Por Flávio Michelazzo
Não é surpresa para mim que Claudia Raia esteja na boca do povo. Considero-a uma atriz dedicada, versátil e talentosa, e conseguiu fazer da sua Lívia Marini um sucesso nessa reta final da novela "Salve Jorge", escrita - com um roteiro muito mais, digamos, "turbinado" que de costume - por Gloria Perez e dirigida - mal - por Marcos Schechtman.
A arqui-vilã que elimina suas vítimas de uma maneira um tanto quanto inovadora na TV aberta, injetando um coquetel de drogas letais na carótida de quem atravessa seu caminho, começou fria, dura, engessada, e, após a eliminação de Jéssica (Carolina Dieckmann), por medo de ser entregue às autoridades, fez com que a personagem finalmente mostrasse a que veio. Claudia ganhou mais cenas, mostrou o que o público já sabe que ela pode fazer, que era muito além de ficar xingando sua quadrilha pelo telefone e se fazendo de boazinha para a sociedade. O papel de Claudia, até o momento, era tão importante quanto o de Irina (Vera Fischer), que passa capítulos a fio sentada atrás de uma cortina fazendo a contabilidade da "buate".
Mas foi ao cruzar seu caminho com o de Théo (Rodrigo Lombardi) - o "cara" quarentão que mora com a mãe super-protetora e é infiel - que a personagem passou a dominar a cena. A paixão obsessiva da vilã pelo mocinho tem rendido os melhores (?!) momentos da trama, e Claudia está tirando todo proveito disso. Lívia viu seu coração de gelo ser jogado numa churrasqueira e está fazendo de tudo para ir para o espeto e ser a carne mais pedida no rodízio de Théo. Para fechar com chave de ouro, uma música de Luís Miguel, que já embalou com outras canções, cenas românticas de Claudia em "Deus nos Acuda" e "Belíssima". É... Bate e fica. Literalmente.
Apesar de particularmente não ter gostado, num geral, da novela, achei que ela começou muito bem, depois desandou, e agora voltou a ficar interessante. Uma pena não ter feito jus a tantos talentos que foram sendo desperdiçados enquanto poderiam ter rendido ótimos momentos. Felizmente, Claudia Raia, uma grande atriz, acabou não sendo tão injustiçada assim. Resta saber qual será seu final. E torcer para que venham trabalhos muito melhores tanto para Claudia Raia quanto para Gloria Perez. Não necessariamente juntas.
''Não necessariamente juntas.''
ResponderExcluirHaha, ótimo texto ..
Não gostei da Claudia Raia em "Salve Jorge". Ela não está tão espontânea como estava em "Ti-Ti-Ti", por exemplo.
ResponderExcluirConfesso que prefiro a Cláudia em humor, mas o problema da Cláudia em Salve Jorge foi o tom dado ao seu personagem. Talvez um erro conjunto da atriz, da direção da novela e da própria autora. É perceptível que nas últimas semanas a Cláudia Raia tem encontrado uma forma mais adequada pra compor sua personagem.
ResponderExcluirTexto preciso, Flávio. Até o próximo!