O ASTRO, um verdadeiro NOVELÃO

No meu post de estréia não consegui pensar em um assunto melhor para escrever do que a melhor novela da atualidade. Desde que as chamadas de O ASTRO começaram a ser exibidas, os comentários sempre foram os melhores possíveis! A impressão que se tinha era que vinha um NOVELÃO por aí. E graças a Deus a impressão se transformou em fato. Até agora, 1 mês depois da estréia, a novela ainda não teve nenhuma queda drástica em seu ritmo, nem decepcionou. Muito pelo contrário, a impressão que se tem é que a cada dia fica melhor, a cada cena somos agraciados com uma nova e agradável surpresa. É impossível prever o que vai acontecer. E isso é muito positivo, é instigante. Tenho a impressão que O ASTRO é a novela mais surpreendente dos últimos tempos. Pelo menos para mim, pois não vi a primeira versão, e acho até muito bom isso, pois prefiro não fazer comparações.

É impossível desgrudar da telinha durante a exibição de O ASTRO, uma novela que exerce um magnetismo fascinante. A trama melodramática e folhetinesca é simplesmente irresistível. O ASTRO tem um quê de novela antiga, é o mais puro novelão. Uma maravilha para os nostálgicos como eu. Além disso, ainda temos excelentes referências à clássicos da literatura e do cinema, engrandecendo cada vez mais a obra; e um figurino lindo, fantástico.

Quem fica acordado até mais tarde só por causa da novela das 23 horas é recompensado. O que vemos é um texto primoroso de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, contando com a colaboração de Vitor de Oliveira e Tarcísio Lara Puiati; um elenco pra lá de afiado; e uma direção segura e correta; perfeitamente sintonizados, como há muito tempo não se via. Os protagonistas, Herculano Quintanilha (Rodrigo Lombardi) e Amanda Melo Assunção (Carolina Ferraz – parece que o tempo não passa para ela. Linda!) são entrosados e esbanjam química. Os ardilosos vilões, Samir e Neco, (Marco Ricca e Humberto Martins em excelentes atuações), são daquele tipo asqueroso e nojento, que a gente ama odiar. Temos a maravilhosa Rosamaria Murtinho, arrasando como a misteriosa Tia Magda.

O triângulo Lili/Márcio/Jôse tem rendido ótimos momentos até agora, são personagens do bem e bem construídos, fica difícil saber para qual das duas moças torcemos. Alline Moraes se consagrando como uma grande atriz na pele da guerreira Lili, nem de longe lembra sua marcante personagem em Viver a Vida. Fernanda Rodrigues também está excelente com sua fofa e adorável fotógrafa Jôse, o amor de infância de Márcio Hayalla, interpretado por um também excelente Thiago Fragoso, que assumiu muito bem a responsabilidade de interpretar um personagem que foi do Tony Ramos.

Contamos ainda com um trio de ouro: Francisco Cuoco, o Herculano da primeira versão, em uma belíssima participação como Ferragus; Regina Duarte, em seu melhor momento na TV desde o fim dos anos 90, vivendo um personagem completamente diferente das boas moças que tanto marcaram sua carreira, se mostrando mais uma vez uma grande atriz que não tem medo de se entregar, como a perua espevitada Clô Hayalla, que para mim é de longe o papel mais interessante da trama, um personagem complexo, uma mulher ambígua, cheia de nuances e muito esperta e inteligente. Por fim, temos o Daniel Filho como o marido de Clô, o todo poderoso Salomão Hayalla, um homem autoritário, que nunca soube dar afeto à família, mas completamente humanizado. As cenas de briga entre o casal Hayalla eram um show à parte, uma verdadeira aula de dramaturgia.

O ASTRO é um verdadeiro presente para os amantes da dramaturgia de qualidade, tem defeitos sim, mas que se tornam insignificantes diante de tantas qualidades.