Por Vanessa Carvalho
Em tempos em que a literatura tem mais volumes que a
enciclopédia Barsa, encontrar um livro que tenha começo, meio e fim é
praticamente ganhar na loteria. Essa loteria se torna acumulada quando a
história em questão é muito agradável de ler. O livro em questão é “As treze
relíquias” de Michael Scott e Collete Freedman. Editora Planeta
e 413 páginas.
A história, que se passa nos tempos atuais, o
que a meu ver é o primeiro ponto positivo, começa com uma senhora simpática de
setenta e poucos anos, sendo assassinada em sua casa assim como uma aspirante a
atriz que foi tentar ajudá-la. A senhora era guardiã de uma das treze relíquias
da Britânia. E a partir daí vemos uma verdadeira caça as bruxas de assassinos cruéis
que estão em busca dessas relíquias. Aprendemos neste livro que os nomes têm
força e que não devem ser falados levianamente. E que há magias tão antigas
quanto o próprio tempo. E que, cada uma das relíquias, dentre elas uma espada,
uma corneta e um manto, detém um poder que, se liberado, trará todas as
desgraças para o nosso mundo.
E em meio a todo esse turbilhão de lendas e
magias, temos Sarah, uma garota comum, que por ajudar uma senhora, Judith
Walker, acaba no epicentro de toda essa trama. Sarah recebe de Judith a missão
de entregar sua relíquia para seu sobrinho Owen, do qual deverá cuidar com a
sua vida.
Outro ponto positivo do livro é que ele é
narrado em terceira pessoa. Chega de livros em primeira pessoa onde personagens
juvenis e insegura narram suas aventuras deixando o que há de melhor para apenas
a nossa imaginação.
Os capítulos não são enormes e o nível de
detalhes é necessário para que nossa própria imaginação faça o resto. A
narrativa também é dinâmica, e muitas vezes queremos atropelar linhas e parágrafos
para sabermos logo o que vai acontecer.
Os guardiões das relíquias vão de personagens
egoístas e arrogantes a senhoras simpáticas e solitárias que, em sua juventude
se depararam com um segredo maior que suas próprias vidas. Tais personagens selam
o destino de todos os outros, sem contar que em determinado momento da trama
temos uma verdadeira viagem pelas paisagens afrodisíacas do Reino Unido atual.
Para aquelas pessoas que gostam de lendas, dentre elas a do Arthur, bretão que
virou rei, o livro é uma ótima pedida.
Até mesmo para aqueles que não gostam de ler,
vão se perder nas páginas deste livro. E para aqueles que estão pensando que é
mais uma história com personagens juvenis, esqueça, todos os personagens,
apesar de jovens, não são adolescentes e nem a história é juvenil. O nível de
detalhes das profecias, e magias e assassinatos, mostram que de leve e juvenil
a história não tem nada.
E para os que são ávidos por sagas, e séries
e continuações, deixo um aviso que o livro pode tanto ser volume único, pois o
mesmo fecha todos os buracos abertos pelos autores durante a trama, como pode
haver continuações. Sinceramente, eu acredito que não haja continuações, ou se
houver, não será para logo.
De qualquer forma, recomendo o livro que é
repleto de aventura e magia.
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