domingo, 22 de janeiro de 2012

SANGUE NOVO NOS ROTEIROS

Por Romulo Barros

De uns anos para cá e com mais intensidade nesses últimos, estão sendo revistos os quadros de autores das emissoras. Exemplo disso é o surgimento de novos roteiristas para os horários das seis e sete da noite. E quem ganha com isso? Nós e a televisão brasileira.

Um exemplo prático. Nos primórdios da Rede Globo existia Glória Magadan, que escrevia tramas rocambolescas e totalmente distantes da realidade brasileira. Precisou que surgisse Janete Clair para arrebatar milhões de brasileiros. Era sangue novo sendo injetado diretamente em cada coração que acompanhava as tramas escritas por Janete.

O tempo não para e por isso a renovação de autores é sempre um assunto a ser discutido e a produção da primeira novela de um autor novo deixou de ser tabu. Hoje esse assunto é tratado com mais naturalidade dentro das emissoras, principalmente na Globo.

João Emanuel Carneiro, que após estrear no horário das sete, escreveu mais uma novela para o horário, e em seguida estava figurando no horário nobre, trouxe todo o seu conhecimento e experiência no cinema para a TV.

João Emanuel abriu as portas, mostrou que vale a pena investir em novos autores e abriu precedentes para que Bosco Brasil, Duca Rachid, Thelma Guedes e Lícia Manzo tivessem a oportunidade de escrever suas novelas.



Existe uma fila de autores que esperam uma oportunidade para escreverem seus trabalhos como titulares. Existem também os colaboradores que tentam, a todo custo, uma oportunidade para furar a barreira quase intransponível dos veteranos. Mas muito desses colaboradores nasceram para serem do segundo time e talvez nunca escrevam como titulares.

Muito está sendo feito para a renovação dos autores de TV. Aguinaldo Silva, pioneiro, fez sua Master Class, a própria Globo fez uma oficina de dramaturgia em 2010 e novos autores estão escrevendo suas novelas, seriados e especiais e estão sendo supervisionados pelos autores mais experientes da casa. Muito ainda precisa ser feito. A TV precisa dar mais oportunidade para os que estão chegando e querem mostrar trabalho. Precisa de sangue novo correndo por cada diálogo proferido e por cada cena criada. Só assim veremos nossa dramaturgia nacional deixar de ser repetitiva. 

5 comentários:

  1. Acho digno que se dë oportunidades para novos autores, isso injeta um novo animo para o telespectador. De todos esses autores que você citou eu curti muito os trabalhos, incluindo Bosco Brasil, mesmo Tempos Modernos tendo sido um fracasso de audiência... Parabéns Rômulo!!

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  2. Excelente texto. Claro que a teledramaturgia precisa sempre beber da fonte dos grandes mestres, mas também precisa de sangue novo para que o gênero possa se reinventar sempre. E vem mais novelas por aí com autores estreantes. Que muito bons ventos os tragam. Abraços!

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  3. eu acho cativante a figura do colaborador..hoje dou muito mais valor a figuras que achaam que eram simples ajudantes dos autores...ter de se adaptar ao texto do autor principal deve ser uma delícia, acho...pois vc escreve personagens e entra na persona do autor de modo direto. Já tnha pensando em escrever algo mas mais voltados aos costumes das novelas antes do politicamente correto e hoje com a presença deste... parabéns e bem vindo!!!

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  4. Numa época em que os autores consagrados começam a se repetir exaustivamente, nada mais saudável que a injeção de sangue novo nos roteiros, como diz o título.
    Lícia Manzo e João Emanoel Carneiro, em suas novelas-solo, demonstram a força dessa nova e promissora geração.
    Parabéns pelo texto!

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  5. Considerando todo o conhecimento dos autores mais experientes, somando-o às novas ideias, fôlego dos "novatos", acho super válida essa nova fase da teledramaturgia.

    Excelente estréia, Rômulo... que venham os próximos!

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