domingo, 11 de agosto de 2013

Nem todo Pai é igual


Por Thiago Andrade

Chegando o Dia dos Pais, a gente começa a refletir sobre o quanto a figura paterna é forte e transformadora em nossas vidas. Os nossos pais são os nossos primeiros espelhos, exemplos de vida que contribuem na consolidação da personalidade e na formação do caráter. No entanto, diferente das mães, a função da criação varia de pai para pai, os diferenciando uns dos outros.
Na literatura, no cinema, na dramaturgia a paternidade é sempre uma constante, afinal todo o personagem tem as suas origens, que serve para nos ajudar a entender a sua história. O autor se sente pai dos seus personagens, afinal há toda uma dedicação e um mix de sentimento ao criá-los.
Até hoje, vários tipos de pais foram interpretados e também protagonizaram enredos. Inclusive, o título provisório de Amor à Vida, de Walcyr Carrasco, era “Em nome do pai”. Desde o seu início, a atual novela das 21h, traz em sua trama principal a relação dos filhos, Felix e Paloma, com o pai César, dono de um hospital, no qual o filho tem a ambição de chegar à presidência como sucessor natural. No entanto, sendo Paloma a filha preferida, o filho que se vê rejeitado pelo pai que ainda reprime a sua sexualidade, desenvolve uma completa falta de caráter e se torna o primeiro vilão gay em horário nobre, na Globo.
No contexto do dia dos pais, vamos citar alguns que de alguma forma marcaram pela interpretação e pela complexidade de seus papéis.

Pai autoritário, repressor, amoroso e mulherengo
Parece estranho, mas não é. César, personagem de Antônio Fagundes, em Amor à Vida, parece dois pais em um só. Ama a filha Paloma, mas é implacável com Felix. É um personagem bem complexo, de caráter duvidoso, que rejeita o filho por ele ser homossexual, fazendo com que ele, inclusive, mantenha um casamento de fachada. Além disso, não restam dúvidas de que é um mulherengo, roubando inclusive o lugar de pai mulherengo de Leleco (Marcos Caruso,  em Avenida Brasil)


Pai adotivo
Tufão, vivido por Murilo Benício, em Avenida Brasil, passou a novela quase inteira achando que tinha uma filha biológica com Carminha e nutria um grande amor pelo primogênito dela, Jorginho, a quem deu seu sobrenome e adotou como filho. No fim, Agatha era filha de Carminha com seu cunhado, mas nem isso foi capaz de mudar a postura do jogador aposentado em relação à paternidade dos rebentos de sua mulher. Apesar de não ter tido filhos biológicos, Tufão se sentia um paizão.


Mãe que também é pai
Em Fina Estampa, Griselda, personagem de Lilia Cabral, assumiu a criação e as contas da casa sozinha, depois do desaparecimento do seu então marido. Trabalhando como marido de aluguel, fazia de tudo para ajudar os três filhos, inclusive pagar a faculdade de medicina para um deles. De uma postura forte e exemplar, Griselda sempre foi um ótimo exemplo e porto seguro para os filhos, mantendo o bom caráter mesmo depois de ganhar na loteria.


Pai que também é mãe
Ainda em Fina Estampa, Quinzé, vivido por Malvino Salvador, fica com a responsabilidade de cuidar do filho, Quinzinho, logo depois que Theodora os deixa. Aliás, parece que o Malvino tem se especializado nesse tipo de personagem porque em Amor à Vida, o seu Bruno fica viúvo e resolve cuidar sozinho de uma criança que ele encontrou numa caçamba de entulhos.


Pai enganado
Totó, interpretado por Tony Ramos, em Passione, sempre fui um pai muito amoroso e dedicado aos filhos. No entanto, quando ele é seduzido pela vilã Clara, a sua vida começa a ser arruinada. A volta por cima só acontece quando Totó e a família forjam a sua morte e com a ajuda de investigador conseguem desmascarar a megera.


O Pai que não sabia
Pedro, José Mayer, em Laços da Vida, passou boa parte do folhetim sem saber que tinha uma filha com sua prima Helena. A verdade só é revelada quando a filha deles, Camila, descobre que está com Leucemia e precisa de uma doação de medula. Desesperada para salvar a filha, Helena resolve ter outro filho com Pedro, na esperança de a criança ser compatível com Camila.


Pai que é lição de amor
Dando uma pausa nas novelas e para não me estender demais, como um último perfil de pai, não poderia deixar de citar um dos personagens que mais marcaram. Trata-se de Sean Penn, em Uma Lição de Amor. Sam é um homem com deficiência mental que tem uma filha, Lucy, e com a ajuda de seus amigos cuida dela sozinho. A deficiência de Sam, faz com que ele tenha a idade mental semelhante a de uma criança de sete anos de idade. Quando Lucy começa a ultrapassar intelectualmente o pai, o serviço social intervém, na tentativa de encontrar um lar adequado à menina. Sam contrata uma advogada durona para conseguir ter o direito de cuidar da filha. A luta de Sam muda a vida de todos ao seu redor e nos mostra que o amor é o maior presente que um pai pode dar a seu filho.


São tantos tipos de pais na ficção que eu poderia ficar o resto do dia fazendo citações. Mas o importante é que hoje é dia de celebrar aquele que te deu a vida. Seja um pai ausente ou presente, sério ou divertido, calado ou comunicativo, ele sempre será parte da sua vida. Então, Feliz Dia dos Pais. 

Um comentário:

  1. Thiago, o Tufão não "se sentia pai" , ele era realmente o pai do Jorginho e Ágata, muito mais presente e afetivo do que os pais biológicos,Max e Carminha.A função da paternidade\maternidade extrapola o concreto(sangue)e amplia para o emocional(amor,carinho).Ser pai\mãe é ser comprometido com seus filhos do coração. Adorei o seu texto-homenagem aos pais.

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