quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sem moral


Por Daniel Couri

O tão anunciado "Na Moral", programa do jornalista Pedro Bial que estreou na última quinta-feira, decepcionou os que esperavam algo minimamente interessante. Com o prestígio e a experiência que Bial tem na Globo, é difícil entender como ele permitiu que um programa tão confuso como aquele fosse ao ar.

Quatro convidados compareceram para comentar os temas: o filósofo Luiz Felipe Pondé, (autor de O Guia Politicamente Incorreto da Filosofia), o jornalista Antônio Carlos Queiroz (que escreveu o Guia do Politicamente Correto), o cantor de pagode Alexandre Pires e a ex-musa do Casseta & Planeta, Maria Paula.


Potencial não faltou. Mas a edição apressada deixava o telespectador irritado. Cada vez que um convidado começava a falar sobre um tema, era cortado e Bial já pulava para outro assunto. Ninguém conseguiu concluir um raciocínio sequer. A impressão foi que os participantes do debate estavam sendo deliberadamente cortados devido ao curtíssimo tempo.

Aliás, tempo foi outro fator crucial que faltou ao programa. Enfiaram vários temas potencialmente interessantes num espaço que não foi suficiente para serem debatidos e explorados. Foi um tanto quanto embaraçoso ver os convidados tolhidos o tempo todo, mal conseguindo terminar as frases.

Os assuntos não tinham gancho. Bial pulava de um tema a outro como se houvesse alguém ali ao lado dizendo 'rápido, passe para o próximo!'. E a dramatização feita por Adriana Lessa foi totalmente descabida. Não pela atriz, que é maravilhosa e talentosíssima, mas sim porque não tinha nada a ver encenar um depoimento. (Aliás, espero que Adriana não seja mal aproveitada na Globo. Ela merece um destino melhor que o “Na Moral”).

Como li em uma das várias críticas negativas ao programa, a impressão passada ao telespectador é que 5 horas foram editadas às pressas para caberem em pouco mais de trinta minutos de programa.

Apesar de achar que o programa não disse a que veio, considero a ideia boa, mas o tempo apertadíssimo de exibição somado ao número de convidados e temas não funcionou bem. Se “Na Moral” não pode ter uma duração maior, o ideal seria eleger apenas um assunto para ser tratado por programa. Do contrário, o que era para ser novidade vai ficar com cara de comida requentada. Às pressas.

Um comentário:

  1. tb acho a ideia boa, mas tem razão, todos padecem do mal do esquenta( que tem a pior edição de todos os tempos)...agora a pergunta: por que o programa amor e sexo não tinha tal problema?

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