Walcyr Carrasco surpreende em sua
estreia no horário nobre
Walcyr Carrasco terá a difícil missão de alavancar a audiência derrubada por "Salve Jorge" |
por Júlio César Martins
Autor
de diversos sucessos de gosto duvidoso nos horários das seis e das sete, Walcyr
Carrasco demonstrou total domínio de seu ofício em “Amor à Vida”, a nova novela
das nove da TV Globo. O primeiro capítulo apresentou um roteiro ágil, arrojado,
devidamente ajustado às atuais exigências de público e mercado. A direção
apurada, igualmente preocupada em surpreender, fugiu do habitual e fez bonito,
sem nada a dever aos seriados americanos com relação à formatação estética.
Em
80 minutos, conhecemos o drama de Paloma (Paolla Oliveira), uma patricinha de
temperamento romântico que rompe com seu universo aristocrático e se atira de
cabeça em um romance inviável com o libertário Ninho (Juliano Cazarré), que
conheceu durante uma viagem ao Peru em companhia da família. Logo se vê grávida
e, sem dinheiro, planeja voltar com ele à tiracolo para o Brasil – sob risco de
total desaprovação dos pais. Mas, para seu infortúnio, o rapaz é preso por
tráfico no momento do embarque. Sem alternativa, Paloma retorna para a casa dos
pais, carregando no ventre o resultado de sua inconsequência. E nem percebe que
está sendo habilmente manipulada pelo irmão, Félix (Mateus Solano), o lobo na
pele de cordeiro, que conhece bem as fragilidades da irmã e consegue
convencê-la de esconder da família a tal gravidez.
Paloma (Paolla Oliveira) rompe relações com a família para viver um romance com o mochileiro Ninho (Juliano Cazarré) |
Assim, Félix consegue libertar da cadeia o namoradinho de Paloma e convencê-la de ir morar no Rio de Janeiro com o rapaz, de modo que a presença dela não interfira em seus planos de se tornar o sucessor natural do pai nos negócios da família - um hospital. Porém, a farsa da gravidez é descoberta, o pai (Antônio Fagundes) tem, literalmente, um ataque – cardíaco – e o príncipe encantado da moça logo se revela um sapo de brejo (ou de breja?). Sozinha, ela sente as dores do parto e desmaia antes de conseguir socorro, dentro de um banheiro de bar. Ajudada por Márcia (Elizabeth Savalla), ela dá luz a criança ali mesmo e perde os sentidos. Félix consegue encontrar a irmã e, julgando-a morta, leva o bebê e o abandona em uma caçamba de lixo. Bruno (Malvino Salvador), que acabara de perder a mulher e o filho na mesa de parto, encontra a criança, acreditando se tratar de "uma nova chance de Deus". Piegas, mas OK, é novela.
Ainda
é cedo para prever a repercussão que a novela vai alcançar, mas se a qualidade
apresentada se estender ao longo dos 180 capítulos previstos, teremos um baita
dramalhão brasileiro em moldes internacionais. O capítulo de estreia procurou
concentrar as energias nos acontecimentos que desencadeiam todo um imbróglio relacionado
ao núcleo principal, e ainda há muitos personagens e tramas a caminho, previstos
para a segunda fase da estória. Portanto, é impossível emitir um parecer mais
aprofundado sobre a novela com base apenas no primeiro capítulo.
Dramaturgicamente falando, nada de muito novo, nem de inusitado, exceto pela
preferência sexual do principal mau-caráter da novela, que promete divertir e
indignar o espectador em níveis estratosféricos. Uma chance de ouro para Mateus
Solano.
Félix, personagem de Mateus Solano, já ostenta o carinhoso apelido de "Bicha má" nas redes sociais |
A bola fora ficou por conta da
abertura: criada pelo animador de filmes de ação Ryan Woodward, por pouco não destoa do clima pretendido para a novela, apesar da coreografia dramática executada pelos bailarinos animados. A interpretação equivocada de Daniel para "Maravida" é de dar nos nervos. E os créditos, ininteligíveis.
Gostei da novela,o único erro foi colocar Daniel,para "assasinar" a música do Gonzaguinha.
ResponderExcluirGil Almeida Gonçalves
Júlio
ResponderExcluirConcordo com o que escreveu, e mesmo sendo fã do Daniel não gostei dessa interpretação dele na música da abertura.
Acho que vou sentir falta de uma vilã...não gosto de vilões homens. Mas enfim, vamos ver o que acontece....
Gonzaguinha se revirando o túmulo! Porque não o próprio na versão original? Fica a pergunta no ar...
ResponderExcluirA versão alternativa dá um banho na original. Dá vontade de aumentar o volume: http://i9v.me/dvlo
ResponderExcluirConcordo com o Julio, só acho que na abertura, os únicos erros foram o Daniel e os créditos, eu gostei do balé ninja!
ResponderExcluirMarcelo Alves
Gostei do layout e do balé da vinheta de abertura... a música realmente ficou terrível na interpretação gritada do Daniel, dá um "nervoso" igual ao causado quando tocava a trilha LOUCAAAA da Maria Rita na novela anterior! Quanto à novela, achei incrível a qualidade inicial, tomara que permaneça assim!
ResponderExcluirPriscila
Realmente, o pior é a música. A animação ganha vida com a versão da Bethânia, dá a impressão de que o criador fez em cima da versão dela. A dramaticidade dos movimentos casam perfeitamente com a interpretação da Bethânia.
ResponderExcluirNessa foto, o Walcyr Carrasco está parecido com o Delfim Neto, hahahaha...
ResponderExcluir