por José Vitor Rack
Carlos
Lombardi estava fora do ar desde 2010, quando participou da equipe do seriado A
Vida Alheia, de Miguel Falabella. Sua última telenovela foi Pé Na Jaca, em
2006. Depois de décadas trabalhando na TV Globo. Lombardi foi respirar novos
ares na TV Record e estreou nesta quarta-feira sua nova produção.
Pecado Mortal
começou provando que alguns tabus de nossa teledramaturgia eram coisas
absolutamente sem sentido. Vejamos:
1 – Retratar a
década de 1970 é muito difícil por ser um passado recente.
A cenografia e
o figurino da novela são excelentes, fiéis à época e vivos, coloridos,
iluminados. Os carros, os adereços, tudo é muito 1977.
2 – O Lombardi
só sabe fazer novela das sete. Nem todo autor dá certo em qualquer horário.
A novela das
dez da Record é a cara de seu autor. Seu humor sarcástico e suas obsessões
estão todas ali, sem descaracterizar a pegada adulta que uma novela transmitida
mais tarde precisa ter. A TV Globo habituou o público a acompanhar determinado
tipo de história em horários muito fixos, segregando e estigmatizando alguns
autores como sendo pouco versáteis. Uma simples mudança de autores nas faixas
de novelas da emissora poderia fazer um bem enorme tanto ao produto telenovela
quanto a estes autores, que teriam novos desafios fresquinhos pela frente.
3 – A Record
teria melhores resultados em suas novelas se tivesse um elenco melhor.
Ter estrelas,
atores de reconhecida competência e prestígio numa produção é sempre bom. Todo autor
gostaria de contar com esse luxo. Mas o essencial em um ator é saber
interpretar. Se o ator é talentoso e sabe ler o texto com razoável inteligência,
o público acompanhará apaixonadamente. Maytê Piragibe deu um show no prólogo do
primeiro capítulo. Não se trata de nenhuma grande estrela. É apenas e tão
somente uma boa atriz. E bons atores o elenco da Record tem.
4 –
Preocupação com fotografia e estética acaba mais atrapalhando do que ajudando.
Alexandre
Avancini está mostrando em Pecado Mortal que conteúdo combina com uma boa
embalagem. Na verdade, é um casamento perfeito. O melhor dos mundos.
5 – A Record é
conservadora e retrógrada.
Nenhuma novela
da TV Globo hoje pode se dizer mais ousada e progressista que Pecado Mortal.
O primeiro capítulo deu picos de 13 pontos no IBOPE. Carlos
Lombardi deu apenas o primeiro passo dessa nova fase de sua carreira. Uma fase
que pode tirar a Record de uma fase ruim na teledramaturgia. Espero
sinceramente que esse passo seja firme e seguro em direção ao que todos nós,
escritores e roteiristas, almejamos para nossa profissão: liberdade de criação
e qualidade de produção.
O resto o
tempo diz.
Os dois capítulos, até agora exibidos, estavam excelentes!
ResponderExcluirTambém gostei, vou acompanhar!
ResponderExcluirUM LIXO! SÓ BANDIDAGEM, COMO TODAS AS NOVELAS DA RECORD, SEMPRE TEM POLÍCIA CORRENDO ATRÁS DE BANDIDO NO COMEÇO, E BANDIDO QUERENDO MATAR BANDIDO, UMA PORCARIA!!!!
ResponderExcluirO problema é a violência gratuita nas novelas da Record. A emissora parece interferir bastante no trabalho dos autores, obrigando-os a se adequar ao esquema deles. Lamentável a saída do Carlos Lombardi da Globo. Só serviu para piorar o trabalho dele.
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