domingo, 29 de abril de 2012

Pânico do Pânico


Por Daniel Couri

Gente para me jogar pedra é o que não vai faltar, estou ciente disso. O motivo? O fato de eu não curtir em nada o programa Pânico na TV, atualmente na Bandeirantes. Desde os tempos da Rede TV eu já achava aquilo um amontoado de piadas grosseiras, invasivas, apelativas e extremamente sem graça. Nunca consegui entender aquele "humor".


Reconheço que alguns dos apresentadores/repórteres são ótimos artistas e poderiam estar fazendo humor de verdade. Mas da forma como fazem no programa é algo surreal, no pior sentido. Quase todas as "piadas" são de um machismo inacreditável. Quadros preconceituosos, sempre exaltando a suposta estupidez das mulheres – geralmente gostosonas com muito peito, muita bunda e pouco (ou nenhum) cérebro. E todos parecem se orgulhar, dão risada uns dos outros numa espécie de competição para ver quem é menos inteligente.

Os quadros foram ficando cada vez mais constrangedores, agressivos e escatológicos. Entre os adolescentes virou febre. Os bordões caíram na boca da meninada, que idolatra os 'humoristas' do Pânico e imita os quadros toscos de pregar peças grosseiras nos colegas, com direito a tombos, tapas, sujeira e desafios esdrúxulos. Um prato cheio para quem quer aprender novas técnicas do tão repudiado – e ao mesmo tempo reproduzido – bullying. Ridicularizar os outros virou humor.

OK, mas isso é parte do humor. Ridicularizar políticos, artistas e celebridades, dentro de um contexto, pode gerar boas risadas. Principalmente se for feito de forma inteligente e sem partir para agressões pessoais. Mas da forma como o Pânico faz é bizarro. Escolher pessoas com deficiências físicas ou mentais e torná-las motivo de piadas e brincadeiras canhestras, dar a elas uma falsa impressão de que são 'estrelas' por alguns instantes é explorar demais as fragilidades humanas. E o pior é que essas pessoas nem se dão conta de que estão sendo ridicularizadas no país todo. Uma espécie de "freak show" do século 21.


Entre os destaques do programa estão quadros sensacionalistas e totalmente combinados. Mas sempre tentando passar ao telespectador uma ideia de surpresa, como se as baixarias acontecessem bem ali ao vivo e inesperadamente, diante de todos. Por exemplo, incentivar um homem a engordar até passar mal é humor? É um desserviço, isso sim. E obviamente as pessoas ganham para se submeter a esses vexames, mas fazem uma linha submissa, como se tivessem caído numa armadilha e não houvesse escolha. Sei...

A última – que felizmente não cheguei a ver, mas semana passada estava bombando na internet – foi uma panicat ter a cabeça raspada ao vivo durante o programa. Manchetes do tipo "Panicat é obrigada a raspar o cabelo ao vivo na TV" pipocaram na rede. Canastrice pouca é bobagem. Ela ganhou destaque na mídia (eu mesmo nunca tinha ouvido falar dela), obviamente recebeu um gordo cachê e agora propostas lucrativas vão chover na horta da tal moça. Alguém duvida? E ela ainda será reverenciada como celebridade no Brasil todo! Uma grande mulher! Praticamente uma heroína. Só que não.

Para quem não sabe, panicats são aquelas moças super cultas que desfilam em trajes sumários e exibem todo seu potencial artístico no palco do programa. E ainda se autointitulam "artistas", "atrizes", "modelos" ou coisa assim. Pois é. Panicat virou sinônimo de artista. Depois ainda falam que a juventude de hoje não quer saber de nada. Estudar pra quê? Trabalhar pra quê? É muito mais divertido ter a própria ignorância enaltecida no país todo e ser seguido como exemplo. Enquanto isso, nas escolas, como se já não bastasse os professores serem ridicularizados pelos próprios salários, são também ridicularizados pelos alunos, que perderam por completo o respeito pelos verdadeiros educadores. 

Minha ideia não é fazer nenhum discurso careta ou moralista. Adoro TV e acho que ninguém é obrigado a assistir o que não lhe agrada. Se não curte, é só trocar de canal. Faço isso sempre. O problema é que muita gente ainda jovem e sem uma visão crítica totalmente formada cai nessa esparrela e acaba se viciando nesse tipo de produto, cada vez mais consumido por crianças e adolescentes. (Infelizmente, quanto aos adultos, não há muito o que fazer).

Charge de Clayton Rebouças para O Povo

Como disse sabiamente Martha Medeiros em uma de suas crônicas do ano passado, "Ao perdermos os critérios de quem realmente merece destaque, só o que se destaca é nossa pobreza cultural". 

O Pânico poderia ser um programa divertido e inteligente, mas prefere apelar para o mais fácil. O pior é que continua arrebanhando uma legião de admiradores. E ainda tem gente que ataca as inocentes telenovelas. Ah, se nossas novelas fossem assim tão ameaçadoras quanto os Pânicos da vida...

sábado, 28 de abril de 2012

Uma instigante "Revenge"!!!



Por Isaac Santos 

Acusado injustamente [ou, ao menos é o que é mostrado até o episódio que vi] pela morte de pessoas inocentes, tendo o seu nome relacionado ao terrorismo, o pai da protagonista Emily é condenado à prisão e lá morre [ou, ao menos é o que é mostrado até o episódio que vi], mas deixa uma fortuna em herança para a sua filha. Esta, depois de passar alguns anos num reformatório, volta ao convívio dos detratores do seu pai, para iniciar o seu plano de vingança.
Tramas sobre vingança não são nenhuma novidade na TV, no Teatro e nem no Cinema. Sem dúvida, um tema instigante e na maioria das vezes, bem recebido pelo público. Sempre recorrente por ser fator de sucesso “garantido”, principalmente nas novelas. Mas fugindo do universo novelístico, também as séries americanas têm merecido um olhar mais atencioso. Já há algum tempo, o meu irmão mais velho, tenta mudar o meu foco para o cinema/séries/seriados, pelos quais é apaixonado. Não que eu esteja traindo o gênero telenovela, mas tenho comprovado as boas intenções do meu irmão. Estou apaixonado [perdoem-me o exagero tão peculiar aos meus textos, rs] por várias pessoas ao mesmo tempo, pelos seus dilemas, conflitos, medos, suas ambições, suas fraquezas... tou envolvido por REVENGE. Detalhe: assisti aos cinco primeiros episódios de uma só vez e no dia seguinte, mais cinco. Já estou bem mais adiante e o meu interesse se mantém. 

Eu, como tantas outras pessoas, comecei a ver Revenge por curiosidade, pelas comparações com a trama do João Emanoel Carneiro. Constatei que há sim bastantes pontos semelhantes, mas nisto, coincidência ou não, não vejo problema algum. As diferenças também existem, principalmente na condução da trama. Não comentarei os episódios, considerando aquelas pessoas que porventura ainda não os tenham assistido e pretendam fazê-lo [Spoiler não trabalhamos, rs]. Mas super indico a série e essa postagem é só para congratular com os fãs de Revenge e que imagino, também foram fisgados pelo conjunto da obra.  

A trama é toda amarrada, se há brechas ainda não percebi. Texto adulto, direção irrepreensível, atuações dignas de nossos melhores atores [olha aí o meu proposital exagero mais uma vez... ou não?! rs], trilha sonora pontuando perfeitamente as emoções da trama, iluminação que torna tudo ainda mais envolvente. Eles conseguem harmonizar os recursos primários necessários ao sucesso de uma obra de teledramaturgia e as ferramentas tecnológicas, hoje tão indispensáveis às produções. Um bom exemplo é o chroma key (tela azul usada especialmente para a inserção de efeitos especiais/visuais) que não parece gritar o tempo todo “estou aqui nessa cena”. É natural.

Não há mocinhos ou vilões, heróis ou bandidos, os personagens são humanos, as emoções é que são intensas, e este é um trunfo da série. Mesmo com elementos fictícios, o texto se sobressai pelo tanto que é inteligentemente crível. A história consegue ser reflexiva até. As atitudes da personagem principal, que se alimenta de ódio, são absolutamente questionáveis. Ela não perdoa, quer vingança. Vale ressaltar que “não” há a quem perdoar, “não” existe arrependimento da outra parte. No máximo paira sobre eles um remorso. E mesmo se houvesse verdadeiro arrependimento pelos envolvidos, teria ela a capacidade de agir de modo diferente? Cabe, julgá-la por isso? O fato é que sem perceber, ou o que é pior, mesmo consciente disso, ela se transforma numa mulher sem limites pela busca de vingança. Um perfil sombrio, triste, amargurado, num plano infeliz, e sofre também por isto, pois não se permite viver o amor conflitante, que ainda insiste em expulsar o ódio de dentro de si.


Todo o elenco e profissionais responsáveis por Revenge estão de parabéns!

quinta-feira, 26 de abril de 2012

As Novelas do Canal Viva - Melhor de 3 em 9



Por Isaac Santos

O Canal Viva é uma benção aos saudosistas e também aos curiosos de plantão. Enquadro-me nas duas opções. Sou apaixonado pelos anos 80 e por boa parte dos 90 e também estou sempre atento aos comentários dos telenoveleiros de longas datas e que, portanto, falam com propriedade de produções mais antigas ou de épocas nem tão distantes, mas que por algum motivo eu não tenha acompanhado.

Recentemente falávamos no twitter sobre o fato de o Viva, felizmente, ser um canal fechado e “não” ter comprometimento comercial, o que já facilita na escolha de suas novelas para os diversos horários da grade. Considerando que há impedimentos legais para a exibição de uma ou outra novela/série, torço para que esse impasse seja logo resolvido.

Pois bem, resolvi listar alguns dos meus títulos favoritos para serem exibidos pelo canal. Tarefa dificílima, então fiz um “melhor de três” visando os três horários atuais. 
  • Top Model 
    • 1ª opção substituta: Sassaricando 
    • 2ª opção substituta: Brega & Chique
    • 3ª opção substituta: Lua Cheia de Amor  
  • Barriga de Aluguel
    • 1ª opção substituta: Fera Radical
    • 2ª opção substituta: Felicidade
    • 3ª opção substituta: Despedida de Solteiro
  • Roque Santeiro
    • 1ª opção substituta: Tieta
    • 2ª opção substituta: Rainha da Sucata
    • 3ª opção substituta: Meu Bem Meu Mal


Outros títulos que seriam muito bem vindos:
  • O Dono do Mundo
  • O Salvador da Pátria
  • Mandala
  • Roda de Fogo
  • Fera Ferida
  • Pedra Sobre Pedra
  • Dancin Days
  • Marron Glacê
  • A Próxima Vítima
  • Mico Preto
  • Cambalacho
  • Hipertensão
  • Baila Comigo
  • Água Viva
  • Bambolê
  • Pão Pão Beijo Beijo
  • Bebê a Bordo
  • Gente Fina
  • Pacto de Sangue
  • Salomé
  • Perigosas Peruas
  • Renascer 
  • Sonho Meu
  • Sexo dos Anjos

E você, concorda com as sugestões, mantém a listagem ou troca por alguma das opções extras, ou ainda, refaz a sua lista com títulos não citados por mim? Quero saber a sua opinião!

Fotos: Google Imagens
Vídeos: You Tube

terça-feira, 24 de abril de 2012

SMASH - Ser Uma Estrela Não é Fácil!


Thiago Ribeiro

Americano adora um musical. Aliás nesse ramo eles são feras, vide os grandes sucessos que lotam a Broadway: A Noviça Rebelde, West Side History, Chicago, Moulin Rouge, Cabaret, entre outros. Os musicais sempre fizeram sucesso no teatro e vez ou outra algum estoura no cinema. E agora, é a vez das séries apostarem nesse ramo. Desde 2009 que Glee faz sucesso, apostando em tramas juvenis e releituras de clássicos da música internacional e de atuais sucessos das paradas. Provavelmente inspirados por isso, o canal NBC lançou em 2012 a série SMASH, também musical mas com teor mais adulto.



A série estreou no início do ano e já tem uma segunda temporada garantida. Com tramas simples e personagens cativantes, SMASH leva você aos bastidores da montagem teatral de uma peça que conta a história de Marilyn Monroe. Egos, amores, traições e inseguranças são os ingredientes dessa história que vai te conquistar!

A SÉRIE


A série conta a história de Karen  Cartwright (Katherine Macphee), uma jovem atriz que sonha em se tornar uma grande estrela e que vê na audição para o papel de Marilyn sua oportunidade de se tornar uma grande atriz. Ela disputa o papel com a já experiente Ivy Lynn (Megan Hilty), que se apaixona e se envolve por Derek (Jack Davenport), o diretor da montagem. O musical Bombshell é escrito por Julia Houston (Debra Messing) e Tom Levitt (Christian Borle). Julia é casada e tem um filho, mas acaba se envolvendo novamente com Michael Swift (Will Chase) e colocando seu casamento em risco. A peça está sendo produzida por Eileen Rand (Anjelica Huston), produtora que acabou de se separar do marido que tenta atrapalhar seu trabalho todo o tempo. Ao mesmo tempo em que acompanhamos o empenho dos atores e dos autores para montar o espetáculo, vemos o esforço de Eileen em conseguir viabilizar a montagem de Bombshell.



A série está na primeira temporada e já faz sucesso. Talvez por apresentar uma trama mais adulta, onde os número musicais estão totalmente dentro do conceito  são apenas mais um instrumento atrativo e não o principal, como em Glee. 


Destaque para Katherine Macphee e Megan Hilty, que são extremamente talentosas e fazem a gente e dividir quando a questão é: para quem devemos torcer? Karen representa a moça batalhadora que que quem em busca de um sonho, enquanto Ivy é o contraponto, representando alguém que luta por esse sonho, mas que já está calejada pelos insucessos. As duas, excelentes cantoras, são um do pontos altos da história. Debra Messing está ótima como a adorável Julia, assim como Anjelica Huston, Christian Borle e Jack Davenport.



SMASH foi criada por Theresa Rebeck e produzida por Steven Spieberg.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Quem te conhece que te cuide Tata Werneck


                                                                                              Por Antenor Azevedo

Nascida e criada na Barra da Tijuca, um dos bairros mais caros e luxuosos do Rio de Janeiro, filha de jornalista e editor de livros, Talita Werneck Arguelhes tinha tudo pra ser uma daquelas patricinhas bem fúteis e arrogantes que a alta roda carioca poderia ter. Mas não foi isso que aconteceu.
  
 
Desde criança Talita já sabia o que queria, expulsa várias vezes dos colégios, sempre fazendo bagunça junto aos meninos de sua turma, sua mãe Claudia Werneck foi incentivada a coloca-la no curso de teatro e assim aos nove anos, Tata entrou no curso de Sura Berditchevsky e seu primeiro trabalho profissional nos palcos foi aos onze anos.



Formada em Publicidade e Propaganda e Artes Cênicas, Tata tornou-se uma mulher bonita, inteligente e muito engraçada. Fã da comédia escrachada, ela começou sua carreira no grupo chamado Improváveis, depois Improvisáveis, depois Avacalhados onde ficou durante alguns anos e finalmente o grupo DezNecessários.  


Além dos DezNecessários, Tata tem um projeto chamado “Os Inclusos e os Sisos”, o espetáculo foi pensado para as minorias, pessoas com todos os tipos de deficiência que não tinham a oportunidade de ir ao teatro. A peça feita pelo grupo “Escola de Gente”, tem toda uma produção especial que contam com intérpretes de Libras, braile e Closed Caption. E todos os teatros tem que ser acessíveis. O grupo já tem mais de oito anos e faz um grande sucesso entre as minorias, que segundo a Tata somos todos nós. 



Talento e vocação fazem da Tata Werneck umas das atrizes comediantes mais populares do Brasil, com milhares de seguidores nas redes sociais, ela conquistou uma legião de fãs com suas personagens hilárias entre elas a Fernandona e a Roxanne.

 

Considerada a queridinha do canal MTV, ela nos faz rir com suas apresentações ao lado de outros grandes atores no programa “Comédia MTV”. E no youtube podemos conferir vídeos do “Quinta Categoria”, programa exibido entre 2010 e 2011, onde podemos ver o impecável talento para improvisação da nossa baixinha, fora outros vídeos da musa da comédia da nova geração.


 Motivos para amar a Tata Werneck
                 
                                              

domingo, 22 de abril de 2012

Ela é MARA!

Impossível olhar para ela e não receber de volta um sorriso amplo e desarmado, impossível não ficar ao lado dela 2 minutos e não sentir uma energia positiva fantástica, típica das pessoas que querem a felicidade das outras. Esta é MARA CARVALHO, uma das artistas mais incríveis que eu tive a oportunidade de conhecer.


Atriz, Dramaturga, Roteirista, Diretora e agora ela resolveu colocar para fora seus dotes de cantora no espetáculo Ator Mentada.

 
Por Sidney Rodrigues

Mara é uma daquelas mulheres que tem brilho próprio e intenso , não conheci até hoje uma única pessoa que não se derrete ao falar dela, dona de um sorriso encantandor e cativante, Mara tem dentro de si uma mulher guerreira e disposta a batalhar pelas coisas que deseja e como toda mulher vitoriosa, não se cansa das batalhas. 


Em Ator Mentada, ela faz um stand up musical, uma ideia pouco vista no Brasil para espetáculos do gênero, mas que acerta em cheio ao narrar partes do seu dia a dia e de sua vida, mesclando com músicas que marcaram grandes momentos, sejam eles alegres ou tristes. 

Quem de nós não tem uma trilha musical para retratar algumas passagens importantes na vida?

Quando a vida com todos seus sabores e dissabores é recebida de maneira divertida, positiva e corajosa, a jornada certamente é mais leve e torna-se um grande espetáculo.

É nesta leitura harmoniosa com sua própria personagem nua e crua diante dos embates desta jornada, que a atriz Mara Carvalho se despe no stand up musical “Ator mentada”, no palco do Incenna, toda quinta-feira, às 21h13 horas.

E com tantas lutas travadas e um excelente bom gosto na escolha musical que compõe o espetáculo, Mara não deixa por menos, canta, encanta, ri e chora das próprias passagens da vida, na minha opinião ela é tão verdadeira em cena que é impossível não se enfronhar nas músicas, além de rir e chorar com ela.

“A música traduz nossos sentimentos, fala melhor por nós do que nós mesmos”, afirma a atriz que também assina o texto além da direção, sendo essa, em parceria com Genilda Mansonari. 

Este é o ponto do espetáculo em que mais me identifico, muitas vezes as músicas conseguem expressar melhor o que sinto e tem o dom de chegar onde talvez eu não chegasse com minha palavras.

 Mara Carvalho não é apenas uma mulher linda e talentosa, é uma mulher realizadora, daquelas que não nasceu pra ficar á sombra de um homem, é do estilo "vai à luta", se você conhece pouco o trabalho dela, veja mais detalhes no link abaixo.


No vídeo abaixo Mara dá uma ideia de seu desempenho em Ator Mentada, e se vocêr acha que ela para por aí, engana-se, ela ainda está em cartaz de sexta a domingo no Teatro Folha com a peça Equus, protagonizada por Leonardo Miggiorim e com direção de Alexandre Reinecke, em Equus, Mara interpreta uma juíza. 



Serviço:
“Ator Mentada” está toda quinta-feira, às 21h13, no Teatro Incenna -  Rua Bagé, 308. Vila Mariana.
Mais informações: (11) 5083-7444/5539-0118
Facebook: atrizmaracarvalho
Twitter: @maracarvalho23

sábado, 21 de abril de 2012

Os novos tempos musicais e as trilhas sonoras



Por Guilherme Fernandes

Diversos são os fatores que contribuem para o sucesso de uma telenovela. O texto do autor, uma direção afinada, o elenco entrosado e também as trilhas sonoras. Um bom personagem tem uma trilha que o carrega. Escutamos a música tema e logo nos lembramos de um determinado casal de personagens. Você seria capaz de recordar de algum?
A utilização de trilhas sonoras em telenovelas aconteceu de maneira gradual. Nos anos 1950 e 1960, eram usados arranjos instrumentais de músicas famosas. Em meados dos anos 1960, já havia trilhas cantadas (a primeira foi para “Gabriela cravo e canela”, novela não diária da TV Tupi carioca, 1961). A comercialização destas trilhas - em forma de compacto com apenas duas músicas - começou em 1964 com as telenovelas “Renúncia” (TV Record), “Melodia Fatal” (TV Excelsior) e “O direito de nascer” (TV Tupi de São Paulo). “Véu de Noiva” da TV Globo foi a pioneira, portanto, em comercializar um disco long-play com músicas gravadas especialmente para exibição na trama – a chamada trilha sonora original. Na década de 1970, especialmente no âmbito da Rede Globo, as novelas tinham suas trilhas sonoras originas e também as com músicas famosas de grandes nomes da MPB.

Chega os anos de 1980 e o Brasil vivia um momento de efervescência musical com o rock nacional, que unia bandas como Barão Vermelho, Kid Abelha e Legião Urbana e também grupos tidos como trashs, como Sempre Livre, Metrô, Tremendo, Trio Los Angeles, Dominó, entre outros, que alcançaram as paradas de sucesso com inúmeras canções.
O (bom) momento musical brasileiro refletia nas produções cinematográficas e de telenovela. Os sucessos dessas bandas eram tocados demasiadamente em quase todas as telenovelas globais. Certamente, os que não gostavam desse estilo nutriam um sentimento de popularização da trilha sonora, visando, sobretudo, sua comercialização. Músicas de qualidade duvidosa como “Tipo one way” do grupo Ciclone, por exemplo, estava na trilha de “A Gata Comeu” que ainda contava com sucessos do Ritchie, Barão Vermelho, Biafra, Sandra de Sá, Fábio Jr. e Magazine com o tema de abertura. Esse boom de músicas do momento também foi expresso em diversas outras telenovelas desse período.

Esse rápido histórico só foi inserido com o intuito de refletir para as atuais trilhas sonoras, especialmente as das recentes telenovelas “Avenida Brasil” e “Cheias de Charme” que reúnem os cantores brasileiros mais populares na atualidade. É claro que o momento surgido nos anos de 1980, em que muitos criticaram essa popularização da trilha sonora se repete nos dias de hoje. As críticas são em torno da tão falada nova classe C. Concordo e discordo com algumas dessas críticas, mas na questão das trilhas sonoras não creio que sejam tão relevantes. O movimento similar que vemos hoje é o de apenas inserir (e valorizar) o novo cenário musical brasileiro nas telenovelas.
Em minha opinião, “Vem dançar com tudo” entoada por Robson Moura e Lino Krizz da abertura de “Avenida Brasil” e a divertida “Ex my Love” de Gaby Amarantos em nada diferem do momento musical de outrora que permitiu o grupo Frenéticas fazer sucesso cantando “Dancin’Days” na telenovela homônima de 1978 e que Sidney Magal rebolasse ao ritmo da Lambada em “Me chama que eu vou” na abertura de ‘Rainha da Sucata”, em 1990. É a nova realidade musical sendo refletida na teledramaturgia.

Na contramão das tramas globais, a telenovela “Máscaras” da Rede Record prima uma trilha sonora mais robusta, com músicas instrumentais e com regravações de clássicos da MPB. “Máscaras” e “Cheias de Charme” apresentam estilos musicais completamente diferentes, mas ambos com foco na atual realidade musical. O espectador tem o poder de escolha em definir qual das trilhas levará para sua casa. Você já escolheu a sua?

Foto: Google Imagens
Vídeos: You Tube

terça-feira, 17 de abril de 2012

AUTOR DE NOVELAS OU FUNCIONÁRIO PÚBLICO?

por José Vitor Rack


Na TV Record e na TV Globo, a telenovela tem espaço privilegiado na programação. Ambas as emissoras mantém um banco de autores titulares e de colaboradores para escrever este produto. Aliás, esse método de trabalho é um dos grandes atrativos para escritores e roteiristas almejarem chegar à televisão. Uma vez contratados, terão uma renda mensal que lhes permitirá viver de escrever sem mendigar oportunidades no cinema ou ter de fazer outras coisas em outras áreas para sustentar-se.
Na TV Globo especificamente, este processo é muito evidente pela quantidade de produtos no ar. A demanda por escritores é enorme. Dentro da Globo há ainda um fenômeno específico que ocorre com o horário de novelas das 21 horas e que poucos críticos notam.
Aguinaldo Silva sempre fala em suas entrevistas sobre as “ararinhas azuis”: os poucos autores capazes de enfrentar a estiva de escrever uma novela da faixa mais nobre da casa. Neste grupo estão o próprio Aguinaldo, Manoel Carlos, Glória Perez, Gilberto Braga, Benedito Ruy Barbosa, Sílvio de Abreu e João Emanoel Carneiro. Sete cabeças, que podem ser facilmente reduzidas para cinco ao levarmos em conta que Benedito não escreve neste horário desde a década passada e Manoel Carlos, de idade avançada, anunciou que está preparando sua última novela. O mais novo da patota, João Emanoel Carneiro, ali está desde 2008. Não entrava gente neste grupo desde Benedito Ruy Barbosa, em 1993.


Como se dá a escolha de tramas para o horário de novelas mais popular do país?
Aí é que reside o fenômeno que pretendo discutir neste texto. Não há escolha. As novelas são escolhidas pelo autor da vez. O máximo que se faz é vetar uma sinopse que não atenda as expectativas da emissora. Aí chama-se o autor seguinte e esse carrossel de escritores perpetua-se sem direito a nenhuma novidade.
Quando chega sua vez, o autor apresenta um projeto. Se não houver problemas graves de orçamento ou de temática, ele está automaticamente aprovado. Aprova-se pelo nome. É a nova novela de fulano! Sim, é sua nova novela. Mas será que fulano tem algo novo a dizer? Algum público a conquistar, alguma fronteira estética para explorar?
A TV Globo, empresa capitalista, iniciativa privada, inserida no mundo moderno, utiliza métodos típicos do funcionalismo público para selecionar seu melhor produto. Pessoas que sabem que não concorrem com ninguém a não ser elas mesmas, apresentando produtos que não tem o diferencial como ponto de partida. A TV Record, em menor escala, reproduz essa prática. Gisele Joras, Marcílio Moraes, Lauro César Muniz e Cristiane Fridmann revezam-se na faixa das 22 horas há alguns anos.
Globo e Record não seriam mais eficazes na busca por bons projetos se aprovassem as novelas por sua qualidade intrínseca? Abrindo espaço para que todos os seus autores contratados apresentem projetos para seus melhores horários, e os aprovando se forem realmente bons? O interessante é que isso ocorre em outros horários e as coisas funcionam muito bem, obrigado.
Poucos se dão conta, mas Alcides Nogueira, Carlos Lombardi, Walter Negrão, Walcyr Carrasco, Ricardo Linhares, Euclydes Marinho e Maria Adelaide Amaral já passaram pela faixa das 21 horas da Globo de uma forma ou de outra. Todos eles poderiam ter projetos aprovados para esta faixa caso tivessem esta oportunidade, fossem chamados a colaborar. E reparem: não estou falando de estreantes nem de gente inexperiente. Walter Negrão está na televisão desde os anos 1950...
Nem estou levando em conta as dezenas de colaboradores experientes já contratados, além de dezenas de dramaturgos que estão fora da televisão, e que também poderiam dar conta do recado, tendo um autor experiente supervisionando o texto, é óbvio. Não custa lembrar que Aguinaldo Silva e Glória Perez escreveram juntos sua primeira novela solo nesta faixa tão nobre. Partido Alto não foi um sucesso retumbante, mas entre mortos e feridos salvaram-se todos. E hoje, ambos são duas das “ararinhas azuis” mais caras do viveiro.
Nem sempre arriscar dá errado.
A mesmice asfixia, desanima, é perniciosa.

@josevitorrack

domingo, 15 de abril de 2012

Novela e Violência Infantil: abordagem complexa.

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Olá caros leitores! Em primeiro lugar, peço desculpas pela ausência um tanto longa devido ao falecimento de minha mãe em janeiro último. No mais, esse texto é um convite a uma reflexão em conjunto sobre uma REALIDADE cada vez mais evidente, refletida na ficção: "como isso tem se apresentado?", "tem sido útil?", "oq se tem feito a partir da introdução desse tema nas casas brasileiras, através das tramas televisivas?". Perguntas básicas para incitar tal reflexão.

"A Carminha de Adriana Esteves comprova que se novela fosse teatro, Tereza Cristina foi a vilã de uma peça bem infantil." Diz Dona Heliodora, personagem de ficção em sua página de humor no Facebook.



A personagem Carminha (Adriana Esteves) da novela "Avenida Brasil" mostra uma face não só de uma madrasta carrasca, que remete aos contos de fadas infantis, mas ao reflexo de uma adulta mal resolvida, sádica e que encontra sua vítima perfeita, retratando uma realidade muito mais constante do que se imagina, infelizmente.

Interessante como para quem lida no dia-a-dia com esse fenômeno de violência, tratando diretamente com vítimas como eu em meu trabalho não se sinta tão a vontade de ver isso na tv. Mas, entendam q essa é uma dificuldade pessoal pois, muito me causou ver tantas pessoas se manifestando com indignação em relação à personagem vilã. E até me senti contente quando ouvia alguém dizer que não conseguia nem ver aquilo! Sinal de que a violência contra crianças não se banalizou... ainda[?].

Mas, qual o objetivo de se levar para dentro dos lares brasileiros uma trama que envolva maus tratos contra criança, que é um tipo de violência contra menores de idade, ainda mais focando na violência doméstica: tendo como algoz um dos responsáveis? Acredito que ESTA seja a grande questão que, tanto pode ser positiva, quanto negativa.

1º) Levar essa relação conflitiva ao seio dos nossos lares pode servir para confrontar de algum modo algo que possa ser visto como "assunto intocável". Ainda mais, com a tendência sulista (de profissionais e do próprio judiciário) em desconfiar mais da presença de alienação parental e/ou mentira da criança do que na real situação de vitimização por parte dela. Isso abre alas para grandes debates, para a própria reflexão interna dos casais e seus cônjuges a cerca de como é sua dinâmica familiar, sejam ainda companheiros ou separados.

2º) E pode ser só mais um tema que o telespectador veja, mas como público pudico não "queira mexer". Oq pode ser estimulado tal reação senão for dada abertura para abordagem do tema em outros programas de tv, mais nos noticiários e, principalmente, com vistas a INFORMAR A SOCIEDADE DE COMO RECONHECER ESSE FENÔMENO DA VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇA E DO QUE FAZER A RESPEITO!

Concorda comigo, caro leitor?

E para que esse texto não caia no erro da 2ª colocação, listo algumas orientações:

* Em caso de seu filho ou filha relatar a vc uma situação de conflito com a outra figura parental (o marido ou a esposa, sejam pais legais ou não), NÃO DESCONSIDERE DE TODO! Importante é o argumento da dúvida para com o outro, mas também é ainda mais importante o argumento da credibilidade no relato da CRIANÇA que, EM TODA E QUALQUER RELAÇÃO DE PODER É A PARTE MAIS FRÁGIL, VULNERÁVEL.
*O diálogo constante com seu filho ou filha é crucial. Cabe uma conversa franca com a outra parte, mas não de imediato. Observar alguns detalhes pode lhe nortear melhor: como anda o rendimento escolar, a sociabilidade da criança, toda e qualquer mudança de comportamento estranha como medo repentino do escuro, sensação de ver monstros, pesadelos constantes, mudanças de humor constantes e muitas outras coisas que podem estar associadas a uma série de situações de violência infantil, indo desde bullyng até a violência doméstica.
*Caso a dúvida persista, busque ajuda de uma profissional psicólogo para um psicodiagnóstico do que se passa com a criança.
*Havendo CERTEZA dos maus tratos, que podem ser físicos, sexuais e psicológicos, procure o CONSELHO TUTELAR DE SUA REGIÃO, podendo vc mesmo levar o caso a Delegacia de Crimes Contra Criança e Adolescente do seu estado/município, ou a uma Delegacia comum. E ainda: ao MINISTÉRIO PÚBLICO DE ONDE VC MORA!
*No entanto, senão quiser se identificar por quaisquer motivos, use o Disque Denúncia - Disque 100.

SÓ NÃO SE CALE, NÃO SE OMITA!

E então, agora como vc vê a abordagem do tema na trama da novela "Avenida Brasil"?

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Beijos e que seus lares
sejam SEMPRE desprovidos
de toda e qualquer violência!

sábado, 14 de abril de 2012

Não Somos as Cantoras de Rádio!



Por Eduardo Vieira

Esse é o país das cantoras. Muitas pessoas das artes vivem falando isso. Torneio do Melhores do Ano do programa popular de televisão do Faustão: Melhores Cantoras: Ana Carolina, Ivete Sangalo, Paula Fernandes. A melhor foi Paula Fernandes. Indubitavelmente, é a cantora do ano, pois se encaixa perfeitamente no médio gosto do ouvinte mínimo de música brasileira de hoje. Letras pseudo-poéticas do melhor dicionário de clichês da língua portuguesa. O Brasil ou boa parte dele, o que aparece na televisão, é sertanejo, no sentido mais pejorativo da palavra.



E a música mesmo? Pois bem, em terra de letras como “xa xa xu xu” ou “tche tche re tche”, qualquer letra que apresente uma oração soará como uma obra prima. Pontos para dona Paula e sua boa extensão vocal. O Brasil também é o país das cantoras de voz grave: Alcione, Ana Carolina, Ivete Sangalo, Claudia Leite e agora Paula Fernandes. Os únicos agudos permitidos são de Marisa Monte, que é mesmo um fenômeno até hoje, pois é pop e consegue ser popular fazendo ainda música de alta qualidade, até em um disco mais fraco, o retrô “O que você quer saber de verdade”, em que se apóia em melodias Robertianas. A cantora amadureceu, mas de certo modo estagnou, porém como é uma estrela, é algo desculpável pra uma criadora de melodias que grudam na nossa cabeça a cada disco. Aliás, uma dela casou com os personagens principais de Avenida Brasil, parece que os personagens foram criados a partir da música que fala de um término de uma relação apaixonada, a canção “Depois”, letra simples, melodia nem tanto e uma voz inconfundível que pode não ser a mais extensa, mas sobra no quesito personalidade.


As novelas têm sido ainda até hoje um bom canal equalizador de novos talentos, entre cantoras mais populares, como as mencionadas, que batem cartão nas tramas e algumas com carreiras mais desconhecidas, cada uma com uma característica única, mas todas com algo em comum: o fato de não tocarem nas rádios não especializadas em Música (Popular?) Brasileira.

Nomes como Roberta Sá, Thaís Gulin, Monique Kelssous estão sempre constando nos CDs nacionais das novelas, mas mesmo assim são pouco conhecidas, em frente a uma Maria Rita ou uma Maria Gadu que conseguiram sucesso por diferentes razões, porém também com inegável talento como intérpretes ou compositoras.

Roberta ilustrou as paisagens de páginas da vida com a linda “Pra Mais Ninguém” (música de Noreno Veloso) em Páginas da Vida e deu o tom de Clara (Mariana Ximenes) na música “Fogo e Gasolina” em Passione. A cantora acabou de gravar seu quarto disco, Segunda Pele sempre reinventando algo da nossa música carnavalesca de outras décadas: no anterior, “Alô Fevereiro”, clássico na voz de Dóris Monteiro, canção do sempre ótimo Sidnei Miller, mais famoso pela composição da abertura da telenovela À Sombra dos Laranjais, “O Circo”, aquela do Vai, vai, vai começar a brincadeira... Nesse novo, Roberta regravou o raivoso frevo de Caetano imortalizado no disco legal, de Gal Costa, chamado “Deixa Sangrar”. A cantora também é do time das agudas, mas mostra mais afinação que a colega de mais sucesso, Marisa.


Thaís Gulin, com seu disco de nome sui generis “oooooooô” mostrou-se uma compositora de mão cheia com a faixa título, uma desconstrução do eu lírico masculino perpetuado por Chico Buarque e Benito de Paula que esperavam a cabrocha em vão no carnaval, mas por alguma desilusão esta não comparecia. Na faixa, ela é a tal e ameaça acabar com o carnaval do amado, num ataque delicioso de fúria. Também se mostra muito competente na escolha de repertório, como na deliciosa “Cinema Americano”, de Rodrigo Bittencourt, cineasta que compôs imagens de um homem nem sempre ideal, mas tão humano que cativa essa mulher que o decanta com frases geniais como “Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e chora”. Em novela ela veio com a romântica "Paixão”, bonito tema de Rodrigo Lombardi em Passione, música de Ivan Lins, mas um pouco mais convencional perto de sua criativa obra.


Já a doce, mas menos conhecida cantora e compositora, Monique Kessous, nos brindou com suas lindas melodias em “Ciranda de Pedra”, com o arranjo lindo que reproduzia o toque de realejo em “Essa Cor” e o tema do personagem de Nathália Dill em Cordel Encantado, “Coração”.


Outro novo talento que já está em seu terceiro trabalho é a cantora Céu, que lançou agora o lindo “Caravana Sereia Bloom”. A cantora que parece ter todas as melodias possíveis dentro dela como uma caixinha de música sempre consegue uma musicalidade marcante em cada trabalho seu, como se pode comprovar com a linda “Retrovisor”, que em sua letra, trata de uma desilusão amorosa, com um arranjo que lembra o brega misturado com um bolero, com dois andamentos distintos, o primeiro mais agitado e depois mais lento, mais rocker. A cantora vem reacender o adjetivo moderno de modo nada pejorativo, é brasileiro sem ser regionalista, é contemporâneo e nada pretensioso. Ela teve seu trabalho conhecido pela atriz Fernanda Lima que fez questão que seu tema em Pé na Jaca fosse a molinha “Lenda”, bem condizente com seu papel de uma top model um tanto desencanada, Maria Bo.



Por último, uma espécie de Otto de saias, a cantora Karina Buhr, com sua ótima e irônica “Copo de Veneno” em que ela canta um simbólico suicídio, no seu cd “Longe de Onde” ou um rock parente das composições de Arnaldo Antunes, intitulado Cara Palavra, em que ela brinca com os significantes, com os “vazios” das palavras.
A cantora também teve uma música na trilha (excelente, por sinal) da novela Cordel Encantado - Tum tum tum.


Há muitas outras cantoras únicas as quais por meio de suas diferentes musicalidades, umas mais pops, outras mais clássicas, compõem o painel da nova música brasileira. Porém, infelizmente, se não tivéssemos canais fechados como o Brasil ou as novelas que ainda apresentam certo esmero em suas trilhas, tais cantoras não teriam suas composições ou interpretações conhecidas.

Pra você, quais outras cantoras justificariam o texto acima?  

Fotos: Google Imagens
Vídeos: You Tube
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