Ele é jornalista, romancista e roteirista. Foi colaborador em novelas como Vamp, Olho no Olho, Salsa e Merengue [Globo], Caminhos do Coração, Mutantes [Record]. Prestes a lançar os livros A Última Canção de Bernardo Blues e Ipanema em Lágrimas, Waldir Leite, expert em temáticas gays, topou bater um papo. Confira!
Por Isaac Santos
Paixão pelas artes, desde quando?
Waldir Leite – Desde
sempre. Aprendi a ler sozinho, então a leitura sempre esteve presente na minha
vida. Adoro a companhia dos livros. Sempre fui rato de biblioteca. Mas também
curto música, artes plásticas, cinema e teatro. Sou mesmo do mundo das artes.
Mas qual a sua formação acadêmica,
Waldir?
Waldir Leite – Sou
jornalista e estudo Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Como se deu o início da carreira
profissional?
Waldir Leite – Com
dezesseis anos, antes mesmo de começar a estudar Comunicação Social na PUC, eu
já tinha coluna num jornal de Recife. O Diário do Comércio. Era crítico de cinema.
Depois comecei a estudar teatro. Quem me levou para a TV foi o Antônio Calmon.
No final do Armação Ilimitada ele começou a fazer um novo seriado pra Globo
chamado Shop Shop e me chamou pra participar da equipe. Mas a Globo só exibiu o
piloto e desistiu do seriado. Foi nesse programa que foram lançados o ator
Rodrigo Pena e o hoje diretor da Globo Pedro Vasconcelos.
Qual o caminho trilhado a partir disso?
Waldir Leite – Um
caminho de muito aprendizado, boas oportunidades de trabalho, algumas
frustrações e também muitas realizações.
Das realizações importantes, boa parte
foi em parceria com o Antônio Calmon. Quais as lembranças mais sensíveis dessa
fase?
Waldir Leite – Antonio
Calmon é um amigo muito querido. Com
ele, além de Shop Shop, fiz Vamp, Olho no Olho e a minissérie Sex-Appeal.
Vivemos bons momentos fazendo esses trabalhos. Aprendi muito trabalhando com
ele. Ele me indicava livros e filmes. E gostava de ouvir minha opinião sobre
tudo, pois me achava inteligente e talentoso. Sou muito grato a ele.
Waldir Leite – As
frustrações fazem parte da vida. Procuro conviver bem com elas. Na TV a maior
frustração foi a decisão da Globo de não produzir a novela “Escândalo”, do
Miguel Falabella. Eu cheguei a ser contratado pela emissora, para fazer parte
da equipe do Miguel. Seria a primeira novela-solo dele. Mas forças ocultas, de
dentro da própria Globo, boicotaram o projeto, alegando que ele não ia
conseguir fazer a novela sem a Maria Carmem Barbosa.
Como você percebe o atual cenário da teledramaturgia
brasileira?
Waldir Leite – Não
acho que estamos na melhor fase da teledramaturgia. Pelo contrário. O estilo de
novelas produzidas pela Globo anda muito padronizado. A falta de concorrência
deixa a emissora sem um ponto de referencia. Além disso, tem muita gente sem
talento escrevendo para a TV.
"Falta de concorrência"!?
Waldir Leite – A
Globo domina o mercado de teledramaturgia. O que existe nas outras emissoras
são apenas tentativas.
Essa "gente sem talento" tem
espaço na Globo?
Waldir Leite – Sim!
Você está prestes a lançar dois livros: “A
Última Canção de Bernardo Blues” e “Ipanema em Lágrimas”. Fale-nos sobre.
Waldir Leite – "Bernardo
Blues" é um romance policial ambientado nos bastidores da vida mundana da
zona sul do Rio. Ao mesmo tempo é a história de um rapaz que sai do interior e
fica encantado com a vida na cidade grande. "Ipanema em Lágrimas" é
um livro sobre a ditadura militar no Brasil.
Ficção com doses de realidade...
Waldir Leite – A
vida real é sempre uma grande fonte de inspiração. Tudo o que acontece à minha
volta, tudo o que eu vejo, tudo o que eu sinto, está presente na minha
literatura. Em ambos os livros existem relações com fatos reais. Mas eu pego
esses fatos e os transformo em literatura pura e simples.
Quando e onde serão lançados?
Waldir Leite – Serão
lançados nesta quinta-feira, às 19 horas, na Livraria da Travessa, em Ipanema, Rio
de Janeiro.
Previsão de lançamento em outras
cidades?
Waldir Leite – São
Paulo, Curitiba e Recife, por enquanto.
Focado ou já pensando em projetos
outros?
Waldir Leite – Estou
trabalhando num outro livro. Uma história picante ambientada nos bastidores do
MMA. O livro se chama "Ring Girl - A Garota do Ringue".
Também com temática gay?
Waldir Leite – Não.
Esse livro é sobre o universo dos lutadores e as Marias-tatames. A temática gay
já me cansou um pouco. É um livro de temática essencialmente heterossexual.
Obrigado, Waldir. Sucesso!
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