quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Pronto, morremos!

Por Júnior Bueno



Amanhã à noite, com a revelação do assassino(a) de Norma (Glória Pires), chega ao fim uma das novelas mais "ame ou odeie" da história recente da teledramaturgia. Com um começo conturbado, tendo protagonistas sendo substituídos em cima da hora, foi uma trama controversa, que arriscou um formato e testou a fidelidade do telespectador. Acertou muito e também errou muito. Nunca saberemos se seria a mesma novela se Vagner Moura, Fábio Assunção e Ana Paula Arósio tivessem ficado com os papéis de Pedro, Léo e Marina, mas a novela chega ao fim com grande repercussão e aqui este humilde "bloguista" vai fazer um balanço da trama.

Ganharam meu coração:

Glória Pires - Feia, bonita, presidiária, espertalhona, pobre ricaça: brilhou em cada cena, e mostrou bem todas as fases e facetas de Norma, de longe uma das personagens mais interessantes da novela e da TV nos últimos tempos. Com sua morte ainda nos livramos do clichê de malvada que enlouquece no final.

Núcleo gay - Apesar dos cortes nas cenas escritas para o casal Hugo e Eduardo, nunca se viu numa trama personagens gays tão próximos da vida real. E a inserção do tema homofobia foi muito bem conduzida, sem riscos de cair no didatismo. Destaque para a tuação de Leonardo Miggiorin como Rony e Louise Cardoso como Suely.

Participações especiais - pra dar dinamismo à trama, foram programadas histórias que iam se desenvolvendo e personagens que iam saindo a medida que sua história esvaziava. Se saíram bem nessa: Ana Beatriz Nogueira (Clarisse), Fernanda Paes Leme (Irene), Tarcísio Meira (Teobaldo) e Cristiana Oliveira (Araci) que teve sua morte adiada devido ao sucesso de sua personagem.

Jovens promessas - Tiago Martins, apesar de já ter feito outras novelas antes, conseguiu com seu odioso Vinícius dar o tom certo do jovem homofóbico e mau caráter. Bruna Linzmeyer, a Leila, também deu conta do recado, com seu rosto incrivelmente belo e sua intensidade em cena. Giovanna Lancelotti chegou quietinha, foi comendo pelas beiradas e mostrou a que veio.

Coadjuvantes de luxo - é um prazer ver em cena um elenco que reúne Bete Mendes, Rosi Campos, a já citada Louise Cardoso, Natália Timberg, Cássio Gabus Mendes e Ana Lúcia Torre. Aliás, falando em Ana Lúcia Torre...

Tia Neném - A salvação da novela nos momentos tediosos, Tia Nenem divou em cada cena, tanto que a personagem sobreviveu à matança da novela (na sinopse, ela morreria na fase de Floranópolis). Ana Lúcia mais uma vez deu um show de talento, e mostrou que é uma das maiores ladras de cena das novelas. É muito amor por ela.

Me deixaram insensato

Casal sem sal - Paola Oliveira e Eriberto Leão mostraram que não estão preparados ainda pra enfrentar a tarefa de protagonizar o horário nobre. Ele, que tinha ido bem em tramas das 6, como Paraíso, deu ao seu Pedro um tom chorão, careteiro, sussurrante, não dava pra enxergar ali um herói que arrisca a vida pra salvar alguém. Paola por sua vez, esteve menos pior que Eriberto, mas ainda assim, a personagem chatinha não a favoreceu. Juntos em cena, com zero de química, fazia a novela virar um remédio pra insônia.

Atuações sofríveis - Maria Clara Gueiros ainda atua programada na função Zorra Total e sua Bibi se tornou parecia saída do humorístico (?) de sábado à noite. Sem contar que ela tem a mania irritante de dar uma risadinha depois de casa fala como se fosse a pessoa mais engraçada do mundo. Jônatas Faro foi outro que causou mais buburinho com sua magreza que com sua atuação. Nas cenas em que o jovem Rafa precisava se emocionar, era visível que o chiquitito não nasceu pra coisa.

Entra e sai de personagens - Apesar de inovador, o truque de tramas mais ágeis e curtas ficou cansativo a certa altura. As participações de Vera Fischer, Maria Padilha e Guilherme Leme passaram em brancas nuvens. Sem falar na quantidade de cadáveres. Com o tempo, as mortes passaram ainda a perder o impacto para o telespectador. O recurso acabou banalizado.

A gravidez de Irene - Foi um dos momentos mais constrangedores da trama. O truque de usar a camisinha usado foi simplesmente nojento, e a cada cena ver o Eriberto Leão repetir pra um personagem toda a história da p*rra na camisinha foi vexatório. Imagina chegar pra Natália Thimberg que sua prima engravidou porque seu irmão fuçou no lixo e achou uma camisinha usada sua e deu entregou pra ela pra que ela pudesse pegar o conteúdo e colocar em su... Arghhhh!

A trilha sonora - Gilberto Braga costuma sempre cuidar pessoalmente dos temas musicais de sua novelas, mas desta vez acho que ele estava ocupado. All the lovers da Kylie tocou tanto na Barão da Gamboa (aliás só tem esta boate no Rio né?), que tormou a música um porre. Aliás quase toda a trilha da novela é esquecível, e o lindo tema da Carol, 20 anos blues com Elis Regina foi muito mal aproveitado. E na abertura, o bom samba de maria rita foi usado como fundo pra estátua ficar rodando.

Como disse o Léo, Pronto, morri!

8 comentários:

  1. Hahahahaha!
    Júnior e suas listas imbatíveis! Da sua lista só discordo da Bibi, rs ela foi bacana na trama, garantiu ótimos momentos com o Douglas, mesmo tendo resquícios de trabalhos anteriores!

    Abs
    Fábio Dias R.
    www.ocabidefala.com

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  2. Não curto muito "coadjuvantes de luxo", no mais concordo com as suas observações, Junior.

    Insensato Coração meio que nos decepcionou a todos, mas teve seus pontos válidos... pertinente seu texto!

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  3. Gostei muito do texto. Discordo em partes, pois é subjetivo demais uma análise. Mas no sábado eu publico a minha opinião!

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  4. O meu balanço geral sobre a novela é positivo. Mas pra mim deixou também a desejar em vários aspectos, inclusive deixei de assistir em certas fases por realmente não ter tido paciência. Eu só colocaria os coadjuvantes de luxo como ponto negativo.

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  5. Também sou obrigada a discordar da Bibi, ela foi ótima em suas cenas com o Douglas.

    Quando se trata de Glória, ela é uma glória mesmo, maravilhosa, essa mulher não atua, ela da aula! rs

    A Cris Oliveira como Araci é pra pasmar qualquer um, ela mostrou que é atriz de verdade, dando a cara a tapa, engordando horreres e não se importanto em ficar bonita.

    Nessa fase final achei que a Natalie, que começou a novela sendo íntegra se tornou uma personagem muito baixa.

    Seus post tá ótimo e concordo em grande parte!

    bjs

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  6. Na verdade, eu n gostei dessa trama. Aliás, há muito n me empolgo com as tramas do Gilberto Braga com sua "mania" de estereotipar o universo gay com o clichê q já é marca registrada dele: gay limpinho, gay sujinho... gay q só existe em novela de Gilberto Braga.
    Além disso, achei o enredo enfadonho, em alguns momentos me lembrando repetecos e deixando a dúvida se a criatividade ainda paira na "praia" do autor.
    Das atuações, me eximo de tecer comentários, pois a novela foi tão a desejar, para mim, q a avaliação do desempenho dos atores ficou prejudicada.

    Enfim... Sua análise foi muito rica, Junior!
    Parabéns!!!

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  7. Gloria pires arrasou mesmo! Merece toda a reverência e admiração!! Discordo quanto à Bibi, adorei ela! =)
    O texto ta otimo, parabéns!!

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