas de telenovelas.

Ignorando a dúbia interpretação que o anúncio comercial exige, e o empregando em seu sentido literal, Elizabeth Savalla Casquel pode não fazer muita questão de brilhar, mas o de cumprir sua tarefa com maestria, o que é inevitável para alguém com tanto talento. Se houver alguma dúvida sobre isso, pode-se comprovar ligando a TV às 21h00min da noite enquanto “Amor à Vida” estiver sendo exibida. Dona de boa parte das cenas, a atriz consegue domar a construção textual farsista de Walcyr Carrasco e fazer da caricata ex-chacrete Márcia, uma personagem humana e de forte apelo popular.  Resultado disso? Savalla teve seu valor reconhecido e ganhou, recentemente, o Prêmio Extra de Melhor Atriz Coadjuvante.  Foi mais que merecido.


Em seu discurso emocionado, a atriz disse fazer parte de uma geração de atores que “sonhava” em mudar o mundo, usando seu trabalho para algo maior do que simplesmente se manter forte na mídia – o que parece ser a prioridade de muitos profissionais de artes cênicas atualmente -, levando para cada lar provocação e reflexão, que gerasse mudanças positivas no telespectador. Frente ao deprimente rumo que a televisão tem tomado, surge o desejo de que esta geração nunca morra. Ou pelo menos deixe suas marcas imortalizadas quando partir.

Ainda em seu agradecimento, Elizabeth declarou sua satisfação de fazer uma “novela das nove” por atingir um número maior de pessoas. Particularmente, nunca entendi a razão de a atriz não emprestar seu brilho ao horário nobre global há mais de vinte anos. Seja lá qual for, Tetê Parachoque e Paralama e seus hot dogs, filha periguete e infame bordão que não pegou, foi uma das poucas coisas que funcionou em Amor à Vida. Prova de que a atriz merece figurar em outras produções desta faixa, brindando o público com mais personagens dignamente Savallianas.

Falando nisso, farei um breve (e um tanto negligente) apanhado da contribuição desta grande diva para o teatro, televisão e cinema. 

Malvina, Gabriela – 1975 


Ainda muito jovem, porém com atuação madura e competente, interpretou a feminista Malvina, na adaptação de Walter George Durst para a TV da obra Gabriela de Jorge Amado

Lili, O Astro – 1977.


Outro personagem extremamente popular da atriz. O jeito desbocado, encantador e batalhador de Lili, não demorou em fisgar o público na novela de Janete Clair.

Marcela, Plumas e Paetês – 1981


Uma anti-heroína singular que, nas mãos de Savalla, se tornou um primor. Arrisco em dizer que Marcela foi a mais interessante protagonista de Cassiano Gabus Mendes.

Bruna, Pão, Pão, Beijo, Beijo – 1982


Calou a boca de todos que duvidaram de sua capacidade de encarar uma vilã. Bruna foi tão odiada, que Savalla quase apanhou na rua pelas vilanias de sua personagem.

Auxiliadora, Quatro por Quatro – 1994 


Na novela de Carlos Lombardi, viveu a dona de casa vingativa Auxiliadora. A suavidade de sua atuação marcou época e arrancou muitos risos de quem acompanhou a trama.

Morgana, Sítio do Picapau Amarelo – 2002


Nem mesmo a temida Cuca foi páreo para suas maldades e brilhante interpretação. As crianças da época passaram a idolatrá-la como uma “mãe”.

Jezebel, Chocolate com Pimenta – 2003


Seu trabalho mais feliz ao lado de Walcyr Carrasco. Uma vilã saborosa como chocolate e ardente como pimenta, munida do antológico refrão “Ai como eu sofro!”

Friziléia, uma esposa a beira de um ataque de nervos! – Peça Teatral


Talentosa também fora da TV, Elizabeth Savalla arrasa nos palcos. No monólogo escrito por seu marido, ela é uma esposa neurótica, que diverte a platéia por mais de uma hora de peça.
Em 2007, deu nome ao troféu do Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora – MG. Ao lado de seu esposo, Camilo Átila, criou o ESCA, grupo teatral. Além de ser incentivadora das Artes Cênicas. 

Mariana, Pra Frente Brasil – Filme de 1982


Nas telonas, Beth Savalla também deu as caras em um filme do início da década de 80. Na produção de Roberto Farias, viveu uma guerrilheira de esquerda, numa clara crítica ao regime político da época. 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

As treze relíquias: magia e lendas nos tempos atuais

Por Vanessa Carvalho

Em tempos em que a literatura tem mais volumes que a enciclopédia Barsa, encontrar um livro que tenha começo, meio e fim é praticamente ganhar na loteria. Essa loteria se torna acumulada quando a história em questão é muito agradável de ler. O livro em questão é “As treze relíquias” de Michael Scott e Collete Freedman. Editora Planeta e 413 páginas.

A história, que se passa nos tempos atuais, o que a meu ver é o primeiro ponto positivo, começa com uma senhora simpática de setenta e poucos anos, sendo assassinada em sua casa assim como uma aspirante a atriz que foi tentar ajudá-la. A senhora era guardiã de uma das treze relíquias da Britânia. E a partir daí vemos uma verdadeira caça as bruxas de assassinos cruéis que estão em busca dessas relíquias. Aprendemos neste livro que os nomes têm força e que não devem ser falados levianamente. E que há magias tão antigas quanto o próprio tempo. E que, cada uma das relíquias, dentre elas uma espada, uma corneta e um manto, detém um poder que, se liberado, trará todas as desgraças para o nosso mundo.

E em meio a todo esse turbilhão de lendas e magias, temos Sarah, uma garota comum, que por ajudar uma senhora, Judith Walker, acaba no epicentro de toda essa trama. Sarah recebe de Judith a missão de entregar sua relíquia para seu sobrinho Owen, do qual deverá cuidar com a sua vida.
Outro ponto positivo do livro é que ele é narrado em terceira pessoa. Chega de livros em primeira pessoa onde personagens juvenis e insegura narram suas aventuras deixando o que há de melhor para apenas a nossa imaginação.

Os capítulos não são enormes e o nível de detalhes é necessário para que nossa própria imaginação faça o resto. A narrativa também é dinâmica, e muitas vezes queremos atropelar linhas e parágrafos para sabermos logo o que vai acontecer.

Os guardiões das relíquias vão de personagens egoístas e arrogantes a senhoras simpáticas e solitárias que, em sua juventude se depararam com um segredo maior que suas próprias vidas. Tais personagens selam o destino de todos os outros, sem contar que em determinado momento da trama temos uma verdadeira viagem pelas paisagens afrodisíacas do Reino Unido atual. Para aquelas pessoas que gostam de lendas, dentre elas a do Arthur, bretão que virou rei, o livro é uma ótima pedida.

Até mesmo para aqueles que não gostam de ler, vão se perder nas páginas deste livro. E para aqueles que estão pensando que é mais uma história com personagens juvenis, esqueça, todos os personagens, apesar de jovens, não são adolescentes e nem a história é juvenil. O nível de detalhes das profecias, e magias e assassinatos, mostram que de leve e juvenil a história não tem nada.
E para os que são ávidos por sagas, e séries e continuações, deixo um aviso que o livro pode tanto ser volume único, pois o mesmo fecha todos os buracos abertos pelos autores durante a trama, como pode haver continuações. Sinceramente, eu acredito que não haja continuações, ou se houver, não será para logo.

De qualquer forma, recomendo o livro que é repleto de aventura e magia.

domingo, 17 de novembro de 2013

Aberta a temporada de séries na TV

 por Thiago Andrade
Pensando no tema deste post, decidi que deveria assumir a minha condição e fazer uma confissão à todos vocês. Então, lá vai: “sim, eu sou um viciado em seriados e, pelo menos por enquanto, sem qualquer possibilidade de receber tratamento”.

A cada ano, o número de séries que eu acompanho vai crescendo e tomando conta de boa parte do meu tempo livre. São tantas histórias e situações, roteiros instigantes, efeitos especiais incríveis e tantos novos pontos de vista sobre a forma que enxergamos o mundo que fica impossível não se envolver. Mas a boa notícia é que eu não sou o único série maníaco no mundo. Assim como eu, várias pessoas dedicam tempo aos seus seriados favoritos, muitas vezes, abandonando a televisão e assistindo os conteúdos de interesse na internet, explicando o crescimento do Netflix, por exemplo.
As TVs Abertas já perceberam esse movimento e tem procurado maneiras de reduzir essa migração da audiência da televisão para outras mídias. E é claro que a melhor saída é investir em conteúdo próprio ou até mesmo importado. É neste último quesito que os seriados, na maioria americanos, se encaixam. Séries de grande sucesso lá fora, tem chamado atenção das TVs brasileiras e causado disputa entre elas na hora de comprar adquirir os direitos sobre esse tipo de material.

O SBT sempre foi uma referência no que diz respeito à exibição de seriados americanos, principalmente pela parceria que existia com a Warner. Vários títulos já passaram e, ainda, passam por lá: Smallville; Supernatural; Tal Mãe Tal Filha; Popularidade; Blossom; Três é demais; Um maluco no pedaço; Oz; Eu, a patroa e as crianças; True Blood; Big Bang Theory; Mike e Molly; Fringe; Gossip Girl; Diário de Vampiro; As visões de Raven; Niptuck; entre muitas outras. Mas a inconstância da grade da emissora e o fato de a maioria dos seriados serem transmitidos apenas durante a madrugada nunca fizeram com que a audiência no canal deslanchasse.


A Band parece ter aprendido a lição e viu seu ibope subir consideravelmente ao exibir regularmente a série “The Walking Dead”, em 2013. Por isso, duas novas aquisições já foram anunciadas para 2014, além da continuação da terceira temporada de “The Walking Dead”. A primeira, que estreia no dia 2 de janeiro, é a série de terror, do mesmo criador de Glee, American Horror Story.
A cada temporada, American Horror Story traz uma trama diferente, com personagens diferentes e, é claro, muita assombração, suspense e mortes. A grande estrela da série é a experiente atriz Jessica Lange, que se adapta de maneira impressionante a cada um dos personagens e nos presenteia com cenas como esta:
A outra novidade da Band está prevista para ter início no dia 8 de janeiro. Se trata da série “Sons of Anarchy”, que já está em sua sexta temporada nos Estados Unidos e conta a história de um clube de motoqueiros fora da lei que tem a intenção de proteger a cidade fictícia de Charming e o negócio de armas ilegais.
 
Seguindo exemplo da Band a Record anunciou que irá trazer Once Upon a Time, Breaking Bad, Chicago Fire e Bates Motel. Dessa lista, destaco Breaking Bad, sucesso de crítica e de público é considerado um dos melhores seriados já produzidos pela TV norte-americana. Filmado em película, com atuações premiadas, a história gira em torno de Walter White, um professor de química que é diagnosticado com uma doença terminal e decide entrar no mundo do crime com o objetivo de assegurar o futuro financeiro de sua família.
Once Upon a Time também merece ser destacada. A série que recentemente ganhou uma spin-off (Once Upon a Time in Wonderland), mostra histórias do mundo de faz de conta, que foi amaldiçoado pela Rainha Má. A maldição apagou a memória de todos os personagens e os transportou para o mundo real, numa cidadezinha chamada Storybrooke. No entanto, a filha da Branca de Neve e do Príncipe Encantado foi enviada para a nossa realidade antes que a maldição fosse completada e é a única que pode ajudar a quebrá-la.

Para quem gosta de seriados, 2014 será um bom ano para a TV Aberta brasileira. Agora é só esperar as estreias, fazer aquela pipoca ou pedir uma boa pizza e acompanhar ótimas histórias pela televisão.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Globo satura a imagem de Walcyr Carrasco

Por Vinicius Pantoja

Esta semana foi noticiado que a substituta de O Cravo e a Rosa no Vale a Pena Ver de Novo será Caras & bocas. E pela segunda vez, duas tramas de Walcyr Carrasco estão no ar ao mesmo tempo (em 2009, enquanto a já citada Caras & Bocas era apresentada no horário das sete, Alma Gêmea era reprisada). Walcyr é um dos autores com mais novelas reprisadas na faixa, Caras & Bocas será a sua quinta novela reprisada. Nunca na história da Globo a imagem de um autor foi tão usada.



Em 2011, se notou que a trama de Dulce (Cássia Kis Magro), da novela Morde & Assopra (do Walcyr), era bem parecida com a da Griselda (Lília Cabral), de Fina Estampa (do Aguinaldo Silva). Ambas são rejeitadas pelo filho. Isso teria irritado profundamente Walcyr, que na época chegou a ser sondado pela Record. A Globo não queria perder o autor, visto que as suas tramas são de grande sucesso popular. E desde então, Walcyr, que já emendava uma novela na outra, começou a trabalhar mais. A Globo lhe ofereceu o horário das onze, onde ele escreveu uma nova adaptação de Gabriela.

E foi quando a globo lhe ofereceu o horário nobre, onde ele está escrevendo Amor à Vida. Paralelamente, a direção escalou Chocolate com Pimenta para ser a substituta de Mulheres de Areia no Vale a Pena Ver de Novo, fato que pegou todo mundo de surpresa, considerando que a novela era extremamente recente para ter uma segunda reprise. E surpreendeu de novo ao escalar O Cravo e a Rosa para substituir O Profeta, pois a reprise de Cobras e Lagartos já era dada como certa e já estava sendo até divulgada pelo site da emissora.

Walcyr Carrasco é um autor que consegue cativar com suas histórias todas as classes, e isso é inegável. Mas essa “overdose” com suas obras pode prejudicá-lo um pouco, já que ele tem um estilo e manias que pode ser vistos em todas as suas novelas. Facilmente nós podemos achar em Amor à Vida alguma coisa parecida com outra coisa em Chocolate com Pimenta, algum personagem em Morde & Assopra que é parecido com outro em Alma gêmea, e assim por diante.
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