por Denis Pessoa
Boa noite,
pessoal!
Hoje estou
aqui para contar, que depois de relutar por bastante tempo, decidi, há pouco
menos de um mês, lá pelo comecinho de setembro, parar de resistir e assistir ao
piloto do seriado Damages, estrelado pela veterana Glenn Close e pela jovem e
bela Rose Byrne. Isso aconteceu no dia 7 de setembro. Hoje, dia 2 de outubro,
59 episódios depois, acabei de assistir ao último episódio da quinta temporada,
também o derradeiro da série.
E
que série! Mas antes, permitam-me dizer por que relutei tanto em começar, antes
de comentar porque não consegui parar: não sei para vocês, mas para mim, depois
de anos acompanhando novelas e séries, se tornou penosa essa rotina de esperar
o próximo capítulo, o próximo episódio na semana ou temporada que vem. Sofri
disso com The O.C, Dawson’s Creek, Gilmore Girls, Naruto, e principalmente com
Lost. Aliás, desde que essa última acabou, eu decidi: nunca mais ia acompanhar
séries fielmente, esperar meses a fio por novidades, imagens, episódios,
spoilers e temporadas.
Glenn Close é a advogada Patty Hewes. |
Não
me levem a mal, eu adoro acompanhar séries, o que me incomoda é a angústia da
espera. Então quando alguma série me desperta algum interesse, prefiro deixar
um tempo passar, até ela estar bem avançada, ou prestes a terminar, e então eu
assisto. Funcionou bem com The Closer, por exemplo, e deverá funcionar com ER,
série que espero muitos anos para assistir inteira. Confesso que ainda preciso
de coragem para encarar 331 episódios e mais um, vindo de um crossover com
outro seriado.
Isso
veio dando certo até que esse ano eu conheci Revenge, Smash, e ainda decidi
acompanhar a spin-off da finada The Closer, a nova Major Crimes. O problema, é
que eu não gosto disso. Por escolha pessoal, acompanhar mais de duas séries já
me incomoda, e eu agora me pego acompanhando três, e querendo assistir uma que,
embora já cancelada, é gigantesca.
Eis
que veio Damages. Eu não conhecia a trama, não acompanhava a carreira da Glenn
Close, exceto pelo filme As Relações Perigosas; não sabia quantas temporadas a
série tinha e teria. Estava curioso; sim, sabia que a série tratava sobre o
universo jurídico, tema que vem sido interessante para mim, mas desconhecia
totalmente qual o enredo.
Então,
descobri que a série tinha temporadas curtas, de 13 episódios no máximo, e que
a quinta e atual, era também a última; descobri também que o episódio atual a
ser veiculado na TV era o oitavo ou nono, ou seja, Damages estava bem perto do
fim. Resolvi, então, arriscar. Ver o piloto não poderia fazer mal. Ou eu não
iria gostar e seguiria em frente, ou eu acompanharia aos poucos.
Mas
não foi o que aconteceu. Logo no piloto, a série conseguiu conquistar um fã
voraz e ansioso. Não queria esperar mais para acompanhar a história de Patty
Hewes (Glenn) e Ellen Parsons (Rose).
Rose Byrne é Ellen Parsons. |
Este
cartão acompanha Ellen ao longo de toda a série. A dinâmica entre as
protagonistas está em constante mudança, e se renova a cada temporada, fazendo
com que jamais saibamos o que esperar. Ora são inimigas, ora parceiras, ora
cordiais, ora brutais uma com a outra. A humanidade e os limites morais de
ambas são sempre testados, e eu pelo menos, sempre falhei em prever as consequências
dos atos de ambas. A cada temporada, as duas assumem um novo posto em seu
combate.
Difícil
falar de Damages sem entregar spoilers. Posso adiantar que a série não trata
com exato realismo do cotidiano do universo jurídico, e sim o seu lado mais
sombrio, onde a falta de ética impera. Diferente das séries do ramo jurídico e
policial, cada temporada tem como pano de fundo um caso específico, em geral
sendo que uma empresa ou pessoa muito poderosa lesa milhares de pessoas de
alguma forma, seja roubando dinheiro, ou cometendo diversos tipos de fraude.
Esses casos, no entanto, são apenas o molho da história. No centro está sempre
a relação entre Patty e Ellen, e como isso move todos os demais personagens.
O
grande cerne da história é: Patty é um monstro ou não? Difícil saber. Ela nos
confunde por todos os episódios da trama. Outra pergunta é: Ellen será ou não
corrompida? Se tornará ela uma sucessora da Patty em seu sucesso e também em
seus meios para obtê-lo?
Respostas
definitivas não serão encontradas ao longo da história, é daquelas que para
compreendermos em sua totalidade, só assistindo até o final. Posso assegurar
que será uma excelente jornada, pois Patty é uma -personagem deliciosa, e Ellen
é fascinante de acompanhar: de moça ingênua recém-formada e sonhadora, a uma
bem sucedida e amarga advogada.
A
série conta com grandes atuações: Tate Donovan como Tom Shayes, fiel empregado
de Patty, Ted Danson como o repugnante Arthur Frobisher, Zachary Booth, como
Michael, filho de Patty, e única pessoa a quem, nem ela sabe como, não consegue
controlar. Em temporadas mais avançadas temos excelentes atuações de John
Goodman como o empresário Howard Erickson, Dylan Baker como Jerry Boorman, um
agente da CIA, e Ryan Phillipe, que na última temporada interpreta um excêntrico
hacker, proprietário de um site especializado em denunciar os segredos ocultos
mais sujos de grandes empresários e setores do governo.
Os
episódios são marcantes, a série, cheia de reviravoltas e excelentes diálogos.
Não prima pela velocidade dos acontecimentos, e sim por sua relevância. Algumas
cenas de Damages são realmente longas, e forradas de tensão e alta
dramaticidade.
As
temporadas seguem a mesma dinâmica: temos um flash do futuro, e voltamos para
cerca de seis meses antes do pedaço de desfecho que vimos: o mais interessante,
claro, é que a situação que nos é mostrada não fornece pista alguma sobre
aquela parcela de futuro que vimos. A curiosidade foi o que me moveu a assistir
tão rápido a série.
E
valeu a pena. É uma grande história. Bom entretenimento, porém, mais que isso.
A filosofia por trás de Damages divaga sobre o sucesso profissional, e até onde
é possível ir para atingi-lo. Não apenas pelo ponto de vista da falta de ética,
dos crimes, da luta por poder, mas também em se abdicar dos amigos e da família
para dedicar-se exclusivamente ao trabalho. E pergunta ao telespectador, de
forma sutil, se vale a pena tanto sacrifício, para, depois conquistado todo o
prestígio, sucesso e dinheiro, sem ter ninguém com quem compartilhar tudo isso.
E claro, se
Ellen Parsons e Patty Hewes terminam amigas ou inimigas, bem sucedidas ou
fracassadas, vencidas ou derrotadas, só será possível saber no último episódio,
e nas últimas cenas.
Se
alguém já assistiu a série, ou gostou do que escrevi a respeito, peço que
comentem. Aos que viram e não gostaram, comentem também! Opiniões divergentes
são muito importantes.
Um
grande abraço a todos!
Eu sou uma fissurada em séries! E sei que tem muita gente que curte/curtiu Damages. Mas, tá aí, eu não curti. tentei, mas não tive paciência. Mas não vinculo minha falta de interesse pelo desempenho dos atores: pra mim, o elenco foi bárbaro na atuação! Coisa de... "lua". risos...
ResponderExcluirGostei do seu texto q mostrou paixão, mas um olhar crítico, ainda assim. ;)
Beijos.
Eu acho que ela teve duas temporadas excelentes depois foi caindo a qualidade, acho breaking bad muito superior
ResponderExcluirvou tentar ver....eu tentei ver a primeira vez e achei a imagem muito granulada e perdi partes da história mas lembro dela estar mesmo espetacular e do ted danson fazendo bela figura tb...tb adoro ver temporadas fechadas rssss muito bom texto!!!
ResponderExcluirNunca assisti Damages, mas fiquei curioso a partir do seu texto.
ResponderExcluirAté a próxima, Denis!