Por Henrique Melo
Não sou
crítico de cinema. Sou apenas um
espectador que gosta de assistir a um bom filme e comentar o que achou a
respeito. Pois bem, o longa metragem Êxodo: Deuses e Reis, de Riddley Scott,
nos remete a toda a suntuosidade do Egito antigo com belas tomadas panorâmicas da
cidade de Memphis. A caracterização e fotografia também não ficam para trás.
Tudo é muito exuberante e caprichado, embora se torne um pouco exaustivo devido
a sua longa duração.
Christian
Bale dá vida a Moisés, herói do Velho Testamento bíblico, sem exagerar nas tintas
e/ou cair na pieguice. Seu Moisés é mais sensível e humano, demonstrando
nuances interessantes dentro do enredo; inicialmente renegando sua origem
hebreia até passar, gradativamente, para o lado do povo escravizado pelo Egito.
Embora a atuação de Joel Edgerton como Ramses não tenha sido bem recebida pela
crítica, considero que ele conseguiu cumprir bem o papel de dar vida ao faraó
tirano e inseguro.
O filme
conta também com várias mensagens que criticam claramente o cristianismo. A
começar pela personificação de Deus na pele de um garotinho. Eis a metáfora de
que Ele é, na visão de Riddley Scott, como uma criança mimada, vingativa e impiedosa.
Há outro momento em que este posicionamento fica ainda mais explícito quando
Ramses, diante da praga que tirou a vida de todas as crianças egípcias incluindo
o seu filho, pergunta a Moisés: “Que povo é este tão fanático a ponto de
idolatrar um Deus assassino?”.
Visualmente
falando, é um filme agradável. Há erros e acertos em sua execução, mas quem for
ao cinema irá sair da sessão satisfeito. Vencendo as comparações com o terrível
“Noé”, Êxodo consegue aproveitar bem as passagens bíblicas como as pragas que assolaram
o Egito e a travessia do Mar Vermelho. Acredite, são os melhores momentos deste
épico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário