Por Daniel Couri *
Com a inauguração do museu oficial do ABBA
na próxima terça-feira, em Estocolomo, capital da Suécia, o momento é mais do que oportuno para
trazer à baila o nome do quarteto que dominou as paradas de sucesso nos anos
70. Ainda que aqui no Brasil o evento não crie a expectativa que vem criando na
Europa, não se pode negar que o ABBA tem conquistado mais espaço também entre
os brasileiros nos últimos anos.
O crescente interesse pelo grupo só reforça
seu carisma internacional. Em 2010, por exemplo, o ABBA entrou para o Rock and
Roll Hall of Fame, honra concedida apenas aos gigantes da música (Elvis
Presley, Beatles, Rolling Stones, Michael Jackson etc.). Naquele mesmo ano, Mamma Mia!, um dos musicais mais famosos
do mundo – composto de canções do ABBA – ganhou uma montagem brasileira e
permaneceu um ano em cartaz em São Paulo. Em 2012, finalmente o mercado
editorial brasileiro resolveu traduzir um livro sobre o ABBA (O Que Há por Trás de Cada Canção, ed.
Larousse), do inglês Robert Scott.
Agora em maio, além da inauguração do museu do
grupo, Agnetha Fältskog (a loira do ABBA) lança também seu álbum solo A, depois de quase dez anos em silêncio.
A volta de Agnetha também tem causado alvoroço entre os fãs do grupo. Benny e
Björn, os homens do ABBA, compuseram We
Write the Story, o tema para a edição 2013 do Eurovision Song Contest (o
festival musical que catapultou o ABBA para a fama em 1974).
Ainda que o mercado brasileiro seja bem
limitado no que diz respeito ao quarteto sueco, as coisas parecem mudar aos
poucos. Sorte da nova geração de fãs brasileiros do ABBA, que encurta as
distâncias graças à internet. Mas houve um tempo em que a música do grupo era
presença constante nas rádios, programas de televisão e lojas de discos no
Brasil. Sem falar nas novelas, cujas trilhas sonoras internacionais funcionavam
como uma espécie de ‘suprassumo’ do que havia de melhor no hit parade mundial. Aliás, as novelas foram um dos fatores que
contribuíram para a descoberta do ABBA no Brasil, na segunda metade dos anos
70.
A canção Honey
Honey (que o grupo havia lançado em 1974) foi incluída na trilha sonora internacional
da novela O Casarão (1976), de Lauro
César Muniz. Isso chamou a atenção dos brasileiros, que começaram a querer
conhecer outros trabalhos daquela banda até então misteriosa por aqui. Depois
disso, outros sucessos do ABBA apareceriam em trilhas sonoras de telenovelas
de sucesso.
No ano seguinte foi a vez de The Name Of The Game integrar a trilha
internacional de outro sucesso da Rede Globo: O Astro (1977-78), de Janete Clair. Nessa época o ABBA já estava
entre os mais tocados nas rádios brasileiras. Mas foi em 1980 que um dos
maiores hits do grupo, The Winner Takes
It All, fez imenso sucesso na trilha internacional de Coração Alado, também de Janete Clair. A música foi tema dos
personagens de Vera Fischer e Tarcísio Meira, nos papeis de Vivian e Juca,
respectivamente. A canção rendeu bastante por aqui e originou várias versões em
português.
Em 1983 o ABBA já havia se dissolvido. Seus
ex-integrantes trilharam caminhos separados, mas duas canções solo das mulheres
fizeram parte das trilhas sonoras internacionais de duas novelas da Globo
naquele ano: I Know There’s Something
Going On, do álbum solo de Frida Something’s
Going On, entrou no LP internacional da novela Louco Amor, de Gilberto Braga. Wrap
Your Arms Around Me, do álbum homônimo de Agnetha, foi usada na trilha de Eu Prometo, última novela de Janete
Clair.
Lembranças de um tempo em que o sucesso dos
temas internacionais das novelas continuava mesmo após o fim da novela.
Exatamente como o sucesso dos indefectíveis hits do ABBA.
Twitter: @danielcouri
(*) Autor de Made in Suécia – O paraíso pop do ABBA (Página Nova, 2008) e Mamma Mia! (Panda Books, 2011).
Muito bom, parabéns... Achei essa ideia fantástica...
ResponderExcluir"Sempre fui fã do grupo ABBA! Ótimo texto! Parabéns ao blog por nos permitir este momento nostálgico!"
ResponderExcluircomentário do leitor Joilton Silva (via orkut)