Cine Holliúdy estreia sexta-feira (15) no Sudeste depois de atrair cerca de 450 mil espectadores aos cinemas nordestinos. A produção cearense diverte e traz para a tela o regionalismo sem os estereótipos que se vê na TV, abrindo novos caminhos para os filmes nacionais.
Com elenco predominantemente do próprio Estado, é exibido legendado em português por ser falado em "cearensês", com várias expressões locais, muitas delas desconhecidas do grande público acostumado a ouvir apenas "vice", "oxe" e "oxente" nas novelas. Termos como "ispilicute", "diabéiss?" e "joiado" saem naturalmente da boca do elenco, como no cotidiano do povo de lá.
História e elenco
O longa do diretor Halder Gomes conta a história de Francisgleydisson (Edmilson Filho), homem apaixonado por cinema que, nos anos 70, abre uma sala de exibição na pequena Pacatuba mas teme que a popularização dos aparelhos de TV, que estão chegando por lá, acabe com seu sonho. Casado com Maria das Graças (Miriam Freeland) e com um filho para criar, também chamado Francisgleydisson (Joel Gomes), ele investe em filmes com muita "pêia" para atrair o público.
A brincadeira com a criatividade dos nomes que os pais dão aos filhos continua com Valdisney, menino de imaginação fértil. Falcão ataca de ator como o cego Isaías, Roberto Bomtempo vive o prefeito Olegário Elpídio (lembrando muito o sotaque de quando interpretava Jacques em Porto dos Milagres, que se passava na Bahia) e Rainer Cadete, o advogado Rafael da novela Amor à Vida, aparece como Shaolin. Fiorella Mattheis faz uma participação especial, sem falas.
Miriam Freeland e Joel Gomes em cena
Miriam Freeland, uma das poucas não cearenses do elenco, está bem como sempre. Mesmo não sendo conhecido do grande público, Edmilson Filho, que também é produtor associado e coreógrafo, segura o posto de protagonista. "O desafio foi deixar esse personagem real, sem caricaturas, sem exageros e uma figura que tivesse carisma", afirmou.
Pontos positivos Alguns anos atrás, quando o cinema nacional estava voltado a mostrar as mazelas brasileiras, a ideia de fazer um filme cearense provavelmente cairia no clichê do retirante nordestino que sofre com a seca e busca condições melhores na cidade grande. Felizmente o momento é outro e o que se vê é uma história com gente comum sendo contada, sem vitimização. O filme é derivado do curta-metragem Cine Holliúdy – O Astista Contra o Caba do Mal e, além de Fortaleza, teve Pacatuba e Quixeramobim como locações. No momento em que a ação se passa dentro do cinema, perde um pouco do ritmo e graça, mas isso não chega a comprometer. Tivesse como um todo 10 minutos a menos, ficaria redondo.
Além de atuar, Edmilson também é coreógrafo
O grande mérito de Cine Holliúdy - que está sendo comparado a Cinema Paradiso pela crítica - é ser produzido por e com gente local. Se alguém de fora tentasse contar essa história perderia a naturalidade, cairia no estereótipo e os cearenses - que fizeram com que o filme quebrasse o recorde de público de Titanic em seu Estado - não se reconheceriam. "Quando o cearense se vê na novela ele pergunta pro pernambucano: 'Mah, é tu ali?', porque ele não se reconhece", disse o diretor.
"Estar dentro de um filme que é a nossa cara, nosso dia a dia, é joia. Acho que estamos muito bem porque tá todo mundo representando sua alma,
o ser cearense", analisa Falcão, um dos mais assediados na pré-estreia realizada em São Paulo na noite de terça-feira (12). A produção estreou no fim de agosto no Nordeste, em setembro no Centro Oeste e Norte e está em cartaz a partir de sexta-feira, 15, nos cinemas do Sudeste (na região Sul, segundo a produção, ainda não há data para ser exibido). Assista ao trailer abaixo. O sucesso de Cine Holliúdy abre portas para a partir de agora o cinema nos proporcionar conhecer outras realidades regionais como a da Amazônia ou do Pantanal, por exemplo.
Um sábio já
disse uma vez “não existe um grande herói sem um grande vilão”. Esse sábio, por
algum acaso se chama Stan Lee, o maior criador de heróis e vilões que se tem
notícia. Mas vamos começar pelo princípio.
O mundo do
entretenimento é movido por números. Números nas contas bancárias dos
produtores, estúdios, e tantas outras pessoas que fazem dele seu ganha pão, e
quando falamos disso, é uma necessidade orgânica que haja empatia com o
público. E isso é feito através de personagens cativantes. E em sua grande
maioria (Acreditem não é pouco) cabe aos vilões esse papel. Quantas vezes você
já não se pegou torcendo pelo vilão única e exclusivamente por ele ser
loucamente irônico? Ou simplesmente pelo fato de ele ser completamente
apaixonante?
Se alguém ainda
tem alguma dúvida, é só ver a legião de fãs que existem para personagens como
Darth Vader, ou o Coringa, ou até mesmo pelo Loki? Se você gostar da chamada
cultura nerd, provavelmente vai ter mais empatia por esses personagens no
cinema que nos próprios mocinhos. Digo mais, o que salvou o filme “Cavaleiro
das Trevas” foi justamente o Coringa e sua incrível capacidade de ser irônico.
É impossível se falar em Star Wars e não pensar em Darth Vader e suas frases
perturbadoramente verdadeiras. Ou então, confesse que Os Vingadores não seria a
mesma coisa se não houvesse o Loki para fazer equilíbrio com tantos heróis
carismáticos.
Não, para um
herói carismático é necessário um vilão tanto quanto ou até mais para poder
existir o equilíbrio. Nas novelas, por exemplo? Vale tudo não seria a mesma
coisa sem Maria de Fátima e Odete Roitman que até hoje estão fazendo sucesso,
passa o tempo e ninguém consegue se esquecer delas. E o que falar de Nazaré
Tedesco, Carminha e Tereza Cristina? Garanto que suas respectivas novelas não
seriam a mesma coisa sem elas. O que dizer da personagem de Renata Sorrah na frente do
espelho olhando sensualmente falando com sua voz sexy “Gostosa”. Ou Teresa
Cristina agradecendo a ela com sua voz cínica no pé da escada de sua casa? Não,
as novelas não seriam a mesma coisa sem elas.
Mas o segmento
que podemos encontrar milhões de vilões carismáticos é, sem dúvida nenhuma, a
literatura. Desde quando o mundo era apenas um embrião, a literatura vem nos
brindando com personagens tão fortes que o fato de ser vilão fica em segundo
plano. Ou alguém duvida de que Sarumã, ou mesmo Sauron? Quem não gostaria de
ter o Um Anel para todos controlar? São personagens tão marcantes que é
impossível você não simpatizar com eles, mesmo que você queira acabar com a
existência da maioria deles. Outro que de tantos fãs e seguidores passou para o
mundo dos mocinhos foi Lestat. O cara tem tantos fãs que ele simplesmente
deixou de ser o vilão de Entrevista com o Vampiro e passou a ser o mocinho de A
Rainha dos Condenados, tamanho foi a aceitação dele junto ao grande público. E
eu acho que o campeão é Voldemort. Os “Potterheads” como são conhecidos os fãs
mais fervorosos da saga do bruxinho o chamam inclusive de Tio. Você não pode
ser fã seja dos livros, seja dos filmes, do bruxinho e não amar aquele que não
deve ser nomeado.
Não, é
impossível você ter um grande herói sem um fantástico vilão. E o exemplo disto
está nesta novela Amor à vida. Félix simplesmente se tornou, da noite para o
dia, o principal personagem da trama de Walcyr Carrasco. Tanto que em apenas um
dia, a página no Facebook “Félix bicha má” superou o número de curtidas que o
seu criador esperava.
Vilões se tornam
interessantes por justamente ser algo que está muito além do que seria aceitável
na realidade. Alguns deles, como os vilões criados por Stan Lee, por exemplo,
são complexos, pois há de se ver que não são totalmente vilões. A sua essência,
muitas vezes existe o conflito entre o que eles acreditam, com o que eles estão
fazendo e com as suas consciências. E isso chama muito mais a atenção que os
mocinhos com toda aquela essência ética e cheia de moral.
Não existiria um
grande herói sem seu vilão. E o que podemos chamar de vilão?
"Vida -Eu sou de ambas as suas direções.
De alguma forma, permanecendo de cabeça para baixo na maior parte,
mas forte como uma teia de aranha no vento – eu existo mais com a geada
fria e cintilante. Mas os meus raios borbulhantes têm as cores quevi nas pinturas – ah vida eles
traíram você". (Marilyn Monroe)
por Thiago Andrade
Não resta dúvidas de que Marilyn Monroe é um dos maiores ícones da cultura pop mundial. Quem nunca cantou "Happy Birthday" pensando na homenagem de Marilyn ao "Mister President" JFK? Embora tenha falecido em 1962, sua história ainda gera interesse para a indústria do cinema e da televisão. O último filme de sucesso sobre a história da atriz, cantora e modelo foi "Minha Semana com Marilyn", em 2011, estrelado por Michelle Williams, que foi indicada ao Oscar pelo papel.
O filme contribuiu para que o alterego de Norma Jeane voltasse a ficar em evidência e, em 2012, a NBC lançou o musical dramático, Smash, tendo Marilyn como centro da narrativa. Criada por Theresa Rebeck e produzida por Steven Spielberg, o primeiro episódio da trama foi assistido por mais de 11 milhões de pessoas.
A história gira em torno dos bastidores da criação de um musical da Broadway, baseado na vida de Marilyn, denominado Bombshell. Nesse sentido, a escolha para o papel de protagonista se torna o fio condutor de uma disputa, que envolve troca de favores, sexo, dinheiro, relacionamentos, interesses e, até mesmo, ingenuidade e inexperiência.
De um lado temos Katharine McPhee, vice-campeã da quinta temporada do American Idol, dando vida a Karen Cartwright, uma mulher simples, que trabalha como garçonete e sonha em ganhar os palcos e cantar. Do outro, temos Megan Hilty, que já trabalhou em muitos Musicais da Brodway, encarnando Ivy Linn, uma atriz veterana, que quer a tudo custo uma oportunidade para estrelar uma peça.
Além da talentosa Anjelica Huston, junta-se ao elenco principal Debra Messing, Jack Davenport e Christian Borle. Uma Thurman participa de cinco episódios e tem grande destaque, como Rebecca Duval.
Com musicas originais e alguns covers, a primeira temporada foi bem sucedida e ganhou, inclusive, CD com as melhores interpretações. A forma como a trama foi conduzida, envolveu o telespectador no mundo de Marilyn, mas mais interessante, mostrou um lado pouco explorado dos musicais, que é as relações e as pressões que produtores, escritores, diretores e atores sofrem. Os personagens são humanos, cometem erros e acertos e, muitas vezes, têm suas atitudes compreendidas pelo público.
A definição da protagonista só acontece no final da primeira temporada, de forma surpreendente. A season finale traz um número incrível, com uma canção chamada "Don't Forget Me". Quer letra melhor para terminar uma temporada?
No entanto, na segunda temporada, Smash passou por diversos problemas, o primeiro deles foi a saída de sua criadora, Theresa Rebeck, da equipe. O foco da trama muda, Marilyn e Bombshell ficam num segundo plano. Don't Forget Me não parece mais ter tanto sentido. Vemos relações sendo rompidas e outras sendo criadas, mas sem a mesma força que as anteriores. A maioria dos números traz músicas originais, que são boas, mas que por serem desconhecidas geram um pouco de desinteresse no público. Até a participação de Jennifer Hudson ficou um pouco confusa no contexto da temporada. Porém, rendeu bons números como este:
A audiência despencou e a NBC alterou o dia de exibição da série várias vezes. No fim, a Smash foi transferida para sábado à noite, o que indicava o seu cancelamento, por ser considerado um horário de desova de seriados. A emissora prometeu exibir todos os episódios da segunda temporada, que nas últimas semanas tem recuperado a audiência. No entanto, isso não irá impedir o fim do programa, neste domingo, 26 de maio.
A boa notícia para os fãs é o que episódio final promete dar um bom desfecho à série. Intitulado de "The Tonys", poderemos ver a maior premiação para os artistas da Broadway, num episódio de duas horas de duração. Talvez essa seja a forma de a NBC nos dar a oportunidade de nos despedir dignamente de Marilyn. Pelo menos até um próximo filme, um próximo livro, um próximo programa ou um próximo Happy Birthday To You.
Que Renato Russo foi uma pessoa ímpar como líder da
Legião Urbana ninguém duvida. Agora é difícil imaginar alguém como ele sendo “normal”.
Estudando, trabalhando, se relacionando, tendo amigos. É essa fase da vida dele
que aparece no filme “Somos tão jovens” (2011), filme que mostra o começo da formação
musical dele.
O filme não conta a história de Renato Russo em si, mas
mostra como Renato Manfredini Júnior se tornou Renato Russo. Ele era um cara
normal, vivendo em Brasília, numa época em que o “punk” inglês estava
crescendo. Através de um colega de trabalho, Renato é apresentado ao Sex Pistols
e logo começa a se questionar sobre tudo que o cerca.
O que mais me chamou a atenção no filme não foi a forma
como mostraram as criações de músicas que escutamos desde o início dos anos 80
ou as relações que ele tinha com o Herbert Vianna ou Dinho Ouro Preto, mas foi
a caracterização dos personagens, principalmente do Tiago Mendonça. Alguns
momentos do filme é preciso lembrar que Renato morreu.
Tendo Brasília como pano de fundo, fica fácil imaginar
como era a vida na capital do país no final da década de 70 e início da década
de 80. A criação do Aborto Elétrico, o som punk rock que eles faziam ocupa boa
parte do filme. Há também um pouco de como surgiu a Plebe Rude e o Capital
Inicial.
Os pontos negativos que eu vi no filme, além do roteiro
um pouco fraco, foi a caracterização do Herbert Vianna e do Dinho Ouro Preto.
Ambos os atores, muito parecidos com os artistas, se esforçaram tanto para se
parecerem com eles, que se tornou uma caricatura grosseira dos originais. E o
sumiço repentino do pai do Renato na metade do filme. Ele aparece em uma cena e
na outra não mais sem explicação nenhuma. Mas nada que estrague a beleza e
sutileza do filme.
A bissexualidade do cantor, um dos traços mais fortes da
personalidade forte dele, foi tratada de uma forma tão naturalmente simples que
faz com que não se sinta falta dela. Nem os grandes conflitos que passava na
cabeça das pessoas naquela época. Uma das cenas mais divertidas do filme é
quando o Renato está conversando com a mãe dele sobre sua orientação sexual.
Foi uma forma tão naturalmente divertida que fica impossível não se divertir
com isso. Isso não agradou boa parte dos fãs mais fervorosos do cantor, que
podem ver tal cena como um deboche.
Tiago Mendonça foi o grande diferencial do filme. Se há uma
coisa que não se pode questionar foi na caracterização do ator. A semelhança física
com o Renato no início da carreira é um ponto que não se pode passar despercebido,
claro, mas foi na interpretação da forma como o Renato via o mundo que Tiago
ganhou toda a atenção da mídia. Ele mostra com maestria a profunda depressão que
perseguiu o Renato por toda a sua vida. E a forma como ele canalizou isso para
as suas músicas.
As relações pessoais também foram tratadas de maneira
séria, porém leve. A relação com sua eterna amiga Ana, a primeira paixão por um
amigo de banda, o relacionamento conturbado com os integrantes do Aborto, foram
tratados tão delicadamente que é até difícil não imaginar o quanto conviver com
ele era sublime. A relação familiar, o apoio dos pais, assim como a preocupação
deles foi tratado tão rápido que acabou nem fazendo falta.
Ir ao cinema assistir ao filme esperando a vida do
Renato, como apareceu no filme “Cazuza” é pedir para sair decepcionado. Os
produtores não quiseram mostrar o Renato Russo, e sim o processo para o
surgimento da Legião Urbana. Tanto que, o filme termina quando a banda começa a
ser mais conhecida.
“Somos tão jovens” é um filme que vale a pena assistir
não pela vida do Renato em si, mas por trazer o cantor mais próximo do público,
mostrar um pouco do pensamento dos jovens em plena ditadura, e principalmente
pela trilha sonora.
“Reino Escondido” (Epic) chega aos cinemas nesta sexta-feira
(17) com belas imagens de floresta em 3D. Embora a história flua e venha com a
assinatura dos criadores de grandes sucessos como “A Era do Gelo” e “Rio”, a
animação exige
certa paciência para o espectador se envolver, já que traz personagens novos.
Na trama, a adolescente Maria Catarina (MC) volta para a casa
do pai, o Professor Bomba, um cientista que acredita haver um mundo de pessoas
minúsculas habitando a floresta. Ele está certo. Enquanto isso, a Rainha dos
Homens-Folha, Dara, escolhe um botão que irá sucedê-la na missão de manter a
floresta viva pelos próximos 100 anos. Só que a Rainha é morta pelos Boggans, servos
do vilão Mandrake, que destrói todo o verde que encontra pela frente. MC,
transportada para aquele Reino, tem que ajudá-los a impedir que o botão
floresça nas Trevas, o que colocaria todo o verde do planeta em perigo.
Entre
os diferenciais das histórias clássicas, a Rainha,
que mora no Refúgio da Lua, não é mosca morta: tem atitude, xaveca Ronin, Homem-Folha que lidera o exército do bem. E é
morta. A adolescente MC também não faz a pura e se apaixona, com direito a
beijo na boca, por Nod, guerreiro dos
Homens-Folha que arruma muita confusão com seu jeito independente. A
lesma Mub e o caracol Grub garantem momentos
engraçados, assim como o cão Ozzy, um pug de três patas.
Eles utilizam beija-flores como meio de transporte. Segundo
Chris Wedge, um dos fundadores da Blue Sky Studios, a inspiração veio em 1998,
quando viu uma exposição de arte com quadros de 100 anos que retratavam lugares
complexos existentes na floresta. “Os quadros tinham conceitos mágicos de
civilizações minúsculas que habitavam as árvores e os arbustos, eu pensei que
deveria existir um filme sobre aquilo, mas existem ideias que só funcionam com
animação”. Outra base foi o livro infantil “The Leaf Men and the Brave Good
Bugs”, de William Joyce, que tinha trabalhado com Wedge no filme “Robôs” (2005).
Quem assistir à versão original ouvirá as vozes de Beyoncé
como a Rainha, Amanda Seyfried dublando a adolescente MC, Steven Tyler como a
lagarta Nim Galuu, o rapper Pitbull fazendo a voz do sapo Bufo e Colin Farrell a de Ronin, “Sempre me imaginei em um
desenho animado, e ver isso acontecer foi muito excitante para mim”, vibrou
Beyoncé, após a experiência.
Na dublada, ouvimos Daniel Boaventura dando um tom galante ao
herói e Murilo Benício bem à vontade repetindo o jeito de falar de seus três
últimos personagens na TV – o Tufão de “Avenida Brasil”, Victor Valentim em "Tititi"
e o Arthur de "Pé na Jaca”. É bom também
ouvir a voz do ogro Shrek (Mauro Ramos) desta vez na boca do malvado Mandrake.
A história entretém e se resolve bem, é difícil cravar se
haverá continuação. Tudo dependerá do sucesso que fará nos cinemas de todo o
mundo. Visualmente, não há o que questionar: quem curte animação, vai gostar.
Shakespeare
foi uma fraude? E se o maior dramaturgo de todos os tempos não passava de um ator
analfabeto e ignorante usado apenas para encobrir o verdadeiro autor de todas
as peças que conhecemos? Essa é a questão que aparece no filme Anônimo (2011).
Nela,
o conde de Oxford, Edward, vive um dilema na corte da rainha Elizabeth I.
Proibido de escrever peças por seu sogro, Willian Cecil, que a arte da escrita
indigna, Edward paga um escritor local sem muito talento para assinar as suas
peças a muito guardadas em seu escritório. O problema é que este mesmo escritor
teme represálias de Cecil por ver que há severas críticas a ele nas peças;
então ele escolhe um ator, William Shakespeare, para que este assine as peças.
Shakespeare, vendo o sucesso que as peças começaram a alcançar, começou a
chantagear Edward para conseguir mais dinheiro.
Com
este enredo, o filme prende não somente pelas citações de peças consagradas do
dramaturgo como Romeu e Julieta, Sonhos de uma noite de verão, Macbeth dentre
outras. Ele prende pelo alto teor político e pela trama brilhantemente
construída. Mostra uma rainha Elizabeth crítica e seca, além de seus romances
secretos ao longo de quarenta anos. E a forma como Cecil a mantém em seu
constante domínio sendo uma das pessoas mais importantes da trama toda.
O
que mais chama atenção neste filme é o elenco de peso; com nomes consagrados do
teatro inglês. Ele conta com Vanessa Redgrave como Rainha Elizabeth I, que não
precisa de muitos elogios. Com Rhys Ifans (O Espetacular Homem Aranha e Harry
Potter) como conde de Oxford e pivô do que poderia ter sido a ruina do reinado
de Elizabeth, com David Thewils (Remus Lupin) como William Cecil e muitos
outros.
Um
destaque maior para o personagem de David, pois é através dele que sabemos de
conspirações contra Elizabeth, histórias de incestos e a forma como a política
era tratada numa época em que a personalidade mais importante da Inglaterra foi
uma mulher, filha de um Tudor.
A
produção de arte do filme foi uma das mais fieis ao contexto histórico com
figurinos, locações, e ambientações. O teatro ao ar livre de Shakespeare, que é
onde se passa boa parte do filme, nos transporta de volta a época em que Teatro
era considerado indigno.
Os
produtores e roteiristas optaram por uma história em flashback, o que pode ser
um ponto negativo do filme, caso o espectador não preste muita atenção à trama,
pode se perder com as várias idas e vindas de tempo. Entre uma Elizabeth nova
(Interpretada pela filha da atriz Vanessa Redgrave) e o reinado de Elizabeth já
próxima a sua morte.
Com
uma trilha sonora peculiar, sendo basicamente músicas instrumentais, se insere
ao filme, que mesmo passando despercebida em alguns momentos, completa o filme
de maneira sublime.
Quando resolvei fazer esse post sobre Curta Metragem no Brasil, minha ideia inicial era mostrar as dificuldades que os novos cineastas têm para realizarem seus sonhos de conseguir filmar e mesmo assim vermos trabalhos ótimos feitos por aqui. Ocorre que no meio da ideia troquei algumas figurinhas com Zeca Rodrigues e Diego Sousa, dois amigos e grandes batalhadores desse país, e o resultado desse bate papo acabou gerando um material muito bacana e transcrevo aqui as opiniões de cada um deles sobre alguns assuntos pertinentes ao tema.
Quem vê hoje, nos cinemas, as filas enormes para os
filmes de super-heróis, deve achar estranho quando escutam as pessoas mais
velhas falando que, nos anos 90, interpretar um super-herói no cinema era decretar
final de carreira.
Atores como Billy Zane e Dean Cain viram suas carreiras
simplesmente acabarem por ambos terem interpretado o Fantasma e o Superman
respectivamente. Naquela época os filmes eram considerados infantis demais para
que pudesse se pensar em uma coisa séria.
Então apareceu a década de 2000. Novo milênio e com ele,
os estúdios começaram a enxergar que os super-heróis, quando tratados com
seriedade, trariam muito dinheiro. E foi o que aconteceu.
A reviravolta começou mesmo com os heróis da Marvel. Stan
Lee viu que os cinemas, poderiam ser uma forma de expandir os fãs de seus heróis
e nos trouxe Homem-Aranha e X-Men através das mãos de Sam Raimi e Bryan Singer
respectivamente. Trazendo os dramas dos personagens, dos problemas que eles
enfrentavam, os roteiristas, produtores, diretores, atores E efeitos especiais,
trouxeram os heróis para dentro da casa das pessoas, fizeram com que eles
deixassem de ser entretenimento que os pais usavam para acalmar seus filhos e
os colocaram na sala de estar.
Tanto que ambas as trilogias tiveram as maiores
bilheterias que um filme deste segmento já havia tido. Mais até que os dois
primeiros filmes do Superman quando o mesmo era interpretado pelo Christopher
Reeve, claro, temos diferentes, pensamentos diferentes, efeitos melhores.
Pode-se dizer que foi a Marvel quem deu a partida
(novamente) para que os heróis tivessem um espaço na tela grande. Hoje, as
maiores bilheterias dos cinemas são de seus personagens. Mas claro que houve
algumas ideias erradas, o que dizer dos dois filmes (Que a princípio seria uma
trilogia) de O Quarteto Fantástico? Ou de O Demolidor? (E olha que a bilheteria
do Matt Murdoch no cinema foi espantosa) da Marvel. Ou então de Lanterna Verde?
Ou Superman Returns ambos da DC? Alguma coisa deu errada nos filmes, talvez
fosse apenas a época errada para eles. Ou então foram negligenciados para
personagens infantis demais.
Em 2008 surgiu um gênio, bilionário, playboy e
filantropo egoísta que mudou tudo mais uma vez. Surgido pelas mãos de John
Favreau, o Homem de Ferro não só reacendeu o brilho nos olhos dos executivos,
como a carreira de Robert Downey Jr que estava em baixa depois de vários
problemas com a bebida e as drogas.
Desde O Homem de Ferro e do trabalho sério que vem se
fazendo com esse segmento cinematográfico, as sessões de cinema voltaram a ter
o entusiasmo de outrora. Abriu espaço para outros personagens como Thor e
Capitão América e também para franquias como Homem Aranha e X-Mem e seus
reboots.
E isso ajudou também os outros ‘amigos’ Superman e
Batman. O Reboot do Cavaleiro das trevas pelas mãos de Christopher Nolan abriu
os olhos da DC que está tentando fazer o mesmo sucesso com o Kryptoniano.
Sexta estreia o terceiro filme de O Homem de Ferro (Com o pensamento em um quarto filme) e a
espera é, além de ser um dos filmes mais aguardados do ano, que ele bate seu
próprio recorde no primeiro final de semana de exibição. É esperar para ver
qual será o futuro desses heróis no cinema daqui pra frente.