Por Vanessa Carvalho
Há 25 anos estreava nos Estados Unidos, aquela que seria considerada
uma das melhores séries de TV já produzidas: Anos Incríveis. Série do canal ABC
retratando o clima social do país no final dos anos 60 início dos 70 sob a
perspectiva de Kevin Arnold, um típico estudante do subúrbio americano. Teve
seis temporadas (1988 – 1993) onde no Brasil foi exibida a princípio pela TV
Cultura no início dos anos 90. Com seu sucesso, foi exibida também em outras
emissoras como Bandeirantes e o canal pago Multishow.
O forte peso social da série foi um dos pontos positivos
dos produtores. Questões como racismo, guerra, paz, eram retratados na TV
através da vida das personagens, mas sem ser exatamente o ponto principal. Tais
conflitos serviam de apoio para o que realmente estava sendo mostrado: a vida
de um adolescente comum em meio ao caos que estava seu país.
Temas como primeiro amor, primeiro beijo, fidelidade,
eram mostrados através dos conflitos que Kevin vivia, em casa ou no colégio.
Ele tinha que lidar com professores, estudos, notas, amizade, amor como todo e
qualquer adolescente de qualquer época. A insegurança faz parte do mundo dos
adolescentes e tal insegurança era mostrada com respeito e delicadeza.
O forte roteiro marcou a vida de muitas pessoas mundo
afora quando resolvia falar de temas delicados como, por exemplo, como agir
quando seu primeiro amor sofria uma perda grande na família, quando se mudava
de bairro e consequentemente de escola, quando seu melhor amigo sofria maus
tratos dos estudantes mais velhos, e tantas outras coisas que cercam qualquer
pessoa nessa difícil fase da vida.
Mas, acho que o que mais chamava a atenção da série era
principalmente a relação familiar que o Kevin tinha com sua família. Todas as
cenas familiares eram cheias de emoção e amor. Os conflitos tinham um peso
forte na trama e uma das passagens mais fortes foi quando Jack Arnold abraça
Kevin consolando-o por seu namoro com o seu grande amor, Winnie acabou.
Aliás, a relação do Kevin com a Wnnie não foi das mais
fáceis. Apaixonado pela “girl’s next door”, Kevin lutou muito para poder ter
seu grande amor. Idas e vindas foram marcadas recheadas de um forte apelo
dramático. Rompimentos e reconciliações entre eles eram constantes, mas tudo
isso porque a atriz havia crescido bastante durante algum tempo e a fotografia
deles na tela não ficava legal. Então, os produtores tiveram que deixar os
personagens uma temporada inteira separados, até que Fred Savage crescesse mais
que a Dânica (Ambos Kevin e Winnie respectivamente).
O mais notável na série, é que ao longo de seis
temporadas, os dramas e conflitos acompanharam o amadurecimento dos
personagens. À medida que eles cresciam e a realidade mudava, mudava-se também
o enfoque da série e a dramaticidade era mais profunda. Discutia-se a liberação
sexual, o feminismo, drogas, sexo, sempre através da vida do Kevin.
O Kevin não tinha nada de especial. Filho caçula de uma
família de classe média, estudava, trabalhava, amava, se divertia com os amigos
e tentava entender tudo que acontecia a sua volta. Amava perdidamente sua
vizinha, sofreu junto com ela, sofreu por ela. Apoiou seu melhor amigo da
melhor forma que fosse e cometeu erros também.
Ele não era engraçado, não era o melhor aluno, mas era
gentil, educado e amoroso. Era... Humano. Aliás como todas as personagens.
Lembro que em um determinado episódio, um dos amigos do Kevin estava perdido
por não entender o motivo da separação dos pais, ao mesmo tempo em que tinha
que lidar com a frustração do pai em casa e questionar suas atitudes. Depois
que ele presenciou que sua vida não era assim tão ruim, ao chegar em casa,
depois de uma severa bronca de seu pai, ele virou para ele e apenas disse: Eu
te amo, pai. Fim de episódio. Quer dizer, difícil encontrar séries assim hoje
em dia.
Todos os dramas pareciam maiores quando a trilha sonora
começava a tocar. Anos Incríveis foi um ‘prato cheio’ de músicas da época.
Escolhidas a dedo, até hoje, a trilha sonora de Anos Incríveis é considerada
uma das melhores de todos os tempos. A começar pelo tema principal “With a
little help from my friends” brilhantemente interpretada por Joe Cocker. Aliás,
a trilha sonora é o principal motivo para não existir DVD da série. Só em
direitos autorais, a ABC teria que gastar mais que o dobro do que arrecadou com
a série para ter autorização.
Anos incríveis marcou toda a minha adolescência e acho
que minha vida adulta também. Ainda atual, é digna de várias reprises sem nunca
perder a atualidade. Se você puder conhecê-la, procure. Garanto que você irá se
emocionar tanto quanto eu, que mesmo depois de 25 anos, ainda lagrimo quando
escrevo sobre ela.
Todas as series como essa é inesquecível. Não nasci no tempo dessa serie. Mas vou procurar pra ver e assisti. Essa serie podemos dizer que e a melhor do que já existiu. E uma família com seus conflitos e de alegrias e movimentos no pais naquela época.
ResponderExcluirabs
http://rodrigobandasoficial.blogspot.com.br/
Simplesmente a melhor série já feita
ResponderExcluirRafael Poggi
Top 10. Toda linda! Kevin Arnold pra sempre em nossos corações!!!
ResponderExcluirFrederico Baami
Foi uma série que de tanto ver acabei gostando.
ResponderExcluirAdriana Figueredo
Sem dúvida é a melhor série que já vi. Gostaria de ver outras de mesmo nível de qualidade, mas ainda não encontrei.
ResponderExcluir