sexta-feira, 18 de março de 2011

Eu também adooooooooooro Melão!

     É uma honra poder contar com o Vitor de Oliveira como o 1º entrevistado deste espaço.    Ele é um Professor, Pesquisador, Autor Roteirista da Rede Globo, e se descreve como um noveleiro apaixonado desde criança. O seu blog Eu Prefiro Melão é um sucesso de crítica e de audiência. Sobre isto e mais um pouco você lê a seguir:


Quem é Vitor Santos de Oliveira?

Vitor – É uma pergunta que a gente nunca sabe responder direito, pois somos tantos e com tantas contradições... mas de um modo geral, sou uma pessoa que sonha, persiste e procura atingir seus objetivos.



O seu blog euprefiromelao.blogspot.com é um dos poucos capazes de manter um público fiel. Como surgiu e qual a dica pra quem tá começando a blogar?

Vitor – A ideia surgiu quando eu possuía um blog de cinema e outro de assuntos gerais e me dei conta de que não tinha um espaço para falar de meu assunto favorito: teledramaturgia. Começou de maneira despretensiosa e hoje obtém reconhecimento por parte de gente que gosta e entende do assunto. O segredo pra manter o público fiel é também ser fiel a ele, mantendo sempre o conteúdo atualizado e buscando sempre novidades.



Deixando o blogueiro de lado. Desde quando, a vontade de ser roteirista?

Vitor – Sou noveleiro desde sempre e escrevia minhas “novelinhas” desde pequeno. Mas esse desejo foi se esvaindo com o tempo. Anos mais tarde, quando fiz meu primeiro curso de roteiro de uma maneira bastante despretensiosa, com Maria Carmem Barbosa, vislumbrei a possibilidade de fazer disso uma carreira, já que tanto o magistério quanto a carreira acadêmica, não me traziam tanta satisfação. Investi em mais cursos e hoje posso dizer que sou roteirista profissional em início de carreira.

O que falavam as pessoas mais próximas, sobre este desejo?

Vitor – Muitas pessoas viam esse meu desejo como algo inatingível, quase impossível de ser alcançado. Quando começaram a ver que o negócio era sério, passaram a me dar um pouco mais de crédito (risos). Brincadeiras à parte, o fato é que eu jamais teria conseguido sem o apoio delas.



Provavelmente você tenha encontrado dificuldades no início de tudo. Pode nos contar sobre isso?

Vitor – A grande dificuldade no início foi conciliar a vida profissional e acadêmica com os cursos que eu pretendia fazer. Tive que abrir mão de um Mestrado quase em conclusão pra isso. Mas hoje vejo que essa “loucura” foi a melhor coisa que fiz na vida. Outra dificuldade foi a financeira, já que os cursos não são baratos. Também há a dificuldade de se destacar em meio a centenas de pessoas que querem o mesmo sonho que você. Não conhecia quase ninguém do meio (e continuo não conhecendo tanta gente assim), e nessa profissão, é fundamental ter uma rede de contatos.

Recentemente você foi contratado pela Globo. O que podemos esperar do Vitor, agora no seleto grupo de roteiristas desta emissora?

Vitor – Inicialmente, um colaborador que vai procurar contar, da melhor maneira possível, uma estória criada por outra pessoa. Espero construir uma carreira sólida para que, em breve, possa começar a contar minhas próprias estórias. Seja como for, podem esperar um trabalho com muito profissionalismo e, principalmente, com grande paixão.

Vitor e Alcides Nogueira


Há por parte de uma maioria de autores da Globo, uma discriminação velada com o que é produzido fora dela, principalmente com a Rede Record. O que pensa sobre isso?

Vitor – Sinceramente, nunca percebi isso por parte dos autores, pelo menos da esmagadora maioria com quem tive a oportunidade de conversar. Há dois anos, faço parte da AR- Associação dos Roteiristas, cujo presidente é Marcílio Moraes, que já foi meu professor e atualmente trabalha na Rede Record. Posso dizer que entre os profissionais da escrita, a produção teledramatúrgica produzida por outras emissoras é vista com muito bons olhos, pois amplia o mercado de trabalho e gera oportunidade para muitos talentos que não teriam o devido espaço se a produção de roteiros de TV ficasse restrita a apenas uma emissora. Lógico que a Globo possui um know-how construído por mais de 45 anos de produção ininterrupta e ainda é a grande geradora de empregos na área. Mas quanto mais se investir em teledramaturgia por parte das outras emissoras, mais gera crescimento para a própria profissão.

As novelas do horário nobre passam por uma crise de audiência e de crítica especializada também. Como você observa este quadro?

Vitor – Penso que estamos passando por um período de transição e que novos caminhos estão sendo buscados. Vejo a Rede Globo bastante interessada em produzir conteúdo transmídia e investir na formação do profissional no que diz respeito a esse conteúdo. A audiência também se fragmenta porque o poder aquisitivo do brasileiro aumentou e as possibilidades de lazer também. Mas se você perceber, a audiência da TV aberta caiu como um todo e a telenovela continua sendo o produto mais assistido do país. No que diz respeito ao conteúdo propriamente dito, acho que falta um pouco de ousadia. O público é ávido por novidade. Tanto que, quando surge uma “A favorita”, o gênero ganha um novo fôlego. Com relação á crítica, ela não acompanha o nível do que se produz, nem em qualidade, nem em conhecimento. Tenho dúzias de amigos, apaixonados por novela, que fariam muito melhor e com muito mais competência. Basta pesquisar alguns blogs por aí, como por exemplo, o recém-criado “Agora é que são eles”. Acho que os críticos dos grandes jornais deveriam se inspirar nos blogueiros pra aprender como se faz.

Vitor e Gilberto Braga

A teledramaturgia tem se repetido demais. Com relação ao elenco, dá pra fazer uma análise sobre a postura de alguns autores/diretores que reservam os seus preferidos, muitos destes emendando um trabalho no outro, enquanto tantos bons atores continuam desempregados? 

Vitor – Não sei responder ao certo por que isso acontece. Mas desconfio de que a produção de uma novela nem sempre conta com um grande tempo e, por isso, talvez eles prefiram trabalhar com pessoas com as quais já estejam habituados. Mas concordo com você: como telespectador, gostaria de ver muita gente talentosa e competente de volta ao lugar de onde nunca deveriam ter saído.

O que pensar sobre a supremacia do culto à beleza, da sobreposição da “vitrine comercial” em detrimento do talento?

Vitor – Penso que isso é um reflexo da própria preferência do público. Desde pequeno ouço comentários do tipo “nossa, como fulana está velha”, “como cicrano engordou”. Infelizmente, isso é uma mentalidade geral em nossa sociedade. Mas só beleza e juventude não garantem o sucesso. Há sempre profissionais experientes e talentosos em todas as produções. Sem eles, não há boa história que sobreviva.

Você pode elencar as suas preferências?


  •       Ator/atriz – Betty Faria e Tony Ramos.
  •       Cantor/cantora – Maria Bethânia e Ney Matogrosso.
  •      Autor/autora – Gilberto Braga, Alcides Nogueira, Aguinaldo Silva e dúzias de outros.
  •       Diretor/diretora – Denis Carvalho, Denise Saraceni, Roberto Talma.
  •       Novela da Globo, das 18:00/novela das 19:00/novela das 21:00 (desde os anos 70) – Bambolê, Guerra dos Sexos e Tieta.
  •       01 novela da Record (de todos os tempos) – Essas Mulheres
  •       01 novela da Manchete (de todos os tempos) – Xica Da Silva
  •       01 novela da Band (de todos os tempos) – A idade da Loba
  •       01 novela do SBT (de todos os tempos) – Éramos Seis
  •      Site especializado em teledramaturgia – www.teledramaturgia.com.br, de Nilson Xavier.
  •       Romance dentre os de Jorge Amado – Tieta do Agreste.
  •     Filme dentre os concorrentes ao Oscar 2011 – dos que assisti, Cisne Negro.

O Posso Contar Contigo? agradece a atenção e te deseja boa sorte em tudo o que virá por aí!

Vitor – Eu é que agradeço a oportunidade e sucesso com o blog!


No vídeo abaixo a cena curiosa da novela Meu Bem Meu Mal, que serviu de inspiração para o Vitor:  "O nome é uma homenagem ao Cassiano Gabus Mendes. Faço uma alusão à famosa fala de Dom Lázaro Venturini (Lima Duarte) em “Meu bem meu mal”, que após sofrer um derrame e ficar meses sem falar, ao ser perguntado pela enfermeira se preferia mamão ou melão dá essa resposta para surpresa dela e do público. Acho que muita gente que viu essa cena já imitou o Dom Lázaro com boca torta e tudo dizendo “eu prefiro melão”... rs!"
fonte:  trecho de entrevista concedida ao blog Eu Prefiro Melão 


veja a entrevista cedida pelo Vitor ao "Super Cult" clicando aqui
para acessar a mais recente, click aqui e veja no "Entulho Musical"
ou aqui, para ver a entrevista postada no "Eu Prefiro Melão"

11 comentários:

  1. Oi Vitor, parabéns pela entrevista. Já computei meu voto na escolha da vilã (apesar da minha preferida estar bem abaixo das outras).
    Um grande abraço
    ALESSANDRO
    (by ASDigital)

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  2. Mais uma vez agradeço o espaço e a oportunidade e vida longa para seu blog!

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  3. Ótima entrevista com o Vítor. Ainda vamos ouvir falar muito dele. Talentoso, inteligente e uma pessoa admirável!

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  4. A cada nova entrevista, a gente descobre um pouco mais o Vitor. O gostoso é que é sempre uma surpresa boa.

    Tenho certeza que ainda vamos ouvir falar muito dele. Não só ouvir, como ver. Vitor tem garra, talento e, principalmente, humildade.

    Vai longe esse Melão!!

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  5. que delicia de entrevista! dificil comentar p quem ja conhece o entrevistado de amizade intima! mas mesmo assim é maravilhoso ter essas opiniões registradas na rede! obrigado ao POSSO CONTAR CONTIGO? e Vitor, pode contar comigo! bjs

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  6. Vítorrrrrrrr meu amigo meus parabéns vindo de você meu amigo só poderia vir coisa bacana , otima entrevista ..te desejo milhões de anos de Melão !
    Bruna

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  7. Foi uma honra, Vitor!

    Voltem sempre, Alessandro, Walter, Eddy, Ivan, Bruna!!!

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  8. Ler os escritos do Vitor só não é melhor do que conversar com ele, por meio de uma entrevista. Parabéns a você e ao Isaac, pela iniciativa!

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  9. Esse menino parece-me muito generoso, só por isso tenho certeza que ele vai muito longe, muito mesmo.

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  10. Olá, adorei a entrevista do Vitor!
    Ótima!!!

    abraços

    Jéfferson Balbino
    www.jeffersonbalbino.zip.net

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  11. Bela entrevista! Parabéns, Vitor; parabéns, Isaac!

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