sexta-feira, 22 de junho de 2012

CANTANDO NAS NOVELAS!

Por David Oak* (Blogueiro Convidado) 
Pense numa mulher “braba”! Pensaram em Chayene, certo? Agora pense numa novela em que os protagonistas são três cantoras empreguetes, um cantor galã ídolo das empregadas e uma rainha do tecno-brega. Pensaram em Cheias de Charme, a novela de Chayene, Rosário, Penha, Cida e Fabian, escrita por Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, certo? Certo! E agora pense nas novelas em que nossos amadinhos atores e atrizes interpretaram cantores. Pensaram? Lembraram? Não lembraram, curicas?




A Globo já apresentou tramas com cantores e cantoras desde o tempo que muitos dos que acompanham as divertidas aventuras de Cheias de Charme nem tinham nascido.
     
Em 1974, a saudosa Sandra Bréa corria atrás de muito dinheiro e finalizava a trama das sete de estreia de Gilberto Braga junto com Lauro Cesar Muniz cantando o tema central de Corrida do Ouro, no papel de Isadora, a herdeira incumbida de abandonar sua carreira artística pela maluca cláusula do testamento que dava mote a historia.



Em 1976/77, Duas Vidas da mestra Janete Clair, foi a hora e a vez de Mario Gomes estar nas paradas de sucesso com o seu cantor Dino César, seu colarzinho de conchas e seu Chiclete e Cabochard conquistarem a trilha da novela, o coração de Betty Faria dentro e fora da ficção e uma tal historia de cenourinha plantada (com trocadilhos)  por um diretor e marido ciumento.



1978, Neuza Borges  abriu suas asas, soltou suas as feras e o gogó divinamente em Dancin’ Days. amiga presidiaria da protagonista Julia Matos (Sonia Braga), a personagem de Neuza, a Madalena cantou para Gal Costa e Paulete e terminou a novela sendo aplaudida aos prantos de verdade pelo elenco da novela numa das  cenas emocionantes da trama de lurex de Gilberto Braga. Anos mais tarde, numa das inúmeras vezes que foi ao ar dizendo que estava desempregada, confessou que na época ganhava salário de figurante mesmo sendo a “piniqueira” da mocinha da trama.



Em 1980, Osmar Prado divertiu a morna Chega Mais de Carlos Eduardo Novaes com seu aspirante a cantor Amaro, parodiando Sidney Magal. 


O Amor é Nosso de 1981 (novela de Roberto Freire e Wilson Aguiar Filho) Fabio Jr. cantava  na abertura, na trilha, e a Mirian Rios, no Lp vinha um poster com o cobiçado pai do Fiuk e na novela até o Rei Roberto Carlos, até então, marido da deputada inimiga das babás lésbicas, ensinava os macetes da carreira dos palcos. Pedro (Fabio) sonhava com o sucesso enquanto a veterana Maira, vivida pela também cantora Marlene sonhava com a volta das glorias do passado.



Cambalacho (1986), de Silvio de Abreu, tivemos mãe e filha, Tina Pepper e Lili Bolero, interpretadas pelas ótimas atrizes comediantes, Regina Casé e Consuelo Leandro, incendiando tudo. A primeira era fã da Tina Turner, a segunda inimiga  de Angela Maria, que inclusive participou da novela numa cena em que ela corria o risco de levar ovada da rancorosa Lili. Tina Pepper não teve a honra de conhecer Tina Turner mas em compensação foi desmaiar no Chacrinha e terminou a novela num clipe hilário dando selinho em Caetano Veloso, Rita Lee e mais uma pá de famosos.


Em 1991, Vamp de Antonio Calmon, a doce vampira Claudia Ohana colocava seus dentinhos afiados pra fora junto com sua voz cantando Rolling Stones, Elton John e Rita Lee. A roqueira "morcega" Natasha foi um presente pra beleza imortal de Ohana depois de ter dado vida a uma marcante Tieta jovem.



Almir Sater e Sergio Reis são cantores e atuam também. Em 1996 repetiram o que vinham fazendo nas novelas do Benedito Ruy Barbosa, na  Manchete e venderam horrores. As trilhas de Rei do Gado com seu Pirilampo e Saracura e sua moda de viola e sertanejo bem ao gosto do neo-caipira dos anos 90.


Repetindo o neo-caipira também, Johnny Percebe e Boneca fizeram uma dupla diferente, um tipo de Cyrano de Bergerac  sertanejo em 1998 com a mal sucedida Torre de Babel de Silvio de Abreu onde Oscar Magrini interpretava o bonitão que aparecia e não cantava e Ernani Moraes o verdadeiro talento por detrás da farsa da dupla.


Que beijinho Doce! Um beijinho que era pura Faísca e Espoleta. A Favorita  do nosso capitão gancho João Emanuel Carneiro trouxe uma dupla pra lá de explosiva em 2008. Flora e Donatela. Quem era a boa,quem era a má? Agora já sabemos, mas na época estranhamos e ficamos boquiabertos com as reviravoltas dessa dupla. 




* David Oak Já foi estilista, produtor de moda, figurinista, ilustrador... Sua vida teve uma reviravolta quando foi selecionado pelo novelista Aguinaldo Silva para a segunda edição da Master Class, no Rio de Janeiro. Homenageado pela Master Class 1 com o personagem Crô Vallério. Ama discotheque, anos 70, novela, filme americano B, pornochanchada, fofoca e BBB. Detesta axé, funk, pagode, futebol e sertanejo. 

Junto com o nosso amigo Lucas Nobre, David desenvolveu/escreveu a novela Golpe Baixo, publicada aqui no "PCC", atendendo ao meu convite. O "Desafio Novela em Blog" foi um verdadeiro sucesso. Confira no link abaixo! 


http://possocontarcontigo.blogspot.com.br/p/desafio-novela-em-blog.html

David, queridão... valeu por mais uma participação ilustre por aqui. Beijos!!!

3 comentários:

  1. Show de texto!!!
    Vc deveria escrever mais seu mala!!!
    Abraço

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  2. Adorei o texto, e poder conhecer os personagens com talentos musicais da telinha foi muito bom rsrsrs.
    Gostei muito de Golpe Baixo, quando teremos novela novamente aqui no PCC?
    Abç

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  3. nossa, show de texto mesmo....não lembrava que o Amaro era cantor em Chega Mais.Acho que o grande diferencial de cheias de charme é que a música é um personagem também e essas outras novelas, fora Corrida do Ouro, que a música é uma graça, não conseguiram emplacar seus artistas...chiclete e cabochard até tocava mas era muito ruim. Na Record em Luz do sol a Juliana Silveira também fazia uma pop star.

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