Por Flávio Michelazzo
Não importa qual seja a novela, o horário, o autor. O clichê da criança sequestrada se repete ad nauseam e é gancho de quase todo penúltimo capítulo. Quando não é uma criança, é o protagonista. Céus, os autores não tem outro clímax?
Só nesta década, todas terminaram assim. "Salve Jorge" com Jéssica Vitória - filha de Morena -, "Avenida Brasil" com o trio de protagonistas, em "Fina Estampa" a vítima foi Griselda, em "Insensato Coração", Marina (que aliás, terminou e começou a novela sendo sequestrada, pobre animal!). Da década passada, me vem na mente, agora, "Celebridade", com Laura sequestrando a filha de Maria Clara, Nazaré sequestrando a "neta" em "Senhora do Destino", Bia Falcão sequestrando a bisneta em "Belíssima"... Nem "Cheias de Charme", que foi um turbilhão de inovações e frescor na TV fugiu disso!
Não entendo por que os autores se valem tanto dessa fórmula. Fica parecendo que a novela teve uma boa (ou não) e eletrizante história para contar, e chega no fim, a vontade de dar o ponto final da maneira mais fácil e rápida fala mais alto. Esses últimos capítulos que citei vieram recheados de outras cenas boas. Não consigo entender qual a necessidade de colocar sempre esse jargão para pular do penúltimo para o último. Fica meu apelo para que isso seja deixado de lado. Existem outros recursos que prendam a atenção do espectador na hora do "Fim" aos montes. O sequestro de hoje é o casório de ontem.
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